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Negócios no Centro são afetados por cratera

As inundações em decorrência das fortes chuvas e da cheia que atinge o Amazonas são responsáveis pela abertura de uma cratera em um trecho da galeria da avenida 7 de Setembro na esquina com a Eduardo Ribeiro. Na manhã de ontem, uma equipe do Crea (Conselho Regional de Engenharia)  esteve no local realizando uma vistoria, onde está sendo executada uma obra emergencial  pela Prefeitura de Manaus.

Apesar dos desvios com rotas alternativas, desde a última quinta-feira (14), a rotina de quem trabalha e de quem trafega naquela área mudou. A atividade comercial é a primeira a sentir os efeitos já que a via é considerada uma das principais com  maior fluxo na área central da cidade. 

“Não tenho indicadores para estabelecer parâmetros, mas qualquer dificuldade a acessibilidade vem comprometer o fluxo ao centro comercial uma vez que se trata de uma rua principal”, avalia o conselheiro presidente da Assembleia Geral ACA (Associação Comercial do Amazonas), Ataliba David Filho. 

O presidente da CDL-Manaus (Câmara de Dirigentes Lojistas), Ralph Assayag, considera que qualquer gargalo que afete o trânsito no Centro de Manaus atrapalha as vendas. Ele considera que algumas alternativas para melhorar a fluidez do trânsito na área facilitariam o acesso e causaria menos transtorno. “Para os estabelecimentos que recebiam o fluxo de pessoas no trânsito daquele local é complicado, até que o motorista entenda que precisa mudar a sua rota e isso causa alguns transtornos. Dos males, o menor. O nosso alívio é que não abriu um buraco no meio da Eduardo Ribeiro o que seria muito mais complicado”, avaliou.  

“O IMMU (Instituto Municipal de Mobilidade Urbana) deveria ter planejado para quem viesse pelo Porto de Manaus pudesse subir em mão única e pela outra via descer, com isso diminuiria o impacto.

Segundo Assayag, nesta quarta-feira, um encontro com o secretário de obras do município deve esclarecer detalhes sobre o tempo de execução da obra e forma de contenção, tendo em vista que se trata de uma cratera de grande extensão o que teme a ampliação do tamanho devido às chuvas.

Para alguns lojistas já é possível afirmar que o movimento no comércio está menor do que antes da intervenção. “Além do inverno que atrapalha o fluxo das pessoas, ainda vamos conviver com essa obra. Eu acredito que vamos amargar uma queda brusca no volume de vendas, ainda mais se a cheia vier no pacote”, desabafou o gerente de uma loja de calçados, Emanuel Silva.

O presidente da ACA, Jorge Lima, pretende fazer um levantamento para mensurar possíveis prejuízos para o comércio caso a obra se estenda sem  prazo definido. “A nossa única preocupação são as constantes chuvas que podem postergar a conclusão da obra”.  

De acordo com a assessoria da Seminf, a subida do rio está dificultando o reparo. “O local vai ser fechado e as equipes estudam soluções a médio prazo. Com a subida do rio, não tem como trabalhar na área e o local vai ficar interditado”, disse.

Vistoria

Em entrevista à Rede Amazônica, o engenheiro civil e presidente do Ibape (Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia) Frank Albert um dos profissionais que estiveram no local fiscalizando a obra adiantou que foi encontrado um problema bem complexo considerando que se trata de uma estrutura centenária e foi dimensionada num período completamente diferente do atual, ou seja, uma outra concepção. “Não foi feito nada no decorrer do tempo em termos de melhoria de drenagem no Centro de Manaus. Hoje nós só temos essas galerias para fazer toda drenagem dessa região, isso é muito complicado. É uma solução difícil e complexa que envolve engenharia e que demanda projetos e levantamentos  para chegar a uma solução definitiva e também não é rapida”. 

Embora se trate de uma obra emergencial ela deve demorar em função de alguns gargalos que impedem maior celeridade na execução. “O grande limitador dessa obra é a questão do nível do rio. Nós estamos em fase de cheia. A galeria está praticamente submersa, ou seja, está na cota máxima de água, o que dificulta. As obras que a prefeitura vai realizar na área devem ser feitas somente na vazante e isso vai demorar”, afirmou o engenheiro. 

O sistema de drenagem antigo também foi apontado como um dos grandes problemas pelo engenheiro do Crea, Jhonny Lima. “Não tem como nós fazermos agora um serviço que vá dar uma correção mais apurada nesse sistema de drenagem. Como é muito antiga essa galeria não tem nenhum tipo de revestimento  para parte de impermeabilização e justamente por se tratar de um método construtivo muito antigo então não tem resistência à tração. Foram feitos vários reparos naquele pavimento o que ocasionou vibrações e outras situações que levam a colocar em risco a estrutura da galeria”. 

Na  tentativa de solucionar o problema que é antigo, o Crea e o Ibape pretendem realizar um seminário para propor um projeto  à prefeitura e outros órgãos apresentando a solução definitiva para drenagem do Centro de Manaus. 

Interdição

As ruas Joaquim Sarmento e Lobo D’Almada tiveram o fluxo de veículos invertido. Permanecem interditados dois trechos da avenida 7 de Setembro, entre a avenida Eduardo Ribeiro e rua Joaquim Sarmento, e ainda entre as ruas Lobo D’Almada e Instalação. Os condutores que acessam as ruas Luiz Antony e Governador Vitório poderão seguir pelo corredor central de ônibus em direção às ruas Marquês de Santa Cruz e Floriano Peixoto. Para quem está na rua Luiz Antony e precisa acessar a rua Lobo D’Almada, deverá seguir pelas ruas 10 de julho, Epaminondas, José Clemente, e o trecho invertido da avenida 7 de Setembro, acessando a rua Lobo D’Almada. 

Agentes de trânsito do IMMU estão presentes orientando o fluxo, garantindo a segurança de condutores e pedestres. Não houve mudanças no itinerário de ônibus no Centro.

Andréia Leite

é repórter do Jornal do Commercio
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