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Não seja o seu pior inimigo!

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Todos nós queremos ser felizes! Para muitos, isso significa construir uma carreira de sucesso, ter saúde, bens imóveis e móveis, um grande amor e uma linda e perfeita família, como aquela do comercial da TV. Mas, será que estamos realmente comprometidos e focados para alcançar isso tudo? Será que estamos sendo nosso pior inimigo querendo uma coisa, porém agindo em desacordo? Ou será que não nascemos pra isso?

Cuidado com as crenças

Não tenho sorte! Não consigo! Só serei feliz quando for rico! Eu não tenho competência! Essas, entre tantas outras, são as crenças limitantes ou limitadoras. Originadas no meio social e cultural foram absorvidas internamente desde a nossa infância, e nos dominam quando damos vida (importância) e sentido no que acreditamos.
Elas se transformam em verdadeiros entes inconscientes que interferem no nosso desenvolvimento pessoal e profissional, pois valorizamos demais suposições de que nada dará certo, limitando assim todo o nosso potencial.

As coleiras do pensamento

É como se nos tornássemos cachorros presos às coleiras. A gente se deixa guiar até certo ponto e depois disso, permitimos que nossas crenças limitadoras nos paralisem. Tudo por conta de acreditarmos em algumas situações adversas semelhantes às que aconteceram no passado e acharmos que agora e sempre terão o mesmo desfecho infeliz, por exemplo.
Supomos que alguém te disse – lá na infância – que você não tinha valor ou era incompetente. Ai, você internalizou a falsa afirmação e hoje não consegue se libertar da coleira.
Tudo na sua vida são sonhos e sonhos, mas que não têm nem um pingo de chance de se tornarem realidade, porque você está paralisado. Vivem no plano das ideias, mergulhados em sentimentos de impotência total. Você sobrevive, mas não vive!

Ver e não enxergar

E pior, não temos noção do quanto essas crenças limitantes estão – a todo o momento – interferindo nas nossas escolhas e decisões. São namoros que não acontecem, são negócios que não são fechados, são estudos que não vingam e por aí vai!

Tudo porque toda vez que vem um pensamento que desafia o passo além da coleira, vem outro – que criamos – e nos puxa pra trás, limitando o avanço! Assim, passamos a vida inteira pensando em fazer um monte de coisas, porém pouco ou nada realizamos.

Aprendendo com os demais

Sempre tive muito contato com idosos. Fui criada por uma avó de coração, desde a infância até os 18 anos quando ela faleceu, e há mais de 5 anos me tornei voluntária na Fundação Doutor Thomas, instituição que abriga e cuida de idosos em situação vulnerável.

Dessa forma, conheci algumas histórias com finais não muito felizes, pois presenciei e soube de muitas dificuldades enfrentadas pela avó e pelos moradores da Fundação. Essas experiências (e exemplos) foram fundamentais para que eu desde muito cedo tivesse consciência de longo prazo e me levaram a perguntar: o que eu quero construir na minha vida? Qual caminho escolho traçar? Qual legado quero deixar? Vou esperar acontecer, ficar de braços cruzados ou aproveitar a vida? Serei a protagonista da minha história ou simples figurante?

Caminho sem volta

Dessa forma, percebi que a minha realização seria viver intensamente a minha jornada e aproveitar as oportunidades, pois é menos pior errar tentando do que não fazer nada e ficar inerte. Olhar pro passado e não ter nada no presente pra contar e, pior, ter a sensação de tempo perdido.

Foi num desses sopros do universo que – aos 23 anos – com minha primeira filha, com seis meses de idade nos braços, saímos de São Paulo, nossa terra natal, e rumamos pra Vitória, no Espírito Santo, num voo da Vasp e sem data pra voltar.

Por conta de uma oportunidade de trabalho que meu marido recebeu, abrimos mão de tudo o que conhecíamos pra viver uma nova experiência e construir outro caminho. Muita gente me dizia pra não ir, porque deixaria os familiares, amigos, além das referências de vida que até então conhecia!
Mas estávamos determinados a tentar. Se não desse certo, voltaríamos! Pensa que foi fácil nos primeiros meses? Não foi! No entanto, foi o passo determinante para pavimentar todas as conquistas que vieram depois! Como se tivéssemos aberto uma porta para outra dimensão, passamos a viver melhor em todos os aspectos. Fomos muito felizes durante os 8 anos que moramos em Vitória, foi realmente uma vitória.

Muda o foco, aumenta a lente

O mundo é muito maior do que nossa visão pode alcançar, ampliá-la envolve autoconhecimento, aprendizado constante e ação, de modo que avancemos na estrada da vida desconstruindo ou ressignificando as crenças limitadoras.

Para que o rompimento ocorra é preciso mudar o estado mental, começando a observar criticamente os pensamentos, mas sem julgamentos. A auto-observação é o primeiro passo pra transformação! Verificar a realidade dos fatos, isso significa que a gente precisa separar o que está acontecendo do que estamos sentindo, pois podemos julgar erroneamente a situação conforme alguma emoção envolvida, já que cada pensamento gera uma emoção.

Podemos também substituir uma crença limitante por uma crença facilitadora, que é exatamente o oposto da limitadora e nos traz uma sensação de bem-estar profundo. Então dizer a si mesmo “eu posso”, “eu consigo”, “tenho fé e convicção” são expressões que nos conectam com o divino e fortalecem a essência do nosso eu. E o mais importante é preciso começar agora! Não dominamos o amanhã, mas o presente é a chave para toda mudança, é um verdadeiro presente!

*é jornalista, historiadora e pós-graduada em Comunicação Empresarial

Cristina Monte

Cristina Monte é articulista do caderno de economia do Jornal do Commercio. Mantém artigos sobre comportamento, tecnologia, negócios.
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