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“Não dá para ser amador”

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Há oito anos Vladya Rachel Lira Benzecry Braga, da VB Assessoria e Eventos, organiza festas e eventos em Manaus, porém, seguindo a nova tendência (o destination wendding) dos clientes casarem em outras cidades, ela agora irá mostrar seu trabalho em outras terras. Mas a área do cerimonialismo é bem mais ampla e complexa. Em entrevista ao Jornal do Commercio, Vladya desvendou um pouco dessa complexidade e deu dicas para quem quer entrar no ramo.

Jornal do Commercio: Com a situação econômica do país complicada, como estão as solicitações para organização de festas e eventos?
Vladya Benzecry: Assim como todas as áreas do país foram afetadas, o ramo de eventos também foi, coisa que em oito anos nunca tinha acontecido. Em 2016 fiz dois destratos e quatro eventos passaram para 2017.

JC: Pela ordem, quais são os tipos de festas e eventos que você mais organiza?
VB: Estou apta a organizar todos os tipos de eventos sociais: 15 anos, bodas, formaturas, festas judaicas, eventos corporativos e cerimonial público, mas amo fazer casamentos. Tenho quatro tipos de pacotes de serviços de cerimonial: pacote completo (assessoria completíssima): além de ajudar em todas as contratações, permaneço com os clientes em todos os momentos. Nesse pacote faço desde o noivado a chá de panelas; pacote intermediário: este possui alguns itens de assessoria; pacote apenas para o dia: o cliente faz todas as contratações e eu, apenas no dia, preparo a logística da montagem do evento; assessoria sem cerimonial: preparo todo o evento (jantares, almoços). Faço as contratações necessárias, mas não trabalho como cerimonialista na hora da festa. A cliente chega na festa toda pronta, mas eu não estou presente durante o evento.

JC: Explique o passo a passo da organização de uma festa ou evento, desde quando você recebe o pedido até a hora que vai pra casa, dormir.
VB: 80% dos meus clientes são amigos, ou amigos de amigos, ou seja, pessoas que já trabalharam comigo e me indicaram para outros. Mas as mídias sociais também são um recurso usado para captação de clientes. Na primeira reunião me conhecem pessoalmente, e faço a leitura do que aquele cliente deseja e, de acordo com o orçamento disponível, iniciamos um “sonho” juntos. Chego no dia do evento pela manhã e não saio mais. Acompanho a montagem total do evento, bem como a desmontagem, ou seja, sou a primeira a chegar e a última a sair. Durante o evento além de recepcionar os convidados, fiscalizo a limpeza do local, os serviços dos demais contratados, e ainda atuo como mestre de cerimônia.

JC: O que dá mais trabalho na organização de uma festa ou evento?
VB: Tudo dá muito trabalho, desde as contratações até a festa completamente desmontada, que é como você tem que deixar o buffet ou a casa de eventos. Mas quando o cliente confia em você e te deixa trabalhar com autonomia, tudo fica mais fácil e flui com naturalidade. Manaus já tem ótimos fornecedores e profissionais e não deixa nada a desejar para as grandes metrópoles. Não precisamos fazer nenhuma contratação de fora de Manaus, a não ser que seja um desejo do cliente.

JC: Qual a festa ou evento mais caro que você já organizou? Quanto custou e o que tinha de excepcional?
VB: O universo de eventos não tem limites para gastos. Já fiz alguns fenomenais. Tem um que o meu cliente pediu para retirar a cláusula contratual onde diz que eu posso usar imagens do evento como propaganda, ou seja, não pude publicar esse evento, para 800 convidados, com atração nacional, bebida importada da Itália, 120 convidados de fora da cidade, com uma baita logística para os convidados de fora, hotel e vans, passeio turístico e tudo mais, e quem não foi convidado, quase não viu nem a decoração do buffet.

JC: O que você diria para uma pessoa que deseja montar uma empresa nessa área?
VB: Eu e mais nove colegas cerimonialistas estamos unidos para montar uma associação, para formalizar nossa profissão que é muito “vulnerável”. É muito comum noivas que fizeram seu casamento, acharem que sabem organizar eventos, e já são cerimonialistas de uma hora para outra, enfim, pessoas despreparadas entrando no mercado. Eu tenho mais de cinco cursos na área, faço reciclagem todo ano, participando de congressos e workshops, além de ter curso de oratória e design de interiores, tudo para agregar à minha prestação de serviços. Ou seja, como em qualquer profissão, não dá para ser amador ou você se “queima” no mercado.

JC: Parece que a área do cerimonialismo está com novas tendências. Que tendências são essas?
VB: Sim, no casamento temos o mini wendding, que são eventos com pouquíssimos convidados, no máximo 80, e tudo é muito personalizado. E ainda tem o destination wendding, ou casamento fora de casa, em outra cidade, Estado ou país, geralmente realizados em hotéis, pousadas ou cruzeiros marítimos. Manaus já aderiu à moda e muitos eventos já tem sido realizados fora da cidade. Em dezembro estarei em Recife participando de um.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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