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Na gestação, cuidados precisam ser redobrados

Na gestação, cuidados precisam ser redobrados

Pouco comemorado e uma data quase desconhecida, hoje é um dia bastante significativo para as futuras mães, pois é o Dia da Gestante, período no qual a mulher deve redobrar a atenção com a saúde, não só dela própria bem como a do bebê.

“Essa data é a oportunidade de refletir sobre esse período tão marcante para muitas mulheres e pensar ainda mais sobre os cuidados a serem tomados nessa fase, para garantir uma gestação livre de doenças graves, como anemias, hemorragias e até mesmo de diabetes gestacional”, falou a Dra. Dorothy Carriço, endocrinologista e consultora médica do Sabin Medicina Diagnóstica.

O que muitas mulheres não sabem é que o corpo da mulher grávida precisa produzir insulina extra para atender às necessidades do bebê. Se o organismo não consegue fazer isso, pode ocorrer o diabetes gestacional, quando o nível de açúcar tende a subir decorrente das mudanças hormonais ocasionadas pela gravidez, interferindo na ação da insulina.

No Brasil nascem cerca de 320 bebês por hora. A cada 100 gestantes, cerca de 10 delas desenvolvem diabetes gestacional, segundo o Estudo Brasileiro de Diabetes Gestacional. Infelizmente, pouco mais de 1.000 mães acabam morrendo por ano, devido a complicações da gestação ou no parto.

O tratamento deve ser realizado com dietas, exercícios físicos e, se necessário, insulina. Cabe ao médico orientar corretamente seu paciente, qual a dieta adequada para cada paciente bem como a intensidade de exercícios físicos e administração de insulina.

Para ter certeza de que se está ou não com qualquer tipo de diabetes, é importante o monitoramento da doença.

Seguir a orientação médica

O DMG (Diabetes Mellitus Gestacional), ou simplesmente diabete gestacional, é uma condição caracterizada por hiperglicemia (aumento dos níveis de glicose no sangue) que tem seu início, ou seu primeiro reconhecimento, durante a gestação, podendo ou não persistir após o parto. Durante a gravidez, o corpo da mulher sofre uma série de alterações hormonais para permitir o desenvolvimento do bebê, como a elevação dos índices de lactogênio placentário, cortisol, progesterona e prolactina. No período de gestação, os hormônios produzidos pela placenta interferem na função da insulina, responsável pela captação e utilização da glicose pelo corpo. Para compensar este quadro de resistência à ação da insulina, o pâncreas trabalha dobrado e aumenta a produção do hormônio responsável pela redução da glicemia. Quando esse processo é insuficiente, sobra açúcar demais na corrente sanguínea e as mulheres desenvolvem o quadro de diabetes gestacional.

“Para prevenir ou controlar o diabetes gestacional, nada melhor que uma alimentação balanceada (elaborada com orientação profissional), prática de atividades físicas regulares (que devem ser feitas somente depois de avaliação médica) e acompanhamento do peso no mínimo a cada 30 dias”, informou Dorothy.

“Não esquecer que a orientação médica é primordial durante a gestação e a realização do pré-natal representa papel fundamental em termos de prevenção e/ou detecção precoce de patologias tanto maternas quanto fetais, permitindo um desenvolvimento saudável do bebê e reduzindo os riscos para a gestante”, completou.

Outras doenças comuns

Desde abril, o Ministério da Saúde incluiu as gestantes de alto risco no grupo de risco da covid-19. Esse cenário abrange grávidas com doenças prévias (como hipertensão, diabetes, colagenoses), com gestação de gêmeos ou com doenças adquiridas na gestação, dentre as quais o diabetes gestacional. Em nota, o Ministério justificou que estudos científicos apontam que a fisiopatologia do vírus H1N1 pode apresentar letalidade nesses grupos, associados à história clínica de comorbidades, e, consequentemente, para a infecção pelo coronavírus, o risco é semelhante pelos mesmos motivos fisiológicos, embora ainda não tenha estudo específico conclusivo.

Mas existem outras doenças que são comuns em mulheres grávidas, por isso toda atenção é pouca.

“As mais comuns são anemia, pré-eclâmpsia e infecção urinária. Há também aquelas que devem ser tratadas com acompanhamento de um endocrinologista, como os distúrbios da tireoide e o diabetes gestacional”, disse.

Para se ter uma gestação saudável o ideal é sempre ser acompanhada por profissionais durante o período de gestação e obedecer às orientações médicas. Se uma mulher sabe que tem problemas de tireoide, deve garantir o controle adequado antes mesmo de tentar engravidar. Ela também deve procurar manter um peso saudável, bem como estar atenta aos níveis de vitamina D (hormônio produzido a partir da ação dos raios solares sobre a pele) e cálcio (mineral que é fonte de manutenção das células do organismo e é responsável por dar resistência e força aos ossos), que não podem ser insuficientes durante a gravidez. Níveis baixos de vitamina D foram associados com diabetes gestacional e pré-eclâmpsia.

“Nesse cenário, o controle glicêmico é bastante importante no período. Outro ponto que não pode ser esquecido se refere aos cuidados com a hidratação. Durante a gestação e aleitamento, as mulheres devem ser estimuladas a ingerir mais líquidos e a água deve ser priorizada como fonte de hidratação”, concluiu.

Evaldo Ferreira

é repórter do Jornal do Commercio
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