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Museu de Numismática, orgulho do Amazonas

No próximo dia 30, terça-feira, o MNBR (Museu de Numismática Bernardo Ramos), localizado no Palacete Provincial, irá comemorar 121 anos ainda como um dos maiores e com algumas das peças mais raras do mundo. Para festejar a data haverá uma programação especial que durará das 9h às 16h30, com exibição de filmes/documentários relacionados à numismática. A partir das 14h acontecerá um show acústico com Mila Braga. Em seguida ao show o arqueólogo Mick Jone Nogueira, fará a palestra ‘Arqueologia e a numismática, o recomeço’.

Bernardo Ramos, o Beré, foi o idealizador do museu. Viajava por várias partes do mundo comprando peças para sua coleção particular, tornando-se um grande numismata. Em 1898, adquiriu a coleção do pernambucano Cícero Peregrino Dias, deixando seu acervo ainda mais valioso e raro. Em 1899, o Governo do Amazonas, através da Lei 296, autorizou a compra da coleção de Bernardo Ramos, por 300 contos de réis. Antes de Bernardo entregar o acervo, ele recebeu um convite para expor no Rio de Janeiro, então a capital da república. Essa exposição recebeu a visita ilustre do presidente Campos Salles (1898/1902), que se encantou com a coleção e ofereceu 400 contos de réis por ela, mas Beré, que já havia fechado a venda em Manaus, não aceitou a oferta do presidente.

Dênio Mota

“Então, no dia 30 de novembro de 1900, o governador do Amazonas, Silvério Nery (1900/1904), criou a Seção Numismática na Imprensa Oficial, através do Decreto 0460, dando assim origem legal ao grandioso museu”, revelou Dênio Alex Silva da Mota, gerente do Museu de Numismática.

As mais raras

Atualmente o MNBR é considerado o maior museu de numismática, em raridades, no Brasil, e é um dos maiores da América Latina.

“Sempre estou em contato com membros da SNB (Sociedade Numismática Brasileira) e com a UNAN (Unión Americana de Numismática), das quais sou membro, e todos têm a mesma opinião. O MNBR sempre prioriza a qualidade e a raridade das peças que fazem parte do seu acervo”, destacou.

De acordo com Dênio, todas as peças do acervo do Museu são preciosas, porém, existem as que se sobressaem, como a moeda greco-romana Tetradracma Attica, de Atenas, cunhada em 465/454 a.C., totalmente em prata, pesa 14,9g. Em seu anverso existe a cabeça de Atena à direita com capacete ornado com um grifo, enquanto que, em seu reverso há no centro do campo, uma coruja sobre uma âncora. Tem também uma moeda bastante especial, um Florin, cunhada em ouro pelos holandeses quando estiveram no Brasil. No anverso dessa moeda, existe um grande W entrelaçado pelas letras G e C, e estão circundados por um filete pontilhado. Esse monograma representa as iniciais da Geoctroyeerde West-Indische Compagnie (Companhia Privilegiada das Índias Ocidentais), e o respectivo valor da moeda está expresso em algarismos romanos. A moeda é de 1646. Outra peça bastante interessante cujos visitantes numismatas ficam encantados é com a moeda de vidro da dinastia dos Fathimidas, do Egito. Essa moeda circulou no reinado do rei El Hakem Beamr Illah (985 – 1021), considerado ‘O governante pela ordem de Deus’. O Califado Fatímida foi uma entidade política muçulmana xiita que governou no norte da África dos séculos 10 ao 12.

Moeda de vidro
Moeda Grego-Romana

Ótimo investimento

Além da vasta coleção de moedas, o MNBR possui um grande acervo, e bastante diversificado, de cédulas, medalhas, apólices, condecorações honoríficas, livros, cartões postais, cartões telefônicos, selos, e pedras litográficas.

“Sobre colecionar moedas eu diria que cada pessoa tem que ter em mente o que realmente deseja. Isso determinará se realmente você quer ser um numismata ou apenas mais um, entre tantos, que se contenta em possuir um número de peças, uma espécie de passatempo para preencher as horas livres, o que pode ser feito com qualquer outro tipo de coleção. Acumular moedas, seja pelo seu preço, por sua raridade, por sua beleza ou por qualquer outro critério não científico, não basta para formar o numismata por excelência”, explicou.

“Se você optar por ser numismata, então terá que se dedicar ao estudo, conhecer os motivos que levaram à cunhagem e emissão das moedas, o país de onde elas vêm, o metal sobre o qual elas foram cunhadas, conhecer os porquês dos diferentes tamanhos, cores, pesos e espessuras. Em minha humilde opinião, colecionar para investir é uma opção muito válida. Dependendo da peça que se adquirir, pode-se ter um lucro bastante significativo na venda”, afirmou.

Pessoas que estão iniciando no colecionismo de moedas podem ir até o MNBR e pegar algumas dicas. Os funcionários do Museu se disponibilizam a ajudar sempre que possível aqueles que gostam de numismática.

“Isso também é uma maneira de difundir ainda mais essa ciência”, finalizou.

Evaldo Ferreira

é repórter do Jornal do Commercio
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