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Museus, espaços cada vez mais vivos

Divulgação

Desde ontem, e até o dia 24, domingo, está sendo comemorada em todo o país a Semana Nacional de Museus cujo objetivo principal é incentivar as pessoas a visitar e apreciar o conteúdo dos museus, porém, devido o isolamento social, estes espaços de cultura tiveram que entrar na onda das lives. No Museu Amazônico, da Ufam, as atividades não cessaram.

“Tem sido um desafio diário mudar os paradigmas de comunicação e o modo como nos relacionamos com o público, mediante o contato presencial, face a face. Estamos aprendendo dia a dia e isto exige de nós flexibilidade e muita dedicação para manter o diálogo com o público”, falou a pedagoga Carolina Brandão Gonçalves, diretora da Divisão de Difusão Cultural do Museu Amazônico.

“Nós vivemos da aglomeração de pessoas e idéias e do contato presencial. Agora continuamos aglomerando, talvez mais do que antes, mas migramos para novos modos de interação humana. O espírito prevalece, mas os corpos físicos agora estão desterritorializados e em muitas vezes anônimos”, esclareceu.

Para Carolina, apesar de as lives serem uma novidade, ao menos no Museu Amazônico, há espaço para este novo meio de comunicação coexistir junto com as visitas presenciais.

“São dimensões diferentes e ambas têm suas importâncias e significados, o contato físico direto com o público é fascinante, desafiador. Mas os ambientes virtuais também carregam o humano. Ainda que algumas dimensões sensoriais não nos sejam possíveis nesse encontro, há nas interações em rede, um espírito. Do outro lado e em algum lugar existe uma pessoa, com suas expectativas, belezas e sombras. É fascinante também lidar com esse mundo novo”, afirmou.

Locais de discussão

Para Dysson Teles Alves, diretor do Museu Amazônico, “a Semana Nacional de Museus é importante porque nos propõe pensar em torno do papel dos museus e das casas de cultura, postos como locais não só de visitação, mas de reflexão e que possuem objetos que podem ser vistos com maior interesse e discussão”, falou.

Dysson lembrou ainda que ficou para trás o tempo em que os museus eram vistos apenas como ‘museus tempo’, onde os objetos eram admirados como obras de arte, expostos para o visitante somente ir ver, admirar, e tirar fotos.

“Hoje os museus são observados e pensados como locais de discussão em torno dos objetos ali expostos e passaram a ter uma característica com a maior participação e valorização das pessoas. Agora seus objetos são muito mais do que apenas instrumentos que contam uma história de preservação, de uma memória histórica, pois o observador passou a ter um diálogo com aquele objeto”, destacou.

Dysson confirmou que a pandemia não fez o Museu Amazônico parar. As programações culturais, através de lives, continuaram, bem como o acervo e os espaços do Museu puderam ser vistos de casa, além de palestras com artistas e intelectuais de fora do setor do Museu.

“E estamos presentes, nacionalmente, participando da Semana de Museus. Quando os espaços voltarem a ser reabertos, vamos redirecionar as atividades que já estavam programadas, inclusive com uma exposição montada, que não chegou nem a estrear. Com certeza não perderemos a programação de 2020”, garantiu.

Tema da Semana

Este ano o tema da Semana Nacional de Museus é ‘Museus para a igualdade, diversidade e inclusão’, mas no Museu Amazônico esta já é uma realidade. Em 2019 o espaço recebeu 30 alunos com paralisia cerebral, déficit de atenção, e deficientes visuais. Este ano reuniu o Movimento Pelas Mulheres, além de artistas, pesquisadoras, estudantes, e autônomas.

Eventos programados (Face: Museu Amazônico) –

Dia 20, às 16h, Jhonatan Xavier apresenta as relações da Ciência com o Mundo Geek;

Dia 22, às 14h, Argicely Azevedo interage com os alunos do curso de divulgação científica.

Programação da SEC

A programação cultural virtual organizada pela SEC (Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa) segue até o dia 24, no Portal da Cultura (cultura.am.gov.br).

Entre os destaques estão as visitas à Pinacoteca, Museu Tiradentes da Polícia Militar, Museu de Arqueologia, Museu da Imagem e Som e Museu de Numismática, além de jogos, como quebra-cabeça com obras do acervo e vídeos inéditos com nomes, como Juarez Clementino da Silva Júnior, mestre em História Social; Luciane Páscoa, mestre em História e doutora em História Cultural; e Otoni Mesquita, mestre em História e Crítica da Arte, e doutor em História.

Manaus conta com nove museus administrados pela SEC: Pinacoteca; Museu Tiradentes da Polícia Militar; Museu de Arqueologia; Museu da Imagem e Som; Museu de Numismática Bernardo Ramos, no Palacete Provincial, no Centro; Casa Eduardo Ribeiro, na rua José Clemente, no Centro; Museu do Homem do Norte, no Centro Cultural dos Povos da Amazônia, no Distrito Industrial; Seringal Vila Paraíso, na região do igarapé São João, afluente do igarapé Tarumã-Mirim, margem esquerda do rio Negro; e Museu do Teatro Amazonas, no Largo de São Sebastião.     

Fonte: Evaldo Ferreira

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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