Com o primeiro módulo inaugurado em 2020, no primeiro ano da pandemia da Covid-19, o Museu do Tribunal de Contas do Estado do Amazonas (TCE-AM) foi construído com tecnologia para resgatar a memória da instituição, que completa 73 anos neste ano, e mostrar, interativamente, como o tribunal fiscaliza o dinheiro público. O espaço fica situado na dependência do tribunal, na Avenida Ephigênio Salles, bairro Aleixo, zona Centro-Sul de Manaus.
Ainda em construção, o projeto museográfico conta com 12 estações temáticas por onde o visitante poderá fazer um percurso de visitação pela história e função da Corte de Contas. O ponto de partida é a estação “História e Memória”, com a reprodução da primeira sede da instituição, no Palácio Rio Branco, em Manaus, ainda em 1950.
No local, estão móveis e instrumentos de escritório originais, usados por funcionários e os primeiros conselheiros de Contas à época, como máquina de datilografia, telefones e calculadoras. As paredes exibem as imagens de quem fez parte do início da história do TCE-AM.
Na estação “Plenário Histórico“, as cadeiras e bancadas que formavam a primeira Corte de Contas do TCE-AM colocam o visitante dentro das sessões de julgamentos de mais de sete décadas atrás. O espaço também mostra, com o uso de uma televisão, a solução encontrada para o funcionamento do tribunal na pandemia: sessões virtuais. Nas terças-feiras, os visitantes poderão assisti-las ao vivo.
O coordenador-geral do Departamento de Pesquisa, Memória e Documentação do TCE-AM, Josetito Dutra Lindoso, afirma que a intenção do museu é estabelecer um diálogo do tribunal com a sociedade, contando a história e fazendo a memória dessa história. “O visitante que percorrer aqui vai saber o que é o Tribunal de Contas e qual a importância na vida dele, o que nós fazemos aqui e como nós podemos influenciar na vida das pessoas”, afirma.
Além dessas primeiras estações, as outras vão mostrar, com o uso da interatividade: de onde vem o dinheiro público; os caminhos do dinheiro público; como é gasto o dinheiro público; quem controla os gastos públicos; e os caminhos do controle externo. O museu também terá um espaço multiuso.
“Nós inauguramos o módulo 1, que é a parte histórica, a parte lúdica”, explica o coordenador-geral. “Esse outra é toda tecnologia, inclusive, essa tecnologia aqui está toda superada. O que antes você fazia com o toque, agora é um óculos [de realidade virtual], você viaja… Então, essa tecnologia está sendo atualizada para começarmos a fazer os outros módulos aqui”.
Para o coordenador, uma das utilidades da tecnologia, no museu, é ser perpetuadora da memória. Com ela, a história pode ser resgatada e repassada para as gerações seguintes. “A ideia do museu aqui é ser híbrido, ter a informação tecnológica, mas também ter a peça física, que é pra que as pessoas possam realmente olhar de uma forma até tridimensional. A ideia é que sempre que possível, ter as duas coisas, o físico e o virtual”, acrescenta Lindoso.
Inauguração em plena pandemia
O museu do TCE-AM foi inaugurado no dia 14 de outubro de 2020, mas o projeto começou a ser instituído em 2010, com a Resolução Nº 05, de 7 de outubro daquele ano, assinada pelo conselheiro-presidente Júlio Assis Corrêa Pinheiro.
Na gestão do presidente Érico Xavier Desterro e Silva, em 2012 – 2013, foram elaborados os projetos de museologia e museografia com desenhos e maquetes 3D. Já as instalações físicas do museu foram construídas na gestão do conselheiro Josué Cláudio de Souza Filho, em 2014 – 2015.
As pesquisas, catalogação do acervo, aquisição de novos objetos e documentos foram implementadas na administração do então presidente do TCE-AM, Ari Jorge Moutinho da Costa Júnior, em 2016 – 2017.
Quando na gestão da conselheira Yara Amazônia Lins Rodrigues dos Santos, de 2018 a 2019, a primeira mulher a presidir a Corte, foi criado o Departamento de Pesquisa, Memória e Documentação, responsável pela coordenação do museu.
Por fim, na gestão de Mario Manoel Coelho de Mello, em 2020 – 2021, foi dado prosseguimento ao trabalho de construção e materialização do projeto do museu, com a inauguração do projeto.
Por Marcela Leiros – Da Revista Cenarium
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