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Mulheres aderem cada vez mais a pesca esportiva

Quem foi que disse que somente homens são bons de pesca? Ainda que a maioria das garotas do Amazon Top Girls seja casada com pescadores, e tenham se tornado pescadoras a partir de sugestão deles, nem demorou para elas demonstrarem que são tão boas ou melhores do que os maridos.

“Diria que somos melhores porque não somos afoitas, como eles, ao contrário, temos muita paciência. Não competimos e não estamos sempre em busca do maior tucunaré. Queremos apenas nos divertir”, explicou Fabíola Faleiros que, junto com a amiga Márcia Pinheiro, administra o grupo pelo WhatsApp. No Instagram o ATG (Amazon Top Girls) tem mais de 1.200 seguidores.

Fabíola Faleiros, “queremos apenas nos divertir” – Foto: Divulgação

Existente desde julho de 2018, atualmente o Amazon Top Girls reúne 66 mulheres de variadas idades e profissões, todas com o mesmo ideal de se divertir com a pesca esportiva do fisgar o tucunaré e soltá-lo novamente.

Fabíola contou que o Amazon Top Girls é parceiro de outro grupo de pescadoras, o Amazon Girls Fishing, o pioneiro de Manaus e que reúne cerca de 200 mulheres. Em seu Instagram o Amazon Girls Fishing possui mais de 2.100 seguidores.

“Algumas delas participam de nosso grupo, assim como garotas do nosso grupo participam de encontros organizados por elas, num clima de amizade e parceria”, disse.

O mais recente encontro das garotas aconteceu na semana passada, quando se reuniram no complexo Mamori, Juma, Tracajá e Maçarico, no Careiro. O Mamori é o paraná pelo qual se atinge o rio Juma e os lagos Tracajá e Maçarico. Na ocasião, quatro integrantes do grupo se uniram a outras seis, de várias partes do Brasil, coordenadas pela paulista Karina Mestrinelli. Karina é publicitária e pescadora, e organiza excursões de pesca por todo o país. Em seu Instagram ela tem mais de 30 mil seguidores.

Charme é o que não falta entre as garotas – Foto: Divulgação

O machismo estraga

Fabíola lembrou que o ATG começou pequeno, com umas dez ou doze esposas de pescadores. Eles próprios estimularam as mulheres a praticar a pesca esportiva de forma independente, sem precisar acompanhá-los em suas jornadas. Elas seguiram o conselho dos maridos, aprenderam, gostaram e agora já decidem suas pescarias por conta própria.

“Enquanto eles vão pra um lado, nós vamos pra outro, tudo dentro do maior clima de confiança mútua entre os casais”, revelou.

Com o sucesso do ATG, logo elas passaram a aceitar novas integrantes e o grupo foi crescendo, e continua aberto a novas interessadas.

Nesses três anos de existência as garotas têm viajado por vários municípios, em busca dos melhores rios e lagos para a pesca. Barcelos, a Meca da pesca esportiva no Amazonas foi o primeiro a ser visitado, então vieram os outros, Rio Preto da Eva, Manacapuru, Silves, Careiro. Anualmente promovem um torneio que reúne todas as integrantes.

“Para mim a pesca é muito mais do que um lazer. É uma terapia. Quando estou com minhas amigas, em qualquer lago ou rio do Amazonas, é um prazer muito grande. Indico essa atividade a toda pessoa que estiver com algum problema de ansiedade, preocupação ou depressão”, avisou Márcia.

Márcia Pinheiro, “para mim a pesca é muito mais do que um lazer. É uma terapia” – Foto: Divulgação

Fabíola lamenta o comportamento de alguns homens que ainda deixam seu lado machista estragar essa convivência entre pescadores e pescadores. Nesse encontro do Careiro, pescadores que estavam nas proximidades das garotas, direcionaram drones para sobrevoar-lhes as embarcações enquanto diziam ‘gracejos’ para elas.

“É uma atitude lamentável e desnecessária. Todas obedecemos regras de bom convívio e respeito entre as integrantes e com as pessoas dos lugares onde vamos pescar. Respeitamos e queremos ser respeitadas”, declarou.

Vão gostar muito

Thuanny Capote é de Manacapuru e integra o ATG desde 2020. Sempre que pode, ela participa dos encontros e revelou que praticamente nasceu pescando.

“Fui criada pescando e para mim, no interior de Manacapuru, era uma forma de sustento da família que se juntou, agora, ao prazer da pesca esportiva”, contou.

Já Gabriela Brasil é de Mato Grosso do Sul. Ela veio a Manaus pela primeira vez, integrando o grupo de Karina Mestrinelli.

“Pesco desde os dois anos de idade, mas nunca havia saído de Mato Grosso do Sul. Tinha medo de me aventurar. Pelas redes sociais comecei a manter contato com outros grupos de mulheres pescadoras e resolvi arriscar. Não me arrependi nem um pouco. Agora quero viajar sempre. Incentivo outras mulheres a fazer o mesmo. Vão gostar muito”, afirmou.

“A pesca esportiva não é uma prática barata. Você precisa viajar atrás dos bons lugares para a pesca, ter um bom equipamento, se hospedar em hotéis e pousadas, mas no final vale a pena. Se você puder se programar para fazer ao menos uma vez por mês, por trimestre, ou por semestre, verá que será muito importante para a sua saúde física e mental”, ensinou Fabíola.

O próximo encontro do Amazon Top Girls será nos dias 30 e 31, sábado e domingo, quando elas se reunirão mais uma vez, agora em Rio Preto da Eva. Quem desejar participar, pode solicitar informações pelo Instagram do grupo.

Foto/Destaque: Divulgação

Evaldo Ferreira

é repórter do Jornal do Commercio
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