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Mulheres fortes mudarão o mundo

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Empoderar mulheres e promover a igualdade de gênero em todas as atividades sociais são garantias para o efetivo fortalecimento da economia em geral e para o desenvolvimento sustentável. De acordo com a presidente da ABRH-AM (Associação Brasileira de Recursos Humanos no Amazonas), Kátia Andrade, o empoderamento feminino além de impulsionar os negócios também promove a melhoria da qualidade de vida das mulheres, dos homens e das crianças. No Brasil, segundo o Sebrae a participação de mulheres empreendedoras é crescente. Mais de 7,3 milhões de brasileiras lideram seus próprios negócios. No entanto, é na indústria e na política que a participação das mulheres busca apoio para atingir o tão sonhado equilíbrio de gênero e, consequentemente, de remuneração justa.

Segundo Kátia Andrade, a crescente participação das mulheres na economia através do empreendedorismo é importante para ocupar espaços de poder. Por outro lado, é mínima a representatividade da mulher em cargos de liderança no maior parque industrial incentivado do país. “Elas precisam ser reconhecidas pela importância que têm para a economia do nosso Estado e do país como um todo. Após 50 anos do modelo Zona Franca de Manaus, ainda é incipiente a participação de mulheres como CEO ou CFO, aqui no Polo Industrial”, constata.

Só para ter ideia, no Amazonas, é mínimo o número de mulheres participando de reuniões de entidades de classe como representantes do setor industrial. “Se observarmos, ainda hoje, as mulheres ocupam poucas cadeiras nas mesas durante os debates e discussões, por exemplo, da Federação das Indústrias. É só ver as fotos divulgadas pela imprensa. Precisamos melhorar essa representatividade, empoderando as mulheres”, salienta Kátia.

Dados do IBGE confirmam que as mulheres brasileiras continuam trabalhando mais e recebendo menos. Com ou sem crise, a renda das mulheres equivale a 76% da renda dos homens. Elas também permanecem sem as mesmas oportunidades de assumir cargos de chefia ou direção. A dupla jornada segue afastando muitas mulheres do mercado de trabalho. No total, cerca de 70% das mulheres brasileiras estão fora do mercado de trabalho.

A maioria tem 50 anos ou mais e não tem instrução ou só completou o ensino fundamental, revelou a Síntese de Indicadores Sociais – Uma análise das condições de vida da população brasileira, divulgada em dezembro, pelo IBGE. A pesquisa estudou os indicadores entre os anos de 2005 e 2015, período em que as mulheres tendem a receber menos que os homens porque trabalham seis horas a menos por semana em sua ocupação remunerada.

Já, nas estatísticas do Sebrae apontam mais de 7 milhões e 300 mil brasileiras liderando negócios próprios, o que pode até superar ao número de homens empreendedores no país. Portanto, vai ao encontro da iniciativa pela criação do “Dia Nacional da Mulher Empresária”. A maioria dos negócios, principalmente os MEIs (Microempreendedores Individuais) são dirigidos por mulheres.

Segundo a presidente do Conselho Nacional da Mulher Empresária da Confederação das Associações Comerciais do Brasil, Neiva Kieling, a iniciativa de criação de um dia comemorativo é bem-vinda.
“Vai ajudar a fortalecer micros e pequenas empresas lideradas por mulheres. Permitirá a criação de políticas públicas que as tornem mais qualificadas, inseridas e competitivas”, afirmou.

Para a deputada Conceição Sampaio (PP-AM), propor e aprovar um Projeto de Lei que institua essa data nacionalmente tende a colaborar no processo de empoderamento feminino na sociedade brasileira. “Instituir o Dia Nacional da Mulher Empresária vai fortalecer, reforçar políticas públicas e ações de empoderamento das mulheres no setor empreendedor”, destacou a parlamentar que conduziu os trabalhos da audiência pública, no ano passado.

A Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher, da Câmara dos Deputados, aprovou por unanimidade o projeto de lei nº 5.680/16, de autoria da deputada federal Carmen Zanotto (PPS-SC) que institui o Dia Nacional da Mulher Empresária. “Os avanços e oportunidades das mulheres para se incorporarem à força de trabalho se opõe a persistência de fatores socioculturais, como o cuidado infantil e o desempenho das tarefas domésticas e familiares”, argumenta.

O projeto segue para ser analisado pela Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados, em Brasília (DF).
A presidente executiva do Laboratório Sabin, Lídia Abdalla, informa que 77% do quadro de colaboradores é formado por mulheres. Já os cargos de liderança da empresa, 74% são ocupados pelo sexo feminino. “No Sabin, buscamos dar condições econômicas e sociais que proporcionem oportunidades iguais aos gêneros”, disse.

Em 2016, o Sabin se tornou signatário dos 7 Princípios de Empoderamento das Mulheres, estabelecido pela ONU Mulheres, sendo um deles, o tratamento de todas as mulheres e homens de forma justa no trabalho, respeitando e apoiando os direitos humanos e a não-discriminação. “Empoderar é promover poder às mulheres. É permitir e incentivá-las a crescer e ocupar todos os níveis que sonharem no âmbito profissional”, explicou.

ONU Mulheres e Agenda 2030
A ONU Mulheres, entidade das Nações Unidas em prol da igualdade de gênero e do empoderamento das mulheres, foi criada em julho de 2010 pela Assembleia Geral da ONU. “Ao fazê-lo, os Estados-Membros da ONU deram um passo histórico para acelerar a implementação das metas da Organização sobre a igualdade de gênero e o empoderamento das mulheres”, informou a representante da ONU Mulheres no Brasil, Nadine Gasman.

Em 2015, a Assembleia Geral das Nações Unidas adotou a Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentável. Um plano de ação para promover o desenvolvimento sustentável e a erradicação da pobreza, com 17 objetivos globais, foi aprovado pelos Estados-membros da ONU. Com foco nas pessoas, no planeta, na prosperidade e na paz mundial foram definidas 169 metas globais.

Segundo Nadine Gasman, ampliar a participação política das mulheres é o primeiro passo para, em médio prazo, dar condições de igualdade plena de gêneros. “Começando pela ocupação dos cargos e espaços no nível municipal. Precisamos de mais mulheres nos gabinetes, agora temos uma boa oportunidade de construir cidades igualitárias, cidades 50-50”, ratificou.

Finalmente, em 2016, a ONU Mulheres lançou a iniciativa global “Por um planeta 50-50 em 2030: um passo decisivo pela igualdade de gênero”, com compromissos concretos assumidos por mais de 90 países. “Construir um Planeta 50-50 depende que todas e todos -mulheres, homens, sociedade civil, governos, empresas, universidades e meios de comunicação -trabalhem de maneira determinada, concreta e sistemática para eliminar as desigualdades de gênero”, enfatizou Nadine Gasman, em apoio à Agenda 2030.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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