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Mulheres compram mais por impulso

No romance $29,99, do escritor francês Fréderic Beigberder, o personagem principal – um publicitário frustrado chamado Octave -deixa um recado bem claro a todos os leitores: “Na minha profissão, ninguém deseja a felicidade de vocês, porque as pessoas felizes não consomem”.
Uma pesquisa do SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) realizada em fevereiro comprova esta tese. De acordo com o levantamento, 85% dos 646 entrevistados admitiram que compram sem qualquer planejamento. Entre os principais motivos apontados para gastar sem pensar estão a ansiedade (47%) e a insatisfação com a própria aparência (44%). Desta forma, quatro em cada dez entrevistados dizem ter consumido por impulso em momentos de baixa autoestima, tristeza ou angústia.
Os números também mostram que quem mais compra sem planejamento são as mulheres: 47% das consumidoras entrevistadas já realizaram compras por impulso em momentos de tristeza, angústia ou ansiedade, contra 37% dos homens.
A estagiária em enfermagem Lígia Saraiva faz parte deste grupo. Ela conta que entre os gastos desnecessários que já fez está uma coleção de livros que custou mais de R$ 1.200,00 mas que nunca leu um único volume. Lígia tenta explicar os motivos que a levam a agir desta forma. “Não é impulso, é necessidade. Você tem dinheiro vai lá vê algo bonitinho e compra, daí gasta o dinheiro você vê que nem precisava”, justifica.
Mas o que parece uma válvula de escape dos problemas pode se tornar uma grande dor de cabeça. Em Manaus, por exemplo, é justamente o público feminino que lidera a lista de consumidores inadimplentes. Dados da Câmara de Dirigentes Lojistas de Manaus (CDLM), mostram que 55% das pessoas com pendências financeiras são mulheres.
O presidente da CDLM, Ralph Assayag, esclarece que não existem números regionais sobre as compras por impulso. Para ele, a pesquisa sobre compra por impulso é muito aberta e deixa muitas dúvidas, e minimiza a relação entre compras por impulso e inadimplência. “Ao contrário da pesquisa de compras por impulso, a pesquisa da inadimplência, mostra o que acontece. As mulheres têm mais tempo e compram mais, por isso elas são mais inadimplentes. Quem faz as compras da família geralmente é a mulher. Então como elas compram mais, ficam mais inadimplentes. Mas não é correto afirmar que esses números (de inadimplêmcia) sejam somente por compras de impulso”, acredita.

Brasil

Entre homens e mulheres de todo o país, nos primeiros dois meses de 2013 o índice de inadimplência cresceu 11,5% em comparação com o mesmo período do ano passado. Na relação anual –fevereiro deste ano contra o mesmo mês do ano passado –a inadimplência do consumidor registrou crescimento de 10,1%. Em compensação, em relação ao mês de janeiro houve uma redução de 3,4% – quarto recuo mensal consecutivo. Os dados fazem parte do Indicador Serasa Experian de Inadimplência do Consumidor referentes a fevereiro.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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