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Mudança na gasolina é favorável ao consumidor

Mudança na gasolina é favorável ao consumidor

A resolução 807/20, da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) que estabelece uma nova especificação para a gasolina vendida no país trará um maior custo-benefício para os condutores, posto que, se for mais econômica e melhor acaba tendo o mesmo preço no final com rendimento e vantagem maiores para o veículo.

É o que garante o vice-presidente do Sindicombustíveis-AM (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo, Lubrificantes, Alcoois, e Gás Natural do Estado do Amazonas), Geraldo Dantas. 

Desde a última segunda-feira (3) começou a valer a resolução da agência. A nova gasolina promete maior eficácia com reflexos positivos para o motor do veículo. A ideia é  reduzir o consumo em até 6%. 

Conforme Dantas, as distribuidoras e as revendedoras têm um prazo de 60 dias para se adequarem, ou seja, acabarem com os estoques antigos. “A gasolina com o novo formato, tem uma qualidade e densidade melhor, sendo mais econômica e mais adequada para o motor do carro”. Além disso, ele diz que a resolução é uma alternativa para a redução progressiva ao impacto ambiental de motor a combustão. 

O vice-presidente do Sindicombustíveis-AM, acredita que a determinação é um grande avanço, considerando que os brasileiros sempre questionaram a qualidade e a potência da gasolina. Mas, como tudo tem um preço, as novas especificações trarão também um custo mais alto ao produto. “O valor deve ter um acréscimo entre 4% a 5% se comercializado no Brasil. Se for produzida fora, fica cerca de 8% a 9%, dependendo da variação cambial. 

De acordo com o representante, os novos padrões estabelecidos serão bons tanto para para o consumidor quanto para os postos. Ele também ressalta que vai evitar a fraude e adulteração envolvendo o produto, situações cada vez mais comuns. “É uma forma que o governo está querendo para  acabar com a falsificação e com a adulteração da gasolina. É uma prática difícil de fiscalizar. Eu acredito que vai ser muito bom”. 

Do ponto de vista financeiro, alguns motoristas entrevistados pelo Jornal do Commercio, aprovam as novas especificações. “O Amazonas sofre há muito tempo com a oscilação no preço do combustível e com o produto batizado. Não é à toa que estão sempre no centro de fiscalizações. Se for para pagar um valor mais alto, mas com um produto de qualidade, que vai ajudar o motor do veículo, eu acredito que traga um benefício para todos”, diz o gerente de vendas Gleison Soares. 

A pedagoga Lia Oliveira concorda que os novos padrões para o combustível traz um ganho expressivo para os consumidores. “Se for um produto de qualidade e com as vantagens que estão anunciando, com certeza vai compensar o valor final. Aqui no Amazonas pagamos um valor muito caro, com aumento, muitas vezes sem justificativa. Estava na hora de mantermos o padrão mundial ao menos na categoria do combustível”.

Especificidades

Em matéria divulgado no portal G1, o engenheiro mentor de Tecnologia e Inovação para Energia a Combustão da SAE Brasil, Everton Lopes citou as principais melhorias na nova gasolina, conforme ele explica, são dois pontos:

“Principalmente na questão da densidade, em tese, [o combustível terá] mais energia por litro de gasolina comprado. Isso se traduz, no final do dia, em uma maior autonomia. Deve trazer o benefício por volta de 3%, 4%, até 5% do consumo atual”.

Agora, a densidade mínima é 715 kg/m³. Ou seja: cada litro de gasolina deve pesar, no mínimo, 715 gramas. Não havia essa regra antes. “Outro fator é a octanagem, que ajuda o carro a ter um desempenho mais próximo àquele que foi projetado de fato.”

A gasolina brasileira precisava ter 87 octanas. Segundo as novas regras, esse valor passou para 92 octanas, de acordo com a metodologia RON. Para 2022 o índice será de 93 octanas.

Lopes explica ainda que os motores funcionarão de maneira mais próxima do que é especificado pelas fabricantes. A gasolina vendida ao público, quando não segue os mesmos padrões das montadoras nos testes, pode não entregar o rendimento esperado. Com a melhoria do combustível, o veículo irá se comportar de maneira mais homogênea.

Andréia Leite

é repórter do Jornal do Commercio
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