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MPEs geram mais empregos no Amazonas

O saldo de empregos com carteira assinada das micro e pequenas empresas do Amazonas (1.871) superou os dados globais estaduais (1.855) de março. Os pequenos negócios amazonenses apresentaram média de 12,17 novos postos de trabalho a cada mil já existentes. O Estado superou a média brasileira – que registrou fatia de 57,9% para as MPEs (106.796) nas vagas formais – e ocupou a terceira posição no ranking nacional, atrás de Rio Grande do Norte e Roraima. Os dados são do Sebrae e foram embasados no Caged.

O desempenho de março correspondeu a uma aceleração ante os saldos negativos de janeiro (-454 vagas) e fevereiro (-913), o período mais crítico da segunda onda de covid-19 no Estado. Foi suficiente para tirar o acumulado do vermelho, mas as MPEs amazonenses acabaram respondendo por apenas 19,72% (504) dos empregos formais do trimestre (2.555) – resultado pior do que apresentado em igual trimestre de 2020 (+974). Para efeito de comparação, nos três meses iniciais deste ano, os pequenos negócios responderam por 70,1% dos postos de trabalho do Brasil (587 mil).

As médias e grandes empresas do Amazonas foram na direção contrária e amargaram um pequeno corte de 8 vagas, entre fevereiro e março, embora tenham sido responsáveis por 78,82% dos empregos do acumulado (2.014). A administração pública, por sua vez, teve -7 e postos +41 de trabalho, respectivamente. Já o comparativo do primeiro trimestre de 2021 com o mesmo período de 2020 – quando as MGE haviam amargado a eliminação de 1.788 ocupações – mostra panorama melhor para os negócios de maior porte, em âmbito local.

No primeiro trimestre de 2021, as unidades federativas que proporcionalmente mais contrataram foram Mato Grosso (com 56,06 novos postos a cada mil já existentes), Rio Grande do Norte (+49,68 por mil) e Santa Catarina (+48,93 por mil). O Amazonas (+3,28 por mil) ficou na última posição do ranking, nesse tipo de comparação, sendo precedido por Rio de Janeiro (+16,24 por mil) e Rondônia (+18,33 por mil).

Indústria e serviços

A indústria de transformação foi o segmento que mais puxou a abertura de empregos nos pequenos negócios do Amazonas, com 655 novas vagas – em paralelo com um corte 561 vagas, nas médias e grandes empresas. Foi seguida de perto pelo setor de serviços (+592), que também foi a atividade que mais empregou nas companhias de maior porte (+411). Na sequência do ranking das MPEs amazonenses vieram o comércio (+408) a construção (+232), agropecuária (+16) e atividade extrativa mineral (+2), sendo que o único dado negativo da lista veio dos serviços e utilidade pública (-34).  

Em relação ao saldo total do trimestre, as contratações das micro e pequenas empresas amazonenses só conseguiram avançar na indústria de transformação (+1.038), serviços (+316), agropecuária (+13) e serviços de utilidade pública (+4)– contra os crescimentos de 488, 2.116, 34 e 50 postos de trabalho, contabilizados pelas MGEs, respectivamente. Em sintonia com as restrições impostas pela pandemia, o comércio foi o que mais extinguiu vagas celetistas, tanto para os pequenos (-777), quanto para os médios e grandes negócios (-780). As MPEs do Amazonas também amargaram perdas significativa na construção (-96).

Em âmbito nacional, foi observada uma mudança no perfil dos setores que mais contrataram nas MPEs. Serviços (+38.884) continua liderando, mas a indústria de transformação (+27.759) subiu da terceira para a segunda colocação, ultrapassando a construção (+18.386). Comércio (+11.884), por sua vez, caiu da segunda para a quarta posição. Outra situação que chamou a atenção do Sebrae foi que o estrato que mais contratou em todo o Brasil foi o setor de serviços das MGE (+55.873).

Terceira onda

A gerente da unidade de Gestão e Estratégia do Sebrae-AM, Socorro Correa, reforça que os pequenos negócios seguem como os principais geradores de emprego, com vagas em todos os setores da economia. A executiva observa que, no cenário brasileiro, o primeiro trimestre foi “bem melhor” para as MPEs. Ressalta ainda que os pequenos negócios estão se adaptando ao comércio à distância ou mudando de atividades para sobreviver à crise da covid-19, mas lembra que a situação local apresenta descolamento da nacional, em função da cronologia da pandemia. 

“Quando analisamos a situação do Amazonas, é obvio que o resultado do primeiro trimestre de 2021 não espelha o bom resultado que o país teve no mesmo período. A segunda onda da pandemia, que afetou gravemente o Estado, trouxe quedas acentuadas nas vendas e desaqueceu a economia. Um reflexo disso foi o Amazonas configurar em último lugar no ranking nacional no item saldo de empregos por mil empregados, no saldo acumulado”, analisou.

Socorro Correa salienta, contudo, que o Amazonas conseguiu sair do 27º para o terceiro lugar no ranking nacional de saldo de emprego, em março, em paralelo com as graduais flexibilizações no atendimento presencial da clientela, formalizadas pelos decretos estaduais. Mas, a gerente da unidade de Gestão e Estratégia do Sebrae-AM, lembra que o risco de uma terceira onda existe e depende dos cuidados sanitários e de distanciamento social de todos. 

“Muito provavelmente, com o retorno do funcionamento dos estabelecimentos empresariais em geral, houve necessidade de contratação de mão-de-obra. Um dado importante, mas que ainda requer bastante atenção é que, se as condições sanitárias obrigatórias não forem cumpridas por empresários, funcionários e clientes, haverá necessidade de novas intervenções governamentais para garantir a saúde pública e, consequentemente, prejuízo para a economia, para os pequenos negócios e para os seus funcionários”, arrematou.

Alta no nono mês seguido

Em março de 2021, o saldo das micro e pequenas empresas de todo o território nacional (107 mil vagas) superou de longe o das médias e grandes empresas (67 mil). O mesmo se deu no acumulado do ano, com 587 mil contra 190 mil, respectivamente. O saldo mensal médio, por sua vez, apresentou uma vantagem de 195 mil contra 63 mil, na mesma ordem. A cada novo posto de trabalho gerado por uma MGE, foram criados outros nas MPEs, apesar de uma ligeira rebaixa no padrão de contratações.

Em matéria divulgada por sua assessoria de imprensa, o presidente do Sebrae nacional, Carlos Melles, avalia que os números confirmam que os pequenos negócios são essenciais para a retomada econômica brasileira. “Esse é o nono mês em que as micro e pequenas empresas puxam a geração de empregos formais no Brasil. Não há dúvida que elas são o motor da nossa economia. Mesmo diante da sobrevida da pandemia, os resultados positivos sinalizam o quanto é importante a continuidade de medidas emergenciais que amparem o segmento”, finalizou.

Foto/Destaque: Divulgação

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio
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