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Motoristas da Uber são desligados por cancelamento de corridas

Motoristas de aplicativos da Uber estão sendo excluídos da plataforma após sucessivos cancelamentos de corridas. Conforme a empresa, essa ação por parte da categoria configura mau uso do app e atrapalha tanto a atuação do sistema quanto de outros motoristas. Até o momento, cerca de 1.600 motoristas em todo Brasil foram retirados da plataforma. 

Números que são confrontados pelo representante da (Ameap-AM) Associação de Motoristas por Aplicativo de Manaus, Alexandre Matias ao afirmar que, somente no Amazonas,  esses números chegam a 2 mil. Apesar de não ter recorte desse quantitativo a nível local, a Uber garante que as associações estão divulgando números que não condizem com a realidade.

“Todos os dias nós temos até trinta motoristas banidos da plataforma. São números crescentes. Amanhã, esse quantitativo já é outro. Não estamos falando de exclusões aleatórias”. 

Alexandre Matias alega que essa medida da empresa é simplesmente financeira porque trata dos motoristas que não quiseram aceitar as corridas que não são válidas para eles. “Se o nosso sistema é de parceria e não de CLT, o prestador de serviços tem o direito de negar determinada função  quantas vezes forem preciso”. 

De acordo com Matias, a Uber diz que os profissionais têm o direito de escolher trabalhar a hora, da forma e o dia que quiserem, mas na verdade não. Ele diz que os apps estão selecionando os motoristas que eles querem ficar para aumentar o rendimento deles. “Não vale a pena aceitar corridas que são rentáveis apenas para a  empresa e para os motoristas valores irrisórios. Hoje a forma de ganho dos motoristas por app mudou muito. Se as empresas de aplicativos entraram no país com uma proposta de mudança de vida para os motoristas, hoje conseguiram quebrar vários, principalmente na pandemia com um número excessivo de passageiros que o sistema não comporta”, declara.

Exclusão prevista no código

Por meio de nota a Uber ressalta que dos cerca de 1 milhão de motoristas e entregadores parceiros cadastrados na Uber, 0,16% do total apresentaram – de maneira recorrente – comportamentos que prejudicam intencionalmente o funcionamento da plataforma. Com isso, atrapalham outros motoristas e usuários que apenas desejam gerar renda ou se deslocar.

“Motoristas parceiros são profissionais independentes e, assim como os usuários, podem cancelar viagens quando julgarem necessário. Cancelamentos excessivos ou para fins de fraude, porém, representam abuso do recurso e configuram mau uso da plataforma, pois atrapalham o seu funcionamento e prejudicam intencionalmente a experiência dos demais usuários e motoristas. A Uber tem equipes e tecnologias próprias que revisam constantemente as viagens e os cancelamentos para identificar suspeitas de violação ao Código da Comunidade e, caso sejam comprovadas, banir as contas envolvidas”, diz o texto..

A empresa enfatiza que comportamentos como a prática de cancelar diversas viagens em sequência logo após terem sido aceitas prejudicam negativamente todos que usam a plataforma porque, de um lado, impedem que outros motoristas parceiros gerem renda atendendo as mesmas solicitações de viagens canceladas, e, por outro, deixam os usuários esperando mais tempo ou até desistindo da solicitação.

“O abuso no cancelamento de viagens não tem nada a ver com a liberdade do motorista parceiro de recusar solicitações. Na Uber, o motorista é totalmente livre para decidir quais solicitações de viagem aceitar e quais recusar. A conexão entre parceiro e usuário – quando nome, modelo e placa do carro são compartilhados e o usuário recebe a confirmação de que o motorista está a caminho – só ocorre depois do motorista ter conferido as informações da solicitação (tempo, distância, destino etc.) e decidido aceitar a realização da viagem.”

Reflexos

Vale lembrar que a prática de cancelamento nas corridas por aplicativos tem sido uma constante no Amazonas. O cenário é motivado pelas sequências de aumentos  no preço dos combustíveis e das taxas repassadas para a Uber de até 45% em relação a cada corrida. 

Foto/Destaque: Divulgação

Andréia Leite

é repórter do Jornal do Commercio
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