Pesquisar
Close this search box.

Morte de Chávez afeta setor

https://www.jcam.com.br/ppart07032013.JPG

A morte do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, na terça-feira (5), deverá movimentar o setor de turismo no Amazonas, mas ainda não se sabe se a favor ou contra, segundo análise do presidente do Sindetur (Sindicato das Empresas de Turismo no Estado do Amazonas), Mário Tadros. “Os problemas que enfrentamos com o turismo aéreo e rodoviário com destino à Venezuela, já vem de tempos devido à falta de logística e do excesso de burocracia respectivamente”, diz.
Trados disse que a Ilha de Margarita, no caribe venezuelano, era o destino mais procurado pelos manauaras. Mas o cancelamento dos voos com escala em Caracas, capital da Venezuela, pelas companhias áreas, dificultou consideravelmente o acesso ao destino turístico.
“Hoje a realidade é outra, os voos com destino à Margarita, saem de Manaus, sobem primeiro para o Panamá e depois voltam para Caracas e seguem para a ilha, são três conexões, que na maioria das vezes, demoradas e cansativas para os turistas que hoje dividem o destino final com o México e Caribe”, explica Trados.
Já na questão do turismo rodoviário para Margarita, Tadros lembra que as constantes ocorrências policiais naquele território, tendo como alvo os brasileiros, fez com que essa modalidade diminuísse tanto, que está fora das estatísticas. “Houve reuniões entre os dois representantes dos dois países, na tentativa de sanar os problemas, mas que surtiram pouco efeito. A situação piorou nos últimos meses e os grupos de turistas que fretavam ônibus ou particulares com veículos de passeio diminuíram, quase acabaram, devido a falta de segurança na zona de fronteira controlada por militares da Guarda Nacional venezuelana, seguidores fanáticos do regime chavista”, conclui Trados.

Consequências na ZFM

As consequências da morte do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, deverão ser sentidos em países vizinhos, entre os quais o Brasil, e poderão afetar alianças políticas e econômicas regionais, na opinião de analistas dos setores.
Com o objetivo de fortalecer intercâmbio comercial entre Venezuela e ZFM (Zona Franca de Manaus), mediante ações complementares, representantes do governo venezuelano e da Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus), têm agendado encontros, para discutir aspectos do modelo ZFM e identificar potencialidades viáveis para as regiões. Mas, com o falecimento do presidente venezuelano os rumos das intenções podem mudar sensivelmente, e a retomada ser lenta, segundo a autarquia.
Em 2012, o Amazonas exportou U$ 132,5 milhões para a Venezuela, e importou U$ 14, milhões, com um saldo de US$ 118,0 milhões, sendo a Venezuela o terceiro país de destino das exportações do Amazonas no ano passado, em primeiro continua a Argentina seguida da Colômbia.

Relações Internacionais

As consequências da morte do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, deverão ser sentidos em países vizinhos, entre os quais o Brasil, e poderão afetar alianças políticas e econômicas regionais, na opinião de analistas dos setores.
O professor de Relações Internacionais PUC-RJ, Marcio Antônio Scalércio, esclarece que o impacto da morte de Chávez na América Latina dependerá, do resultado da nova eleição presidencial na Venezuela. “A Constituição venezuelana determina que, quando um presidente não pode tomar posse em razão de morte ou incapacidade, o presidente da Assembleia Nacional deve assumir o Executivo interinamente e convocar eleições presidenciais em até 30 dias”, frisou Scalércio.
As relações comerciais entre Brasil e Venezuela cresceram 287% nos últimos 13 anos, de acordo com a Embaixada da Venezuela no Brasil. O saldo é amplamente favorável ao Brasil, que detém superávit de cerca de US$ 3,8 bilhões nas trocas com o país vizinho.
Para o consultor da Control Risks, Nicholas Watson, baseada na Colômbia, as relações comerciais entre Venezuela e Brasil hoje se assentam em bases sólidas e dificilmente serão afetadas pela morte de Chávez. No ano passado, os laços econômicos entre os dois países ganharam um novo rumo quando a Venezuela ingressou formalmente no Mercosul, também integrado por Uruguai, Paraguai e Argentina. “Na última cúpula do bloco, no início de dezembro, anunciou-se que Caracas buscaria antecipar a adoção de todas as normas técnicas do grupo, processo que poderia durar até quatro anos”, lembrou Watson.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
Compartilhe:​

Qual sua opinião? Deixe seu comentário

Notícias Recentes

Pesquisar