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Mortalidade é maior no Amazonas, aponta IBGE

Mortalidade é maior no Amazonas, aponta IBGE

O Amazonas tem uma das menores expectativas de vida em todo o país e também fica devendo em termos de mortalidade infantil. O tempo de vida estimado de um recém nascido, do sexo feminino ou masculino, é de 72,6 anos em âmbito local – uma marca significativamente mais baixa do que os 76,6 anos da média nacional. Com 16,7 óbitos de crianças menores de 1 ano para cada 1.000 nascidos vivos, por outro lado, o Estado apresenta a quinta maior taxa do Brasil.

Os dados esta nas Tábuas Completas de Mortalidade para o Brasil 2019, uma pesquisa divulgada do IBGE. Os dados de expectativa de vida fornecidos pelo estudo são usados como parâmetros para determinar o fator previdenciário, no cálculo das aposentadorias do Regime Geral de Previdência Social. O levantamento é proveniente também da projeção oficial da população do Brasil para o período 2010-2060.

O IBGE-AM observa, no texto de divulgação da pesquisa, que a mortalidade das crianças menores de 1 ano é um indicador da condição de vida socioeconômica de uma região. O Brasil apresentou uma taxa de 11,9 mortes para cada 1.000 nascidos vivos, enquanto o Amazonas teve 16,7 óbitos para a mesma comparação. Amapá (22,6‰), Rondônia (18,8‰) e Maranhão (18,6%) lideram as estatísticas.

O órgão de pesquisa lembra também que a esperança de vida ao nascer reflete sobre o indicador de mortalidade, dado que “um recém-nascido pode sofrer riscos de morte em todas as fases da vida”. Para ambos os sexos, o Brasil apresentou uma estimativa de 76,6 anos. O Amazonas (72,6 anos) também ocupa a quinta posição no ranking, sendo melhor apenas do que o Maranhão (71,4), Piauí (71,6), Rondônia (71,9) e Roraima (72,4). Santa Catarina (79,9), Espírito Santos (79,1) e São Paulo (78,9) têm os melhores indicadores.

O tempo de vida de homens e mulheres para o Amazonas ficou estimado em 69,3 e 76,3 anos, respectivamente e seguiu a tendência nacional – que também apontou diferença de sete anos entre ambos, em média. De acordo com o IBGE, as diferenças de expectativa para os gêneros refletem os níveis de mortalidade de jovens e jovens adultos por causa violenta, “que incidem diretamente nas magnitudes das esperanças de vida ao nascer da população masculina”.

Idosos e sobrevida

Considerada a faixa etária a partir de 60 anos de idade, os “idosos” do Amazonas teriam expectativa de sobrevida de mais 20,7 anos e chegariam aos 80, em média – para as mulheres, o bônus pode chegar a 22,4 anos estendendo a idade terminal para os 82 anos. O levantamento aponta que os extremos se encontram no Espírito Santo (84,4 e 85,5 anos, respectivamente) e em Rondônia (60 e 65 anos). Homens vivem menos no Piauí (77,9) e o mesmo ocorre para as mulheres em Roraima e Rondônia. 

No Amazonas, a probabilidade de sobrevivência entre os 60 e 80 anos de idade foi de 464 para cada mil (homens) e de 597 para cada mil (mulheres). Em todo o país, as maiores probabilidades de sobrevivência, na mesma proporção, foram encontradas no Espírito Santo: 581 (para quem tinha 60 anos) e 723 (80 anos), na ordem. As mais baixas se situaram no Piauí (427 por mil), para os homens, e em Rondônia (557 por mil), para as mulheres. 

Em 1980, 281 em cada mil pessoas nascidas no Amazonas chegavam aos 80 anos (28,1%). Em 2019, esse número passou para 464 em mil (46,4%). O maior aumento observado nesse período, para ambos os sexos, foi encontrado em Rondônia: deixaram de falecer, nesse intervalo de idade, 336 indivíduos para cada mil que atingiram os 60 anos de idade. O menor ganho ficou no Pará (156 para cada mil).

Melhora insuficiente

O supervisor de disseminação de informações do IBGE-AM, Adjalma Nogueira Jaques, reforça que os números de mortalidade infantil do Amazonas colocam o Estado em uma posição desfavorável no ranking, refletindo na esperança de vida da população total, ao nascer– que também foi uma das menores do Brasil. Segundo o pesquisador, as mulheres, por cuidarem mais da saúde e estarem menos expostas à violência, possuem melhores números do que os homens.

“A expectativa de vida de um idoso de 60 anos ou mais também é baixa se comparado às outras unidades da federação. Aqui, a influência direta está no falecimento de pessoas para essa faixa de idade. Embora essa proporção tenha melhorado nos últimos anos, não ocorreu nos mesmos níveis de outros Estados. Na verdade, desde 2010, os números vêm melhorando. O problema é que as condições sanitárias, a saúde da população e a violência não permitem um melhor desempenho do Estado”, encerrou. 

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio
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