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Moinhos querem deter farinha argentina

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Os moinhos de trigo pediram no último domingo ao ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, a ação do governo brasileiro contra a entrada de farinha argentina subsidiada. A reivindicação foi feita em Curitiba, na abertura do 15º Congresso Internacional Brasil, evento que discute a integração da cadeia produtiva, expondo os interesses conflitantes de cada elo. Na ocasião, o governo do Paraná propôs que a indústria faça contratos antecipados para garantir aos produtores a cobertura dos custos.
Stephanes disse que vai encaminhar as reivindicações da indústria e o projeto que prevê entrosamento e aumento contínuo da produção nacional à Câmara Setorial do Trigo. O presidente da Abitrigo (Associação Brasileira da Indústria do Trigo), Sergio Amaral, garantiu que a indústria prefere o trigo nacional e, em segundo lugar, o argentino, mas precisa garantir sua própria viabilidade.
Os preços pagos ao produtor no Paraná, R$ 26,70 a saca de 60 quilos, estão abaixo do custo, atualmente em R$ 29 a saca, de acordo com a Seab (Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento). Essa diferença ocorre num momento em que a indústria levanta a bandeira da integração e o governo do Paraná defende que o cultivo estadual seja dobrado.
O Paraná é responsável por cerca de 55% da produção nacional de 5,7 milhões de toneladas nesta safra. A colheita foi concluída em cerca de 80% das lavouras, mas apenas 20% da produção paranaense foi vendida. As baixas cotações são atribuídas ao crescimento da oferta e ainda não são relacionadas à crise financeira internacional, que tende a se refletir nas commodities nos próximos seis meses.
O presidente da Abitrigo afirma que o problema não é a tarifa zero sobre o comércio de trigo em grão no Mercosul, mas a entrada no Brasil de farinha argentina pronta, subsidiada por Buenos Aires para baratear o pão no país vizinho. Ele disse que o Brasil depende também de maior regularidade nos embarques argentinos, que vêm sendo suspensos freqüentemente.
‘Gostaríamos de ver a indústria contratando antes da safra’, disse o governador do Paraná, Roberto Requião, na abertura do congresso. Ele defendeu que os moinhos comprometam-se com um preço acima dos custos. Lamentou o fato de as importações de farinha terem quadruplicado, chegando a 625 mil toneladas no ano passado.

Mandioca tenta derrubar veto

Enquanto a cadeia produtiva da mandioca ainda tenta derrubar veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à adição de até 10% de fécula na farinha de trigo de programas sociais, a Abitrigo comemora a decisão do Executivo. Os moinhos preferem que o governo mantenha sua posição, conforme Amaral. O Congresso está retomando a discussão e ainda pode promulgar a lei.
O ministro da Agricultura disse que o problema no projeto não é a adição de fécula em si, mas a imposição de punições para quem não o fizesse. Em sua avaliação, a adição deve ser estimulada, mas não obrigatória.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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