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Moeda americana aquece mercado interno

As sucessivas quedas do dólar no mercado interbancário causam agito no comércio e dentro das empresas. Para uns a situação induz à comemoração e para outros à preocupação.
“Os exportadores pagaram um preço altíssimo por isso. O segmento de celulares, por exemplo, foi altamente afetado. Se por um lado o dólar sobrevalorizado faz com que eu compre insumos mais baratos, o real valorizado impõe um ônus à exportação”, explica o diretor executivo da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), Flávio Dutra.
Segundo o diretor, a indústria perde a competitividade quando a exportação é comprometida, mas, de algum modo, isso tem sido compensado pela demanda de mercado interno. As empresas, hoje, estão cada vez mais preocupadas em atender ao mercado interno. De tal forma que, para os empresários, a oscilação do dólar tem sido positiva, na medida em que ela implica e possibilita a redução nos custos dos produtos, já que no Polo Industrial de Manaus (PIM) se utiliza, principalmente, insumos importados.
Em 2008, a balança comercial do PIM registrou uma movimentação de US$ 21,053 milhões no mercado interno. No acumulado de janeiro a agosto de 2009, esse número já chega a US$ 11,161 milhões.

Com um faturamento parcial de US$ 14,873 bilhões, resultado do acumulado dos oito primeiros meses de 2009, o PIM adquire, hoje, 53,87% de seus insumos no exterior, lhe valendo US$ 3,742 bilhões de um total de US$ 6,947 bilhões demandado (até agosto). Só o Polo Eletroeletrônico capta US$ 3,123 bilhões desse montante.
Para o secretário de Planejamento e Desenvolvimento Econômico do Amazonas, Denis Minev, como uma grande parcela das organizações atua no mercado internacional, é preciso olhar a situação sob dois aspectos distintos.
“No caso dos exportadores, o aspecto é negativo uma vez que são prejudicados pela desvalorização do dólar. Já no caso das importações, a desvalorização é positiva, uma vez que os custos da maioria dos insumos são cotados na moeda americana”, destacou.
Na opinião do secretário, outro aspecto positivo também merece ser destacado que é o fato de a desvalorização da moeda americana reduzir uma boa parcela dos compromissos das empresas, considerando que são calculados em dólar.
No caso da Zona Franca a maioria dos produtos produzidos destinam-se ao mercado nacional.
“A exportação é mínima pra nós. Não adianta o dólar subir se a gente não vai exportar. O segmento de bicicleta, por exemplo, está morrendo. Nós éramos os terceiros maiores montadores de bicicleta do mundo. Estamos perdendo porque está entrando no mercado bicicleta importada”, declarou o presidente da Associação das Indústrias e Empresas de Serviços do Polo Industrial de Manaus (Aficam), Cristovão Marques.
Com o dólar em queda, informou ele, é possível con­se­guir baixar o custo de produção e de matéria-prima, agregando mais competitividade às empresas, e criando condições ideais para reduzir o preço final do produto.
“O dólar subindo é melhor pra quem exporta soja, gado, carne de frango, que não é o nosso forte”, disse Marques.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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