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Ministro rebate críticas à Copa

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O legado da Copa de 2014 em Manaus foi discutido na tarde de ontem (2) durante a palestra “Legado Nacional Copa para

Todos”, realizada no auditório Gilberto Mendes de Azevedo, sede da Fieam (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas).

A capital amazonense foi a primeira das 12 cidades-sede de jogos do mundial a receber o encontro, que reuniu entidades de

classe, lideranças de movimentos sociais, além de autoridades e gestores dos três níveis de governo.
Promovido pela Secretaria Geral da Presidência da República, o evento é uma iniciativa do governo federal para tentar minimizar

as reações populares contrárias à realização da Copa do Mundo no Brasil – e também de possíveis reflexos desse

descontentamento nas eleições de outubro. Na opinião do ministro da Secretaria Geral da Presidência da República, Gilberto

Carvalho, muitas destas reações negativas foram provocadas pelo próprio governo, ao não manter a população informada sobre

o significado do torneio.
“Entendemos que a Copa é uma grande oportunidade. Ela não prejudica a educação e não prejudica a saúde. Pelo contrário, ela

vai trazer para o país, e para esse Estado, mais recursos para a gente poder dar conta da imensa tarefa social que nós temos”,

explicou o ministro.
Corroborando a fala do ministro, o secretário Nacional de Articulação Político-sociais, Wagner Caetano, apresentou números

sobre os investimentos federais em diversas áreas em comparação com o gasto nos estádios –classificado por ele como o “único

custo exclusivo para a Copa”. Segundo os dados da Secretaria, enquanto se gastou, entre 2007 e 2014, R$ 8 bilhões na

construção ou reforma das 12 arenas, os investimentos em saúde e educação superaram os R$ 758 bilhões no mesmo período.

Somente em 2012, ainda de acordo com o secretário, foram investidos pelo governo federal R$ 74 bilhões em educação e mais

de R$ 92 bilhões em saúde.
Além dos investimentos em saúde e educação, foram apresentados números referentes aos gastos com mobilidade urbana,

telecomunicações, portos, aeroportos, turismo, segurança, entre outros. Tiveram destaque também, a geração de empregos

visando a Copa do Mundo: 24.500 vagas na construção civil e mais de 3 milhões no turismo.

Arena
Dos R$ 8 bilhões destinados para a construção dos novos estádios, R$ 605 milhões foram investidos na Arena da Amazônia,

único palco dos jogos na região Norte. Apesar dos números positivos, o deputado estadual Marcelo Ramos (PSB) questiona os

investimentos feitos pelo governo federal no Amazonas visando a Copa. Na opinião do parlamentar, o Estado foi contemplado

com apenas uma obra federal da matriz da Copa: a ampliação do Aeroporto Internacional Eduardo Gomes.
“No Amazonas, as únicas coisas que eles investiram foram R$ 700 milhões de empréstimo na Arena -então, portanto, eles não

investiram; só emprestaram dinheiro para nós nos endividarmos -e o aeroporto, onde eles fizeram aquela pequena ampliação.

Para a Arena, o governo não botou nenhum centavo, eles emprestaram um dinheiro que nós vamos ter de pagar depois”,

lamentou Marcelo Ramos.
A despeito da utilização do espaço após o mundial, o ministro Gilberto Carvalho descartou a possibilidade de se tornar um

“elefante branco”.
“Quem fala em elefante branco não conhece o novo conceito desses novos estádios. A Arena (da Amazônia) foi construída

dentro de uma nova filosofia, que não é só do futebol. Em Brasília se dizia que o estádio Mané Garrincha seria um elefante

branco e no entanto ele tem sido palco de muitos shows e jogos –jogos de times do Rio de Janeiro, que vão jogar em Brasília

porque dá muito mais renda e virão jogar em Manaus também. Teremos a oportunidade de dinamizar o futebol local, na cultura e

do ponto de vista social também”, defendeu.
Já o deputado não tem dúvidas de que o estádio amazonense ficará subutilizado após os quatro jogos marcados para acontecer

em Manaus.
“A questão não é gerar público. Para o Flamengo, por exemplo, vir jogar aqui em Manaus, ele exige o pagamento de todas as

passagens, renda da bilheteria e ainda quer receber um cachê. O que o Amazonas ganha com isso? Não basta lotar a Arena,

temos que gerar recursos para bancar os custos mensais de R$ 500 mil que ela gera”, criticou Ramos.

Convidados
Também participaram da palestra o coordenador da UGP-Copa (Unidade Gestora do Projeto Copa), Miguel Capobiango; o

secretário da ManausCult (Fundação Municipal de Cultura e Artes), Bernardo Monteiro de Paula e o vice-presidente da Fieam,

Nelson Azevedo.

Turismo
Durante a apresentação, o secretário Nacional de Articulação Político-sociais, Wagner Caetano, informou que a Embratur

(Instituto Brasileiro de Turismo) espera receber, durante os 30 dias de Mundial, 600 mil turistas estrageiros (o dobro do registrado

na Copa do Mundo da África do Sul, em 2010) e movimentar mais de 3 milhões de turistas brasileiros. Os gastos dos turistas

devem ultrapassar os R$ 25 bilhões.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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