O ministro do Esporte, Orlando Silva (PCdoB), afirmou nesta terça-feira por meio de sua página no microblog Twitter e minutos antes de prestar depoimento em audiência conjunta na Câmara dos Deputados, que pretende “desmascarar as farsas publicadas que atacam minha honra, meu partido e meu governo”. Pressionado a prestar esclarecimentos sobre o suposto envolvimento em um esquema de corrupção para a liberação de recursos públicos para organizações não-governamentais (ONGs), o ministro será, por enquanto, o único a ser ouvido sobre as suspeitas de irregularidades envolvendo a pasta.
Mais cedo, a Comissão de Educação do Senado rejeitou requerimento para ouvir o ex-policial militar João Dias Ferreira, que acusa o ministro do Esporte de participar do esquema. A oposição, no entanto, conseguiu articular um “depoimento informal” do ex-PM ao mesmo tempo em que Silva irá falar aos parlamentares.
João Dias Ferreira, denunciante do suposto esquema do qual o atual ministro do Esporte faria parte, foi um dos cinco presos no ano passado pela polícia de Brasília sob acusação de participar de desvios de recursos destinado a um programa da pasta. Investigações passadas apontavam diversos membros do PCdoB como protagonistas das irregularidades, na época da Operação Shaolin, mas é a primeira vez que o nome do ministro é mencionado por um dos suspeitos.
Ferreira, por meio da Associação João Dias de Kung Fu e da Federação Brasiliense de Kung Fu, firmou dois convênios, em 2005 e 2006, com o Ministério do Esporte. De acordo com ele, o esquema utilizava o programa Segundo Tempo para desviar recursos usando ONGs como fachada. Orlando Silva foi apontado como mentor e beneficiário desse esquema. As ONGs recebiam verbas mediante o pagamento de uma taxa que podia chegar a 20% do valor dos convênios.
Conforme a acusação, o ministro teria recebido, pessoalmente, dentro da garagem do Ministério, uma caixa de papelão cheia de cédulas de R$ 50 e R$ 100 provenientes da quadrilha. Parte desse dinheiro, acusa a revista Veja, foi usada para pagar despesas da campanha presidencial de 2006. Ela nega as acusações.
O convite para o policial e o governador do DF (Agnelo Queiroz – PT) deporem foram apresentados pelo líder do PSDB, Alvaro Dias (PR). O tucano argumentava que não seria possível ouvir o ministro sem apresentar o contraditório. “Ninguém estaria chamando o policial para aplaudir. Ele vai ter que apresentar provas. O contraditório é indispensável para oferecer à sociedade os esclarecimentos necessários”.
O senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) também criticou a blindagem governista. “Sem trazer o policial, será uma farsa”.
Os principais líderes governistas acompanharam a votação na Comissão de Educação.
O líder do PC do B, Inácio Arruda (CE), reclamou da presença do policial e disse que o partido, que tem entre seus quadros o ministro, está sendo perseguido.
Ministro diz que vai desmascarar farsa sobre fraudes
Redação
Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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