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Ministro ameaça fechar hotéis

O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, anunciou ontem “tolerância zero” para abusos de preços nas diárias dos hotéis, conforme denúncias divulgadas pela imprensa, por causa da Copa das Confederações, que começa neste sábado (15), em Brasília, com o jogo Brasil x Japão, e da Copa do Mundo de 2014, programada para acontecer em 12 capitais brasileiras.
Em entrevista ao programa Bom Dia, Ministro, produzido pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República em parceria com a EBC Serviços, o ministro disse que o governo poderá acionar a Polícia Federal, além dos órgãos de fiscalização dos Estados e municípios, pois “aqueles que pensam que podem abusar dos consumidores precisam saber que a mão pesada do Poder Público vai agir e pode até ter hotel fechado por causa disso”.
Rebelo alertou ainda que “na última vez em que [os hotéis] tentaram fazer isso, tiveram que devolver dinheiro às pessoas que pagaram preços abusivos na Rio+20, no Rio de Janeiro”. Ele acrescentou que o governo não vai aceitar que a rede hoteleira aproveite os eventos esportivos para superfaturar os preços, pois “isso vai prejudicar o país e a cidade onde for praticado esse abuso, que perderá eventos e destinos turísticos”.

Gastos

Os gastos dos turistas brasileiros no exterior chegaram a US$ 6 bilhões nos três primeiros meses de 2013. São US$ 700 milhões a mais do que no período equivalente do ano passado e US$ 1,3 bilhão a mais do que no primeiro trimestre de 2011. Os números foram apresentados à Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo pelo presidente da Embratur, Flávio Dino, e realçam o déficit existente entre a quantidade de brasileiros que viaja para fora e a de estrangeiros que visita o Brasil.
A CDR realizou audiência pública com objetivo de debater as estratégias do país para promover o turismo a partir dos megaeventos que estão agendados no Brasil, como a Jornada Mundial da Juventude, da Igreja Católica, e a Copa das Confederações, a serem realizadas em julho deste ano, além da Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016.
Apesar de o receptivo internacional crescer, ainda temos tendência de déficit. O fato gerador é o grande número de viagens internacionais feitas pelos brasileiros. Isso não é motivo de críticas, pois demonstra a pujança da vida econômica dos brasileiros, mas significa geração de empregos e negócios em outros países. Evidentemente que, num Estado Democrático de Direito, não se cogita nenhuma medida restritiva. Porém, temos que analisar a ausência de competitividade e os preços melhores das viagens para fora. É um debate de toda a sociedade, não apenas da Embratur ou do Ministério do Turismo – afirmou.

Crescimento

Segundo Flávio Dino, o turismo internacional no país cresceu 4,5% no ano passado, ainda assim está longe de compensar o volume de saídas de brasileiros. Os Estados Unidos são um bom exemplo. Cerca de 600 mil americanos vêm ao Brasil anualmente. Em compensação, mais de 1,5 milhão de brasileiros viajam aos Estados Unidos.
A solução, de acordo com o presidente da Embratur, passa por três providências: o fortalecimento de ações de promoção do Brasil no exterior; a facilitação da entrada de estrangeiros no Brasil, com a revisão da política de vistos; e a melhoria da competitividade, com a prática de preços justos, o que vai depender fundamentalmente da participação do setor privado.
Avançamos um pouco no ano passado, com duas medidas adotadas pelo governo federal, que foi a redução da tarifa da energia elétrica e a inclusão da rede hoteleira e da aviação no Plano Brasil Maior. Mas é preciso avançar numa agenda de desoneração tributária para que o Brasil não perca este momento favorável que temos à frente – disse.

Abusos

O presidente da Embratur afirmou que a rede de hotéis do Brasil está crescendo com os investimentos do setor privado, mas admitiu o risco de cartelização e de práticas abusivas de mercado, com margens abusivas de lucro, o que resulta em tarifas caras sem justificativa:
– Eu nunca encontrei razão científica, concreta e objetiva para muitas das tarifas hoteleiras cobradas no Brasil. Isso é um equívoco. É a renúncia ao futuro pelo lucro imediato e compromete a imagem do Brasil de modo duradouro. Essa questão tem que ser olhada com cuidado – afirmou. A falta de concorrência no setor de aviação também preocupa, assim como o preço das passagens, outro item que precisa ser debatido na opinião do presidente da Embratur.
Ele defendeu duas medidas importantes para o setor, como a imediata implantação do Plano de Aviação Regional, lançado recentemente pela presidente Dilma Rousseff, e a adoção da política de céus abertos na América do Sul, a exemplo do que acontece na União Européia, detalhe que foi defendido também pela senadora Lídice da Mata (PSB-BA).

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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