Uma pesquisa coordenada pelo professor Antonio Padilha Feltrin, da Unesp (Universidade Estadual Paulista), resultou na criação de uma metodologia e de um software para auxiliar as companhias de distribuição a calcular e identificar os pontos mais vulneráveis às perdas.
Segundo informações divulgadas pela Agência Fapesp, no caminho entre a usina geradora de energia elétrica e as tomadas nas casas dos consumidores, o Brasil perde cerca de 18% da eletricidade que produz. Isso equivale à geração de uma usina de porte médio, como a de Ilha Solteira, no noroeste do Estado de São Paulo, com capacidade de 3.400 MW. Estima-se que a maior parte dessas perdas, entre 10% e 12% da produção, esteja na parte final do sistema: a distribuição.
O tema vai ser abordado pelo professor Antonio Padilha Feltrin durante o Workshop Temporada de Caça aos Gatos, que a Planeja & Informa vai realizar no próximo dia 28 de julho, no auditório da AEERJ (Associação das Empresas de Engenharia do Rio de Janeiro). O evento vai debater as tecnologias mais modernas que hoje estão colocadas à disposição das concessionárias para combater e prevenir os chamados “gatos”, tanto na rede elétrica quanto na rede de abastecimento de água e experiências de sucesso nos dois setores.
A ideia é reunir ali representantes das concessionárias dos dois setores, empresas de tecnologia de medição e de consultoria, agências reguladoras e experiências de empresas públicas e privadas no combate ao furto de água e energia e controle de perdas, além de técnicos e estudiosos no assunto, de forma a promover um grande debate que leve a soluções que possam ser colocadas em prática o mais rapidamente possível.
Programa de análise
O dilema da equipe da Unesp foi reunir as vantagens dos dois tipos de aplicativos sem reproduzir as desvantagens. Para isso, uma nova metodologia teve de ser desenvolvida e, a partir dela, foi criada um programa computacional.
Ao ser aplicado na empresa Elektro, o software foi comparado aos programas mais completos e também aos mais simplificados e se mostrou bastante preciso, apresentando resultados bem próximos aos dos programas tradicionais. E o melhor foi que funcionou de maneira rápida. O software produzido na Unesp reduz o trabalho braçal de levantamento e inserção de dados e retorna resultados após algumas horas.
Agora, o grupo pretende aprimorar o programa, inserindo probabilidades de ocorrência. “Com isso, aumentaremos a qualidade dos resultados.