A disputa pelas presidências da CMM (Câmara Municipal de Manaus) e ALE (Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas) conta com a presença discreta da bancada de oposição das duas Casas. Marcadas pelo número reduzido de parlamentares, as oposições lançaram à disputa os nomes de seus representantes mais expressivos: Mário Frota (PDT) na Câmara e Luiz Castro (PPS) na Assembleia.
Os dois parlamentares afirmam que foram escolhidos em consenso com seus pares. E que pretendem gerir as Casas de forma conjunta e diferenciada das administrações atuais.
“Fui escolhido por meus companheiros por minha experiência, sei que nosso número é pequeno frente ao número de vereadores da situação, contudo é uma questão de honra a candidatura de um representante da oposição”, salientou Mário Frota.
Frota admite as dificuldades para vencer a disputa já que a base aliada conta com algo entorno de 32 a 38 votos, ele diz estar receoso sobre o processo de substituição do presidente da Casa, Luiz Alberto Carijó (PTB), que deverá ter votação aberta de acordo com o regimento interno da mesma.
“Seremos a única Casa Legislativa do Brasil que elegerá uma Mesa Diretora por meio de votação aberta, isso para mim é marcação de votos, tira do parlamentar a independência de votar no candidato de sua preferência”, disse.
O vereador acredita que o voto em aberto no painel é uma manobra política do prefeito para marcar a escolha dos seus aliados. Ele afirma que não acredita que os vereadores de situação tenham independência suficiente para assumir uma posição de rebeldia contra Amazonino. “O que temos hoje é uma situação de total controle do Executivo perante a Casa, o voto secreto representa para o prefeito um risco de rebelião”, desabafou.
Castro é candidato, mas ainda pode apoiar Rotta
Na corrida pela presidência da ALE, Castro já diz ter recebido o apoio dos novatos Marcelo Ramos (PSB), José Ricardo (PT), Tony Medeiros (PSL) e Artur Bisneto (PSDB). “Formamos um grupo independente e propomos renovação no relacionamento da ALE com a sociedade. Queremos a recuperação da capacidade de legislar da Casa, defendemos o equilíbrio e a transparência na contratação de servidores em cargos comissionados à disposição da presidência e dos gabinetes parlamentares. E a modificação na forma de desenvolvimento dos trabalhos, que ao longo do tempo, concentra no presidente a escolha de pautas a serem votadas”, destacou.
De acordo com o deputado o grupo já foi procurado pelo também candidato Marcos Rotta (PMDB), que pretende articular com seus pares um possível apoio a sua candidatura.
“O Marcos procurou a mim e ao Marcelo Ramos na tentativa de estabelecer um entendimento para um possível apoio, baseado nas ideias que podemos compartilhar. Contudo, formamos um bloco e vamos definir nosso posicionamento levando em consideração a opinião de todos”, disse. As eleições na Câmara devem acontecer no dia 22 de dezembro e o processo na Assembleia ainda não está definido, podendo ser realizado apenas no final do mês de janeiro.