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Mercado imobiliário no Amazonas busca novo fôlego no período de crise

Divulgação

O mercado imobiliário do Amazonas conseguiu fechar no azul no primeiro trimestre, às vésperas das medidas mais severas para conter a pandemia do novo coronavírus. O segmento também conseguiu avançar em velocidade superior ao projetado. O recrudescimento da crise do Covid-19, no entanto, já colocou um ponto de inflexão nesse quadro e está forçando as empresas a se reinventarem para sobreviver, com a realização de feirões pela internet.

As vendas em todo o Estado cresceram 70,83%, na comparação dos números do primeiro trimestre do ano com os de igual período do ano anterior. No total, as unidades vendidas renderam R$ 205 milhões (2020), contra R$ 120 milhões (2019). Os dados foram compilados e fornecidos pela Ademi-AM (Associação das Empresas do Mercado Imobiliário do Amazonas). 

A projeção inicial da entidade era que o balanço do ano apontasse para um faturamento 23% maior e na casa de R$ 1 bilhão. O otimismo era embalado pelos resultados positivos do ano anterior, quando o mercado imobiliário do Amazonas viu suas vendas aumentarem em 34,99%, de R$ 603 milhões (2018) para R$ 814 milhões (2019). O desempenho também foi 57,45% mais expressivo do que o de 2017 (R$ 517 milhões).

Os três meses iniciais de 2020 registraram o lançamento de 17 empreendimentos, com 5.640 unidades no total. Para efeito de comparação, do segundo trimestre de 2016 ao quarto trimestre de 2017, Manaus registrou apenas seis lançamentos, com um total de 2.490 unidades. Os números só iriam se intensificar, de acordo com a Ademi-AM, a partir do segundo trimestre de 2018. 

Sem projeções

A crise do Covid-19, entretanto, abortou as projeções da Ademi-AM, que prefere não arriscar novas projeções. O presidente da entidade, Albano Máximo, já antecipa como certo que o resultado de 2020 apontará para queda nas vendas, mas considera que o cenário econômico desenhado pela pandemia no país e no Amazonas ainda é volátil para sustentar projeções.  

“Está muito incerto o cenário e é difícil fazer um prognóstico minimamente confiável. Esperamos uma queda, contudo isso ainda não se configurou nos números obtidos até aqui. O que se constata é que as vendas continuam acontecendo e os bancos continuam financiando as unidades. A Caixa Econômica Federal tem trabalhado com muita agilidade, contornando os problemas decorrentes do isolamento e facilitando os trâmites burocráticos de medições e de contratação, o que tem ajudado bastante o setor”, ponderou.

“Grande momento”

Para o diretor-executivo da Vivere Imóveis, Henrique Medina, o que motivou a “ótima performance” do trimestre inicial de 2020 foi o “grande momento” vivido pela economia no período imediatamente anterior à chegada do Covid-19 ao Amazonas. O dirigente cita as melhores condições de financiamento bancário e ao acesso ao crédito, com “juros nunca vistos antes na história do Brasil”, assim como a maior confiança do consumidor e do empresário. 

“Em abril, as vendas despencaram. Esperamos um retorno gradual, a partir de junho. Mas, certamente, tão cedo não viveremos um momento igual ao do pré-pandemia. Só é importante frisar o grande impulso que a Caixa Econômica Federal está dando ao mercado imobiliário local, com antecipação de crédito para as empresas e carência para início de pagamento para clientes pessoa física”, destacou.

Tendências de mercado

Das vendas no Amazonas contabilizadas pela Ademi-AM no primeiro trimestre de 2020, 546 foram do padrão econômico, 224 nos demais padrões verticais, 59 em unidades horizontais e nove unidades comerciais. As vendas dos bancos incluíram nove unidades do padrão econômico e 39 dos demais padrões verticais, além de quatro unidades horizontais e seis comerciais. As vendas líquidas das unidades residenciais verticais, comerciais e horizontais totalizaram 838 unidades.

Três dos bairros de Manaus que mais concentraram lançamentos nos primeiros três meses deste ano ficam na zona Oeste: Tarumã, Lírio do Vale, Ponta Negra (incluindo o loteamento Parque Mosaico). Lago Azul (zona Norte) e Alvorada (zona Centro-Oeste) também estão na lista. Juntos, responderam por 58,2% das unidades vendidas no período, informa a Ademi-AM. 

A partir do perfil dos produtos e clientes majoritários no segmento em Manaus, Henrique Medina, que também é diretor da Comissão da Indústria Imobiliária da Ademi-AM, avalia que os imóveis de dois dormitórios “tipo Minha Casa Minha Vida” para primeira morada devem manter protagonismo no mercado local. “Afinal de contas, as pessoas vão continuar a casar e vão precisar de imóveis”, justificou. 

O dirigente concorda que é justamente essa faixa que estará mais vulnerável aos impactos econômicos da crise do Covid-19, e considera que a pandemia vai gerar novas tendências de mercado. “Condomínios com mais conforto e segurança, com áreas comuns mais bem planejadas, dotadas de espaços para reuniões e academias ao ar livre, terão papel importante. O perfil do produto certamente vai mudar: as pessoas estarão mais dentro de suas casas, a partir de agora. Casas também terão papel importante na retomada, pois as pessoas vão buscar mais privacidade e espaço para passar o tempo”, arrematou. 

Fonte: Marco Dassori

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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