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Mercado diminui projeções para inflação de 2016

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Pela primeira vez no ano, o mercado financeiro diminuiu as projeções para a inflação de 2016. A queda foi de 7,62% para 7,57%, mas ainda se situa mais de 1 ponto porcentual acima do teto da meta de 6,50%, teto que o Banco Central não pode deixar passar este ano. A alta recorrente das expectativas tem sido usada como argumento para que dois diretores do BC votem pela alta dos juros, atualmente em 14,25% ao ano. Nesta terça-feira, 1, começa a reunião da instituição sobre o rumo da taxa e a decisão será divulgada na quarta-feira

O Relatório de Mercado Focus também registrou melhora de outras previsões para o IPCA. Foi visto um alívio na estimativa para a inflação acumulada em 12 meses, que passou de 6,83% para 6,67%, e para o índice de março, que caiu de 0,57% para 0,55% de uma semana para outra. Cedeu ainda a previsão do grupo Top 5 de médio prazo para este ano, que passou de 8,13% para 7,95%. Esse grupo é formado pelas instituições financeiras cujas previsões mais se aproximaram do resultado da inflação recentemente.

Para 2017, no entanto, houve uma paralisia das estimativas. No caso do IPCA, a taxa ficou estacionada em 6,00% pela terceira edição seguida. O BC consulta semanalmente cerca de 120 casas para obter um consenso no mercado sobre as projeções para as diferentes variáveis. Por conta do grande volume de participantes, as mudanças costumam ser tênues de um levantamento para o outro.

Em relação ao crescimento, o que se viu foi mais uma rodada de deterioração. O Produto Interno Bruto (PIB) deve ter retração de 3,45% este ano ante projeção anterior de queda de 3,40%. Para o ano que vem ainda se aguarda uma retomada da atividade de 0,50%, como já apontado na semana passada. O resultado oficial de 2015 será conhecido na quinta-feira e pode balizar as previsões na semana que vem.

Além da pressão das expectativas para a inflação, a recessão econômica também é um dos ingredientes que fazem os analistas do setor privado preverem que os juros ficarão estáveis ao longo de todo o ano. Desta vez, no entanto, eles intensificaram a perspectiva de corte da Selic prevista para o primeiro mês de 2017. No lugar de apostarem em uma baixa de 0,25 ponto porcentual, o que levaria a taxa básica para 14,00%, agora projetam uma redução maior, para 13,75% ao ano.

Pesa sobre essa análise do mercado a importância que o BC passou a dar para o mercado externo desde a reunião passada do Comitê de Política Monetária (Copom). Com isso, o cenário de câmbio também sofreu ajustes, ainda que pequenos, esta semana no boletim Focus. Para dezembro de 2016, a projeção é de uma cotação de R$ 4,35 no lugar de R$ 4,36, com o valor médio do ano passando de R$ 4,20 para R$ 4,19. Já para o fim de 2017, a previsão ficou estável em R$ 4,40, com a cotação média saindo de R$ 4,29 para R$ 4,30.

Ainda em relação ao setor externo, o mercado estima que a balança comercial terá superávit de US$ 40 bilhões este ano e também no próximo – as estimativas anteriores eram de US$ 37,05 bilhões e US$ 39,65 bilhões, respectivamente. Já o rombo calculado para as transações correntes diminuiu de US$ 31,15 bilhões para US$ 29,95 bilhões para este ano e de US$ 25,88 bilhões para US$ 25 bilhões para o próximo.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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