A vinda de grandes construtoras, imobiliárias e incorporadoras para investir em Manaus só está acontecendo porque o Creci (Conselho Regional de Corretores de Imóveis), nos últimos nove anos, treinou profissionais para que tivessem ingresso junto a essas empresas que vieram de regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do país. A garantia é do presidente do Creci 18ª região AM/RR, Paschoal Guilherme Rodrigues, que acaba de ser reeleito para o triênio 2010/2012.
Para o dirigente, se o mercado local não estivesse absolutamente estabilizado e se não houvesse profissionais a altura para representar o grande número de construtoras, o progresso nessa área até viria, mas lentamente. “Está estabilidade que demos aqui na categoria a partir de fiscalizações que temos exercido sobre os nossos próprios profissionais (corretores de imóveis), contribuiu de maneira positiva para a estabilidade da economia na nossa região”, assegurou.
Segundo Paschoal Guilherme, o Creci é um serviço público federal, com poder de polícia, que visa orientar e proteger a sociedade. Ele aconselha a população a nunca fechar um negócio sem antes consultar o órgão para se certificar de que está tratando com um profissional da área. Esta resposta pode ser obtida por meio do telefone 3673-0084 ou por e-mail: [email protected]. “Por conta disso a pessoa ganha o amparo do Código Civil que ao mesmo tempo que dá direitos impõe obrigações ao corretor de imóvel e essa é a nossa função no Creci”, assegurou.
Paschoal deu como exemplo pessoas que fizeram uma poupança para comprar a casa própria envolvendo os membros da família – pai, mãe, filhos- e acabaram colocando o dinheiro na mão de uma pessoa errada, perdendo o sonho da casa própria. “Um dos maiores objetivos do ser humano”, completou.
Conclusão da sede é a meta
Com a obtenção de 91,52% dos votos válidos para presidir o Creci mais um triênio, Paschoal Guilherme vai dar continuidade ao trabalho que vem realizando há 9 anos à frente do conselho. Uma das principais ações é terminar a construção da sede – construída numa área de 1,05 mil metros quadrados na avenida Constantino Nery com o Boulevard- dotada de três andares. Independente da parte de expediente, o prédio terá sala para fechamento de negócios informatizada, além de assessoria jurídica para os corretores de imóveis. “Hoje existem dois tipos de corretores: os que trabalham numa imobiliária – munidos de toda infraestrutura- e os que atuam individualmente, que vão poder utilizar as instalações do Creci”, disse Paschoal que vai dotar o conselho de gabinete odontológico, ginecológico, psicológico e clínico geral.
A obra está avaliada em R$ 1,6 milhão, dos quais mais de R$ 1 milhão já estão garantidos, o que dá tranqüilidade aos associados de que a obra não vai parar. Os recursos são obtidos por meios do pagamento da anuidade dos associados e também conta com a colaboração de construtoras associadas. “Com isso vamos de vez tirar a categoria do anonimato”, assegurou Paschoal.
Creci aposta em responsabilidade social
O Creci está envolvido em algumas campanhas e uma delas é contra a pixação, um crime previsto em lei federal com detenção, segundo o dirigente do órgão. Ele disse que é triste ver um imóvel pronto e de uma hora para a outra aparecer todo pixado, levando em conta a dificuldade do proprietário em construí-lo.
Diante desse quadro que tem sido rotineiro em Manaus, Paschoal disse que a diretoria do órgão fez um convênio com a Casa Viva – que cuida de crianças com o vírus HIV. O acordo consiste na doação de 60 latas de leite em pó por mês, se não houver pixação em nenhuma obra. “Intenção é fazer com que a Casa Viva sensibilize o pixador, em sua maioria jovens desocupados, a mudar de posição, porque caso isso aconteça ele (pixador) também vai estar beneficiando crianças com o vírus HIV”, informou.
Em evento realizado recentemente pelo Creci foram doadas 1.285 latas de leite a Casa Vida. “Isso demonstra que o corretor é participativo e está atento aos problemas sociais”, disse Paschoal.
Levantamento do Creci aponta que 1,2 mil corretores em Manaus estão aptos a trabalhar na área imobiliária, cuja obrigatoriedade é ter no mínimo o ensino médio e um curso técnico em Transações Imobiliárias. Com isso, o profissional pode requerer o registro junto ao órgão, se tornando um profissional liberal.
Na opinião de Paschoal Guilherme, com o boom imobiliário no Brasil inteiro, esse profissional não tem do que se queixar. Ele garante que tem bastante dinheiro na Caixa Econômica e no Banco do Brasil para investimentos nessa área, principalmente agora com a preparação das 12 cidades brasileiras para a Copa de 2014. “Se já estávamos com um crescimento acelerado, agora vai ficar desproporcional”, disse.
Segundo o dirigente, esse cenário vai ser observado mais isso claramente entre os meses de setembro e outubro próximo quando uma média de 80 mil lançamentos imobiliários vão começar a acontecer no país decorrente do projeto Minha Casa Minha Vida, financiado pela Caixa Econômica. “Com três salários mínimos a pessoa vai poder comprar a casa própria, com parcelas na casa dos R$ 200, em 30 anos”, disse, ressaltando que o Amazonas vai ter uma parte significativa nesse bolo porque tem um custo benefício fantástico e ainda é bom para morar em relação as grandes metrópoles.
A ponte sobre o Rio Negro, que liga Manaus ao Iranduba e municípios adjacentes será um excelente atrativo para o setor imobiliário. Paschoal acredita que várias construções devam surgir para o outro lado do rio, porque o acesso vai ser rápido, e menos tumultuado do que chegar ao centro da cidade. “O outro lado do rio tem uma condição geográfica muito boa, com excelente visão de rios, igarapés, apropriada para condomínios horizontais e verticais, o que vai prevalecer classe média media e a média alta que com certeza vai querer morar lá”, disse.
