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Mercado de imóveis usados perde fôlego em Manaus

Depois do ‘boom’ do mercado de imóveis novos e na planta há alguns anos, e mesmo sem uma pesquisa formal, há exatos 12 meses, representantes e corretores do setor imobiliário apontam que há a uma queda visível na venda de imóveis usados –de terceiros– em Manaus.
Atualmente, na imobiliária C & Castro, por exemplo, os imóveis usados representam apenas 20% do faturamento. O restante é decorrente de investimento em casas e apartamentos novos e na planta. Para o diretor da empresa, Augusto Castro, mesmo com muitas pessoas optando pelos empreendimentos nessas condições, a razão principal para a queda é o deficit imobiliário acentuado no que se refere a imóveis de terceiros “Não tem, hoje, em Manaus, um apartamento de 200 metros quadrados usado pronto para ser negociado”, exemplificou o diretor da empresa, Augusto Castro.
O dirigente enfatiza que o público que opta por casas ou apartamentos de terceiros é formado por pessoas que não desejam esperar pela construção de um imóvel adquirido na planta. “Então, eles optam por um usado em boas condições. Por isso, a procura é grande. O que falta mesmo é oferta”, comentou.

Modificações realizadas

A explicação, conforme a presidente do Sindimóveis/AM (Sindicato dos Corretores de Imóveis do Amazonas), Jane Picanço, está na documentação irregular dos imóveis usados. Segundo ela, há poucos para a pronta entrega. “Quando um comprador procura uma casa, o proprietário diz que tem documentação completa. Mas, no momento de conferir, muitas vezes só tem a documentação do terreno sem a casa, ou a documentação de uma casa de dois quartos, quando já foram feitas muito mais construções no local”, explicou.
Ela lembra que o proprietário só pode disponibilizar o imóvel para venda financiada se todas as modificações realizadas estiverem registradas na prefeitura de Manaus, o que implica pagamento de taxas e despesas com cartório. Do contrário, o imóvel é considerado irregular. “Como a maior parte das pessoas opta pelo financiamento por meio da Caixa Econômica, essa irregularidade inviabiliza o fechamento do negócio”, destacou.
A carência de mão de obra para a venda dos imóveis de terceiros é considerada outro agravante. De acordo com o corretor, Giovanni, há uma preferência por parte dos profissionais da área pelas vendas nos estandes –destinados exclusivamente para a venda de imóveis prontos e na planta. Enquanto um corretor de estande ganha entre 1.2% e 1.5% do total da venda, os corretores de rua ganham 6% de comissão mais 1% da Caixa Econômica. Porém, segundo ele, como o fechamento do negócio é mais simples no estande e não exige do vendedor os trâmites de documentação, eles acabam optando por ganhar no volume de vendas.

Queda no preço dos usados é tendência

O diretor de comunicação do Creci (Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Amazonas), Kaled Hauachi, destaca que apesar da retração das vendas, o imóvel usado em Manaus ainda é supervalorizado. “Podemos comparar com o mercado de carros. Os usados desvalorizam rapidamente. Então se o consumidor procura um carro mais em conta, ele opta pelo usado. No caso dos imóveis, isso não ocorre ainda”, detalha Hauachi.
Ele lembra que a tendência é essa supervalorização acabar. “As pessoas estão comprando imóveis para revender futuramente. Daqui há alguns anos esses imóveis serão considerados seminovos ou usados e ocorrerá uma pulverização. Ou seja aumentando a oferta, o preço cai”, ensinou. Ele prevê, dessa forma, um equilíbrio maior entre imóveis novos e usados.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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