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Mercado busca novas alternativas

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Após anos de “boom” no mercado imobiliário, os corretores de imóvel do Estado preparam-se para viver um novo período. Com a queda no número de lançamentos, o mercado que chegou a crescer acima de dois dígitos por ano, teve um crescimento de 6% em 2012 e chegou a apenas 2% em 2013, influenciado, sobretudo pelos programas sociais do governo. Para o Sindimoveis-AM (Sindicato dos Corretores de Imóveis no Amazonas), o momento é para se reinventar.
Os dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) mostram que até março, na área de serviços, o subsetor de comércio e administração de imóveis foi o que mais perdeu vagas. Já há um deficit de -720 vagas no ano e -1.031 no acumulado de 12 meses. O presidente do Sindimoveis-AM, Almir Taveira, explica que o mercado vive hoje uma nova realidade após a crise da Europa. “Falam que não, mas o mundo todo sentiu. Desde então o mercado parou de aquecer. Hoje, o que segura o mercado é o Prosamin, com imóveis de até R$ 150 ou R$ 200 mil, para a classe C e D”, conta.
Segundo Taveira os investimentos feitos pelo governo no setor também são características que mantém o mercado ativo. “Isso começou a ser sentido a mais ou menos uns 2 anos, mas o governo tem dado incentivos que manteve o mercado. Baixaram juros, aumentaram o prazo de financiamento das imobiliárias e incorporadoras. Aliado aos programas sociais estão dando essa sobrevida ao mercado.
A proximidade da Copa do Mundo em Manaus, também tem ajudado o mercado em 2014. O sindicato possui hoje uma parceria com a Amazonastur (Agência Estadual de Turismo do Amazonas) para fazer hospedagens alternativas para a Copa. “Hoje já são 400 imóveis cadastrados no projeto. Há uma procura por essa alternativa, então tem muitos corretores que tem procurado esses imóveis visando os jogos”, destaca.
Segundo dados do Creci-AM/RR (Conselho Regional dos Corretores de Imóveis do Amazonas e Roraima) ainda há hoje no Estado 4.200 corretores de imóveis inscritos, sendo que em torno de 3.000 são atuantes no mercado. “Muitos se transferiram porque foram para outros Estados. Uns saem, outros entram. O mercado ainda pede os profissionais, que estão buscando cada vez mais capacitação. Ainda continua evoluindo, só que diferente de 5 ou 6 anos atrás”, opinou o vice-presidente do Creci, Paulo Mota Júnior.
Dono de imobiliária, o corretor Vitor Maia avalia que o mercado está atualmente passando por ajustes depois de um boom nos últimos cinco anos. “O que acontece hoje é uma maior regulação no crédito que está mudando o perfil do mercado. Antes não tinha imóveis, com uma grande demanda, agora é o contrário”, explicou. Sobre a saída de profissionais do setor, Maia diz que apenas as pessoas que buscaram o mercado no período do boom estão deixando a atividade. “Isso é factual, o mercado está aquecido para outros segmentos além dos imóveis na planta”, disse. Vitor acredita na recuperação do mercado como ocorreu nos Estados Unidos. “Imóvel é ainda um dos melhores investimentos do mercado”, disse.

Investimentos internacionais
Uma das alternativas para reanimar o mercado em Manaus é o aumento de investimentos internacionais na região. Segundo Taveira, há alguns investidores de Portugal que querem construir dois flats de luxo em Manaus este ano. “Eles estão investindo aqui. Na Europa realmente há essa crise, ainda mais agora com essa guerra. Com certeza investirão mais no Brasil, mesmo com os altos impostos daqui. Com a visibilidade da Copa é o momento para buscarmos esses investidores”, ressaltou.
De acordo com Taveira, em outubro o sindicato buscará conversar com a Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus) e com a Amazonastur para buscar formas de trazer esses investidores para a região. “Isso já acontece no Brasil, mas acontece lá para o Sul e Sudeste. Queremos trazer aqui para Manaus. É viável para os corretores, para os construtores, e para os clientes. Temos que buscar esse diferencial. Quem trabalha sente que tem que se readequar a nova realidade”, conclui.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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