Depois de oito cortes seguidos da taxa Selic, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central deve promover a última redução dos juros no atual ciclo de estímulo monetário nesta quarta-feira. Esta é a avaliação quase unânime de gestoras de fundos de estratégia multimercado macro, consultadas pela equipe de fundos da XP.
Com isso, a taxa Selic deve cair hoje de 2,25% para 2,00% ao ano, e permanecer neste menor patamar histórico pelo menos até dezembro.
Embora o cenário continue desfavorável para a economia brasileira, principalmente por conta dos efeitos da epidemia de coronavírus, os gestores reduziram o nível de pessimismo.
A projeção média para a contração do Produto Interno Bruto (PIB) foi diminuída de 7% para 5,50% neste ano, o que a equipe da XP atribui aos dados econômicos da economia divulgados ao longo de julho, com surpresas positivas para boa parte dos investidores.
Já a mediana das projeções para a inflação brasileira em 2020 teve leve ajuste de alta, de 1,50% para 1,60%, com mínima de 1,00% e máxima de 2,10% no ano.
Com relação ao câmbio, as estimativas tiveram poucas mudanças, com a previsão mediana da cotação do dólar ao fim de 2020 sendo elevada de R$ 5,10 para R$ 5,20.
Confira na imagem da tabela as mudanças nas projeções macroeconômicas de junho para agosto.
No que tange às estratégias de alocação das gestoras, a XP assinala que, assim como nos últimos meses, as principais posições entre os portfólios dos fundos seguem as apostas a favor da queda dos juros no Brasil, embora os vencimentos tenham migrado de vértices curtos para vértices médios/longos.
“No mercado de câmbio, por outro lado, vê-se parte dos gestores passando a apresentar posições vendidas [com aposta na queda] no dólar, movimento que seguiu em parte o enfraquecimento recente da moeda”, destaca a XP, em relatório.