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Menos peixe e farinha e mais processados na preferência local

Divulgação

O Amazonas lidera o ranking nacional de aquisição anual per capta de pescado para consumo (13,998 quilos) e supera de longe a média nacional (2,796). Outro destaque vem das farinhas, principalmente de mandioca, cuja aquisição para o consumo é de 10,066 quilos por habitante, no mesmo período – número quatro vezes superior ao da aquisição em todo o país (2,332 quilos por ano).

Apesar da preferência pelos produtos ligados a sua cultura alimentar histórica, o avanço do consumo de produtos pré-prontos e industrializados, entre outros, vem solapando essa preferência. A conclusão vem da análise dos dados da na POF (Pesquisa de Orçamentos Familiares), divulgada pelo IBGE nesta sexta (3). 

O Amazonas foi o Estado que mais adquiriu peixe no percentual domiciliar (3,3%), número 1,6 ponto percentual maior do que o segundo Estado que mais adquiriu peixe, o Maranhão (1,7%). O consumo, contudo, vem caindo. Em 2002-2003, a aquisição era de 50 quilos, caindo para 30 quilos em 2008-2009, e para 14 quilos, em 2017-2018. A posição atual do Amazonas já se encontra ameaçada por Estados vizinhos, como Amapá e Pará. Entre os peixes consumidos pelos amazonenses, a preferência é pelos de água doce – o tambaqui lidera com folga (2,9 quilos), seguido pelo jaraqui (1,6 quilo).

No que se refere às farinhas, féculas e massas, a média de aquisição para consumo per capita alcançou 17,4 quilos. A quantidade só é superada por Amapá (26,5) e Pará (21,6 kg). A farinha de mandioca é o alimento mais adquirido per capta (10 quilos por ano, em média) – contra 17 quilos do amapaense e 15,2 do paraense. Em termos percentuais, o Amazonas foi o terceiro Estado que mais adquiriu farinha no percentual domiciliar (8,7%), perdendo para o Pará (12%) e para o Amapá (10,7%). 

De acordo com a pesquisa, os dez alimentos in natura mais adquiridos em 2017-2018 no Amazonas eram carne de aves (10,4%), arroz (10,1%), farinha de mandioca (8,7%), leite (3,8%), carne bovina (3,5%), feijão (3,1%), peixes (3,3%), macarrão (2,7%), frutas (2,1%) e farinha de milho, fubá e outras (1,4%). Os destaques são as percentagens de aquisição de peixe e farinha de mandioca no Estado. 

Cada domicílio do Estado adquiriu 25,1 quilos de aves e ovos para consumo, per capita ao ano. A preferência é pelo frango abatido (média de 20 quilos por ano). Entre os ovos, a média de aquisição chega a 2,8 quilos por ano. Houve, contudo, incremento na aquisição alimentar de aves e ovos, de 21,236 quilos (2002) para 25,158 quilos (2018). “Aumentou também a aquisição de alimentos preparados e misturas industriais, de 2,551 quilos, em 2002, para 3,475 quilos, em 2018”, destacou o IBGE, no texto de divulgação da pesquisa.

Processados e ultraprocessados

Com fatia de 15,1%, o Amazonas apresentou percentual superior aos demais Estados da Região Norte, quando considerada a aquisição de alimentos processados (pães, queijos, carnes salgadas/secas/defumadas, bebidas alcoólicas, fermentadas, outros). Superou de longe Roraima (8,9%), que ficou em segundo lugar. Na outra ponta, Tocantins (3,3%) teve o menor percentual nesse quesito.

No Amazonas (13,8%), foram os pães que puxaram a percentagem mais elevada. Na categoria de panificados, o Estado (22,9 quilos) lidera a aquisição para consumo na Região Norte. Nesse grupo, o alimento mais adquirido pelos amazonenses é o pão francês, (17,6 quilos por ano, per capta).

O percentual de aquisição de ingredientes processados (óleo vegetal, açúcar, gordura animal, féculas e outros) no Amazonas representou 20,2%, o menor da Região Norte, juntamente com o Amapá. O maior foi o de Roraima (26,2%). Considerando todo o país, Minas Gerais (26,3%) teve o maior número, e Sergipe (17,8%), o menor. 

O IBGE revela que a categoria dos ultraprocessados (frios e embutidos, biscoitos doces, biscoitos salgados, margarina, bolos e tortas doces, e pães) representa 11,4%, no Amazonas. O maior percentual de aquisição desse tipo de alimento no Norte é o do Amapá (13,2%) e o menor o de Tocantins (9,4%). Considerando todo o país, os extremos estão no Distrito Federal (23,2%) e no Maranhão (7,7%).

Mudança de hábitos

Em sua análise concedida ao supervisor de disseminação de informações do IBGE-AM, Adjalma Nogueira Jaques, lembra que, por muito tempo, as famílias amazonenses lideraram as estatísticas nacionais de aquisição de pescado, embora que o quadro vem mudando, em função de mudanças culturais trazidas pela vida moderna. 

“Penso que as pessoas estão cada vez mais substituindo a alimentação tradicional por insumos externos. Aí, podemos ter várias causas. Mas, é fato que está ocorrendo uma mudança de comportamento no consumo de alimentos. Isso se confirma, quando vemos as tabelas de Avaliação Nutricional. Nela, podemos ver uma tendência das famílias para os alimentos processados”, finalizou.

Fonte: Marco Dassori

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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