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Membros da AAL lamentam morte do jurista e colega imortal

O último adeus a Jefferson Péres reuniu no Palácio Rio Negro, na tarde de sexta-feira, representantes das três esferas do Poder Público, além de um grande número de populares. Emocionados, muitos políticos e literatos choravam copiosamente a morte do senador ocorrida as 6h10 da manhã de sexta-feira na residência da família no bairro de Adrianópolis.
Pela vasta lista de bons relacionamentos que mantinha, Péres foi lembrado ainda pelos colegas da AAL (Academia Amazonense de Letras), da qual era membro honorário, juristas e representantes da imprensa local.
O escritor Tenório Telles afirmou que a figura de Péres foi o maior legado humano que o Amazonas cedeu para o resto do país como exemplo de dignidade e fidelização a ideais de hombridade e honradez política. “Ele nos mostrou que é possível construir uma história com dignidade e mantendo ideais convictos”, asseverou o imortal.
O presidente do Sineja (Sindicato das Empresas Jornalísticas do Estado do Amazonas), Guilherme Aluízio de Oliveira Silva, afirmou que o repentino passamento de Péres, deixa melancólico todo um cenário de ética na política brasileira.
“Ele foi um senador franco, duro, exigente, mas profundamente ético. O Estado do Amazonas perde um de seus mais ilustres filhos, o Brasil um de seus mais influentes políticos e seus amigos, uma referência da probidade intelectual formadora do futuro”, assinalou emocionado Gulherme Aluízio Silva.

Trajetória de vida

Nascido em Manaus em 1932, Jefferson Péres se formou em direito em 1959 e em Administração de Empresas em 1967. A trajetória política iniciou em 1988, quando foi eleito vereador, tendo sido reeleito em 1992. Péres chegou ao Senado em 1995. No Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, foi o relator do processo que levou à cassação do ex-senador Luiz Estevão. Também foi relator da Lei de Responsabilidade Fiscal.
No Senado, Péres se destacou pelo trabalho em prol da agilização da Justiça e pela reestruturação da ZFM (Zona Franca de Manaus). A modernização econômica e a moralização das finanças públicas também foram focos de sua atuação no Congresso Nacional.
Atualmente, liderava o PDT no Senado, do qual foi líder da bancada entre 2005 e 2006. Em 2006, com discurso em defesa da ética, Péres foi candidato a vice-presidente, na chapa de Cristovam Buarque.
O féretro do político amazonense foi recebido com honras de chefe de Estado no Palácio Rio Negro, onde foi velado desde as 13h desta sexta-feira, devendo ser sepultado hoje no cemitério São João Batista, bairro de Adrianópolis (zona centro-sul de Manaus).

Arthur fala da viagem ao AM

Na sua última viagem de Brasília para Manaus, o senador Jefferson Péres estava de muito bom humor e durante todo o vôo conversou sobre amenidades com o conterrâneo Arthur Virgílio Neto, líder do PSDB no Senado. “Até rimos. Comentei com ele que estava lendo, e recomendei, a biografia do Tim Maia escrita pelo Nelson Mota”, afirmou o tucano.
Cinema foi outro tema da conversa dos dois senadores durante o vôo, disse Arthur Virgílio. O líder do PSDB disse que comentou com Péres que tinha assistido ao filme ‘Uma Luta pela Esperança’, que relata os desafios enfrentados pelo boxeador americano James Braddock, já em decadência profissional, para garantir a sobrevivência da família durante a Grande Depressão americana de 1929.
Avesso a filmes de violência, Péres teria reagido com humor à indicação de Arthur Virgílio. “Pô, Arthur, não vai me empurrar filme de luta não!”. Foi preciso que o tucano explicasse que, apesar de relatar a vida de um boxeador que sai da decadência e conquista o título mundial, a fita mostrava que o atleta havia sido motivado pela necessidade de sustentar a família. No fim, contou Arthur Neto, Péres passou a se interessar pelo assunto. Sobre política, Arthur Virgílio disse que ele já tinha comentado que deixaria o Senado em 2010 e, se tivesse que continuar nessa área seria candidato a vereador, para dedicar mais tempo à família e a Manaus.

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Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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