O vice-governador José Melo trabalha com três alternativas de filiação, depois de deixar o PMDB, na última semana. A primeira alternativa é a recriação do Partido Liberal (PL). Ele já tem um acordo com os dirigentes nacionais da legenda para assumir a direção regional no Amazonas e um cargo de destaque na direção nacional. A segunda opção seria o Solidariedade, partido que o deputado federal Paulinho da Força tenta emplacar. Neste caso, também seria o presidente regional e diretor nacional. Se as duas falharem, ele assina a ficha do PSD, o que parece a alternativa mais lógica, porque, além de colocar o governador Omar Aziz definitivamente no seu barco, lhe daria tempo de televisão e uma centena de aliados de peso. Não há objeções à sua entrada no partido, mas neste caso ele não teria o controle estadual nem assumiria um cargo de relevância nacional. Em suma, seria um casamento definitivo com o atual chefe do Executivo.
SEM CHANCES
A coluna ouviu ontem um juiz eleitoral sobre as chances de PL e Solidariedade conseguirem o registro a tempo de disputar a eleição do ano que vem. A resposta: “Não vejo nenhuma possibilidade. O único partido que deve obter o registro, com muito suor e um trabalho de quase um ano com grande repercussão nacional é o Rede, da presidenciável Marina Silva.” Mais uma razão para Melo desembarcar o PSD.
CAMAROTE
O senador Eduardo Braga evidentemente não gostou da saída de Melo do PMDB. Embora evitando polemizar, ele tem usado recorrentemente a palavra “traição” quando fala sobre o assunto com amigos mais chegados e aliados políticos. Há quem aposte que ele vai esperar o ex-aliado assumir o governo para autorizar os advogados de seu partido a entrar com uma ação pedindo a cassação do mandato.
NOVA ELEIÇÃO
Se obtiver sucesso na empreitada, o PMDB vai provocar uma eleição indireta. Neste caso, o novo governador seria escolhido pelos deputados estaduais, em votação aberta. A tendência é que um deles tenha o nome referendado, com possibilidade de reeleição, o que colocaria mais alguém na disputa pelo governo, com controle da máquina, e praticamente tiraria Melo do páreo.
ASSANHADO
Quem conversou com o ex-governador Amazonino Mendes nestes últimos dias notou nele uma certa empolgação para disputar este mandato tampão, se Melo fosse cassado. Ele enxerga na possibilidade uma chance de volta por cima. E acha que tanto Melo quanto o governador Omar Aziz embarcariam em sua canoa numa eventual tentativa de reeleição. Seria um adversário e tanto para Eduardo Braga.
TÔ FORA
Com Melo no PSD, assumindo o governo e candidato à reeleição, a deputada licenciada Rebecca Garcia, atual secretária de Governo, já disse a aliados que manterá sua candidatura ao governo. Ninguém acredita. Até para pessoas muito próximas a ela, a primeira alternativa seria a reeleição à Câmara Federal e a segunda o posto de vice em uma das chapas que concorrerá ao governo.
ATENTO
O vice-prefeito Hissa Abrahão está atento a todos os movimentos e parece ser o mais convicto em manter a candidatura ao governo. Conta para isso com o incentivo do prefeito Arthur Neto, de quem tem procurado se aproximar cada vez mais. O jovem político fala abertamente em convencer Rebecca a ser sua vice. Entende que os dois juntos atraem imediatamente o eleitorado da faixa entre 16 e 30 anos, incluindo os manifestantes que foram às ruas em junho.
LINHA DURA
Os deputados Marcos Rotta (PMDB) e Marcelo Ramos (PSB), que devem comandar, de fato, a CPI da Telefonia, querem que o trabalho dê resultados efetivos. Para tanto, pretendem adotar uma linha dura na condução dos trabalhos. Parlamentar que faltar a duas sessões estará fora da Comissão, por exemplo.
INSATISFAÇÃO
Outra boa ideia dos deputados é realizar uma “pesquisa de insatisfação. Rotta explica: “a Anatel divulga regularmente pesquisas de satisfação. Nós vamos fazer o inverso, uma pesquisa de insatisfação porque o que temos percebido é exatamente essa grande gama de insatisfação na capital e também no interior do Estado. Nós vamos percorrer o maior número possível de municípios, atender a toda a região metropolitana de Manaus. Vamos ouvir os consumidores, criar canais de acesso às pessoas com a CPI para que a gente possa ter o maior número de elementos, de subsídios, de informações que vão monitorar e depois formar um relatório único“.
DESABAFO
O deputado Francisco Praciano (PT) fez um discurso mais parecido com um desabafo no plenário da Câmara dos Deputados, em Brasília, sobre a impunidade do prefeito de Coari, Adail Pinheiro (PRP). Ele enumerou os processos que o político responde e disse estranhar que alguns deles sejam sistematicamente retirados de pauta em cortes judiciais. Foi quase um apelo pela condenação que lhe tiraria o mandato.
PARCERIA INÉDITA
O coral da Assembleia Legislativa vai gravar um CD em parceria com a banda de música da Polícia Militar. O anúncio gerou muita expectativa entre artistas, jornalistas e políticos, que tratavam o assunto ontem com muito bom humor. A maioria queria saber qual será a seleção musical escolhida pela parceria inusitada. Não faltaram especulações e sugestões, cada uma mais “criativa”.