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Melhor resultado em 5 anos para a indústria local no ano passado, diz IBGE

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Apesar do aquecimento atípico de novembro para dezembro de 2018 (+4%), a produção industrial amazonense caiu 5% na comparação com o mesmo mês de 2017. Apenas quatro dos dez segmentos cresceram nessa comparação, principalmente a indústria extrativa (+14,8%) e de derivados de petróleo e biocombustíveis (+10,8%). Os dados foram divulgados nesta sexta (8), pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Isso não impediu que o Estado encerrasse o ano com saldo positivo de 5,2% no acumulado, o melhor desempenho dos últimos cinco anos. Foi o suficiente para colocar o Amazonas na terceira posição entre as 14 unidades federativas pesquisadas pelo órgão, perdendo apenas para o Pará (+9,6%) e o Rio Grande do Sul (+5,5%). A média nacional ficou em 1,1% no ano.

Das dez atividades industriais pesquisadas mensalmente pelo IBGE, cinco tiveram desempenho positivo em 2018, com destaque para outros equipamentos de transporte (+17,8%), bebidas (+14,2%), produtos de metal (+8,7%), e informática e eletrônicos (+7,3%).

A outra metade dos segmentos industriais amagou quedas: impressão, reprodução e gravações (-22%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-17,3%), borracha e material plástico (-16,2%), máquinas e equipamentos (-11,6%) e coque e produtos derivados de petróleo (-4,6%).

“Já era esperado um crescimento. Uma explicação para essa alta de novembro para dezembro é que estamos produzindo mais tablets e celulares, produtos que tiveram maior procura para as festas de fim de ano”, ressaltou o vice-presidente do Sinaees (Sindicato da Indústria de Aparelhos Elétricos, Eletrônicos e Similares de Manaus) e conselheiro do Cieam (Centro da Indústria do Estado do Amazonas), Celso Piacentini.

O executivo considera que a recuperação “lenta e discreta” do setor é sustentada, dado o caráter cíclico da economia e o potencial multiplicador da alguns produtos do PIM (Polo Industrial de Manaus). “Entre os produtos que têm registrado boa saída estão aquelas maquininhas de cartão, que são vendidas a pessoas jurídicas e não consumidores finais”, justificou.

Liberação de estoque

Vice-presidente da Fieam (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas), Nelson Azevedo avalia que o aquecimento entre novembro e dezembro se deve ao Black Friday estendido do ano passado. O maior tempo de duração da promoção teria levado as fábricas do PIM a liberarem parte do estoque.

“Grande parte das fábricas deu férias coletivas por volta do dia 10 de dezembro, mas o setor comercial continuou funcionando. Esse aumento ocorreu porque o registro é feito, estatisticamente, na saída do produto, no momento da venda para o comércio. E o varejo esteve aquecido no período, como pudemos comprovar. Mas, o saldo é muito positivo para o setor”, afiançou.  

O dirigente – que também é titular dos sindicatos patronais dos polos metalúrgico, mecânico e relojoeiro – salienta que, embora crescente, o índice de produção industrial do Amazonas ainda é insuficiente para estimular investimentos e contratações locais no curto prazo.

“As indústrias ainda estão muito estocadas. Mas, tudo indica que teremos um ano ainda melhor em 2019. O cenário e positivo. Uma boa notícia é que, diferente de outros anos, não tivemos noticias de paralisação de atividades nas fábricas por falta de pedidos do comércio”, amenizou.

Crescimento sustentado

O presidente da Aficam (Associação das Indústrias e Empresas de Serviços do Polo Industrial do Amazonas), Mario Okubo concorda. Na avaliação do dirigente, os números apontam para um crescimento sustentado para o PIM em geral e para o segmento de duas rodas em particular. Pelo menos no médio prazo.

“Desde 2011, o polo de duas rodas sofreu quedas anuais, sendo 2017 o fundo do poço. Muitos fabricantes de componentes fecharam nesse período. Em 2018, finalmente houve crescimento e isso é um bom sinal. Vamos esperar, mas creio que a tendência é que este ano seja ainda melhor”, ponderou.

Indagado sobre as expectativas para 2019, o presidente da Aficam diz que aguarda melhor encaminhamento para os PPBs (Processos Produtivos Básicos), fortalecimento da Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus) e maior parceria entre os governos federal, estadual e municipal com as empresas de capital privado.

Okubo mantém o otimismo, mesmo diante das notícias mais recentes envolvendo propostas governamentais que afetariam – mesmo que indiretamente – a ZFM. “Temos acompanhado as movimentações em Brasília, mas tenho convicção de que nada de grave vai acontecer à Zona Franca”, concluiu.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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