Pesquisar
Close this search box.

Medidas no câmbio favorecem ZFM

https://www.jcam.com.br/ppart15032012.JPG

Após enfrentar em 2011, um ano inteiro de quedas na produção e fechamento de fábricas, a indústria de componentes do Amazonas pode começar a sentir os benefícios de uma cotação mais equilibrada do dólar nos próximos meses. A expectativa é de representantes da indústria local, se medidas do governo federal como cobrança de 6% de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) e cortes na Selic -taxa básica de juros- consigam elevar o valor da moeda americana.
Na avaliação do empresário e presidente da Simplast (Sindicato da Indústria do Material Plástico do Amazonas), Carlos Monteiro, caso o valor do dólar -com cotação atual em R$ 1,807- se mantenha elevado com a execução das medidas, pode gerar nos fabricantes de bens finais o efeito positivo de importar menos e comprar mais do próprio parque industrial amazonense. “A indústria de plástico, por exemplo, importa muita matéria-prima e insumos de fora. Se o dólar sobe vamos começar a repensar sobre os pedidos, e a tendência é que a opção passe a ser por um maior aproveitamento do que é produzido aqui”, projetou.
O analista econômico da Fieam (Federação da Indústria do Estado do Amazonas), Gilmar Freitas, ressalta que atualmente o preço de alguns produtos importados é tão irrisório que não dá ao país e ao Amazonas nenhuma chance de competitividade. “Por isso há tempos a indústria pleiteava medidas como essa”, afirmou.
Segundo Carlos Monteiro, a contenção da queda do dólar resolve dois problemas. Incentiva a indústria de componentes tanto no Amazonas quanto em outras regiões, e impulsiona as exportações, prejudicadas pela supervalorização do real.
Só para se ter uma ideia, de acordo com o Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), em 2011, o Amazonas registrou o segundo pior desempenho na balança comercial entre os Estados brasileiros. O déficit acumulado de US$ 11,81 bilhões só ficou atrás do resultado de São Paulo (-US$ 22,25 bilhões). Em 2010, o saldo havia sido negativo em US$ 9,93 bilhões.
Além disso, ainda segundo o levantamento foi o Estado brasileiro com a maior queda nas exportações (-18,33%) que somaram US$ 914,07 milhões no ano passado contra US$ 1,119 bilhão referente ao mesmo intervalo de 2010.
“As medidas do governo são no sentido de equilibrar a balança comercial uma vez que temos comprado muito mais do que vendido”, constatou o dirigente.
Apesar de o próprio presidente da Aficam (Associação dos Fabricantes de Bens de Informática e Componentes da Amazônia), Cristóvão Marques, não concordar que só as mudanças na cobrança do IOF influenciem o resultado no PIM, o presidente do Corecon-AM, (Conselho Regional de Economia do Amazonas), Ailson Rezende, explica que as operações de compra de produtos e insumos pelas fábricas do PIM são interpretadas pelo Banco Central como financiamento vindo do exterior, operação também atingida pelo imposto.
“E mesmo que não fosse de forma direta, só o controle de entrada de dólar no país exercido pela medida junto com a redução da Selic para estimular o consumo e a produção industrial já interfere na consequente elevação do preço da moeda americana”, continuou.
O presidente do Sinmen (Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Materiais Eletrônicos de Manaus), Athaydes Mariano Félix, sugeriu ainda que, além das novas regras do governo federal, mais barreira para a importação deveriam ser criadas. “Barreiras de importação de todos os tipos deveriam ser criadas, não só no campo econômico como no sanitário por exemplo, como já acontece em outros países como na Argentina”, defendeu.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
Compartilhe:​

Qual sua opinião? Deixe seu comentário

Notícias Recentes

Pesquisar