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Médias empresas oferecem benefícios

Engana-se quem pensa que investir em gestão de pessoas é privilégio das grandes empresas. Cuidar dos profissionais também é uma ferramenta fundamental para a sobrevivência de pequenas e médias companhias, pois selecionar e treinar novos talentos tem alto custo e leva tempo.
Mesmo sem contar com equipes de recursos humanos ou dinheiro de sobra, o pequeno empresário pode adotar medidas simples para reter os seus talentos. Remuneração atrelada a desempenho, planos de carreira e preocupação com qualidade de vida são algumas das iniciativas que já acontecem nas empresas brasileiras de menor porte.
A preocupação com a retenção de profissionais é uma tendência observada em todo o país. Segundo pesquisa realizada recentemente pela consultoria Deloitte, dentre as 250 PMEs que mais crescem no Brasil, 49% contam com remuneração atrelada às metas de rentabilidade e 36% têm programas voltados para aumento de produtividade.
Uma das causas desta preocupação é o baixo nível de desemprego. Em 2002, 10,5% da população economicamente ativa estava desempregada, mas este percentual caiu pela metade em 2012. “O profissional pode escolher onde vai trabalhar no atual cenário”, afirma o sócio-líder da área de Capital Humano da Deloitte, Henri Vadat.
O foco em pessoas não depende apenas de dinheiro ou de uma equipe estruturada para cuidar do assunto, mas está ligada à preocupação do empresário com o tema. Segundo a diretora de projetos do Great Place to Work, um dos pontos mais importantes é a relação entre o líder e seus subordinados, que deve ser aberta, de fácil comunicação e respeito.
“As promessas feitas devem ser cumpridas e o líder deve se preocupar com o desenvolvimento da equipe”, explica. Outro ponto relevante é compreender que os funcionários são pessoas e não somente empregados, e incentivar o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional dos colaboradores.
Por terem equipes mais enxutas, as pequenas e médias empresas têm a vantagem de manter as pessoas no mesmo espaço de trabalho, o que gera maior proximidade
e facilita a comunicação. Garantir que as políticas estão sendo executadas também
é mais fácil quando as pessoas estão juntas. “Investir em gestão de pessoas é uma
questão de acreditar”, diz Roberta.

Benefícios

A rede de franquias Nutty Bavarian, que vende nozes e sementes glaceados doces e salgados, é um bom exemplo de que investir em pessoas pode fazer diferença. Há três anos, a companhia sofria com um alto índice de troca de funcionários no seu escritório, que tem cerca de 30 colaboradores.
Segundo o gerente de operações da Nutty Bavarian, André Novaes, a companhia decidiu implantar um sistema de avaliação trimestral e passou a custear cursos de desenvolvimento para os funcionários. A ajuda varia de 50% a 100% do valor das mensalidades, e a escolha da atividade está atrelada ao desenvolvimento de um projeto na área de aprendizado.
Com o apoio de uma consultoria empresarial, cada profissional é avaliado de acordo com 11 critérios e recebem um diagnóstico. A cada três avaliações consideradas nota 10, a pessoa sobe um degrau no seu plano de carreira, com melhoria de cargo e de salário. “Como a nossa equipe é jovem, entre 25 e 30 anos, todos têm espaço para crescer”, afirma.
Outra mudança foi a criação da Participação nos Lucros e Resultados (PLR), que pode chegar a três salários adicionais ao ano, de acordo com a avaliação de desempenho do profissional. Todas estas medidas reduziram drasticamente a rotatividade dentro do escritório da Nutty Bavarian. Hoje, a equipe tem, em média, quatro anos de casa.
Além da questão financeira, Novaes destaca que um fator importante para retenção de talentos é criar um ambiente agradável de trabalho. Para isso, a empresa também promove passeios para parques de diversão e até mesmo jogos de boliche para os funcionários e suas famílias. “O salário não é tudo, as pessoas buscam qualidade de vida”, diz.

Metas no ponto de venda

Nos 85 pontos de venda espalhados pelo país, a Nutty Bavarian também estimula a adoção de medidas de incentivo aos profissionais. Para isso, foi criado um plano de metas para os vendedores que ficam nos quiosques da marca.
São três metas ao mês, sendo que a primeira tem recompensa de R$ 100 para o funcionário; a segunda meta vale R$ 200 e a terceira R$ 300. O valor é representativo diante dos salários dos vendedores, que vai de R$ 700 a R$ 900. De acordo com Novaes, estes prêmios fazem muita diferença, pois os vendedores costumam trocar de emprego com muita facilidade. Desde a criação das metas, a rotatividade está em queda.
Cerca de 90% dos franqueados da Nutty aderiram a esta ideia. Para incentivá-los, a empresa oferece um desconto na taxa de publicidade de franqueado, que cai de 3% do faturamento para 2%.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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