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Mandioca lidera produção agrícola municipal do Amazonas

Mandioca lidera produção agrícola municipal do Amazonas

A safra agrícola da lavoura temporária do Amazonas atingiu 92,3 mil hectares de área colhida e totalizou R$ 1,17 bilhão em 2019, alta de 2% sobre o ano anterior. A mandioca (876,4 mil toneladas) lidera a lista, com produção avaliada em R$ 949,2 milhões – o maior valor já registrado até então. Abacaxi (72,3 mil toneladas) e melancia (53,7 mil toneladas) também são destaques. Mandioca e abacaxi vêm de uma escala crescente nos últimos cinco anos, mas o mesmo não pode ser dito de melancia e juta, entre outras culturas.

O valor total da lavoura permanente do Amazonas (R$ 419,4 milhões), por outro lado, foi na direção contrária e encolheu 10,3% na comparação de 2019 com 2018. Os principais produtos em termos de valor de produção nesse caso foram banana (R$ 130,6 milhões), açaí (R$ 120,3 milhões) e laranja (R$ 71,1 milhões) – sendo que o primeiro e terceiro amargaram produção menor. Os dados estão na PAM (Pesquisa Agrícola Municipal), divulgada pelo IBGE. 

Em 2019, a agricultura da região Norte totalizou R$ 21,9 bilhões, vindos da soja, mandioca, açaí, milho e cacau – todos produzidos também no Amazonas. Carro-chefe da lavoura temporária amazonense, a mandioca (876.452 toneladas) tem sua produção concentrada principalmente em Manacapuru (158,63 mil), Tefé (98 mil), Uarini (71 mil), Manicoré (70 mil) e Autazes (59,40 mil). 

No ano passado, a lavoura temporária do Amazonas ganhou o acréscimo da soja, com R$ 9 milhões em valores de produção e safra de 7.500 toneladas, concentradas em Humaitá. A cultura compareceu na quarta posição da lista, logo à frente da batata-doce (R$ 7 milhões). A soja pertence ao grupo dos cereais, leguminosas e oleaginosas, que inclui também arroz, feijão e milho, que não foram tão bem. As safras do arroz (1.100 toneladas) e milho (6.683) ficaram respectivamente 10,1% e 17,7% abaixo de 2018. Já o feijão (1.432) avançou 7,6%.

A produção de abacaxi foi 5,1% superior à de 2018 (68,612 toneladas), concentrando-se em Itacoatiara (52,80 mil tonelada.), Careiro da Várzea (7.600), Tefé (1.240), Careiro (1.050) e Humaitá (880). Em sentido contrário, a melancia recuou 21,4% em relação a 2018 (69.967), e sua safra foi dividida entre Manacapuru (6.200), Manicoré (5.100), Careiro (3.600), Novo Aripuanã (3.000) e Codajás (2.500). Mandioca e abacaxi comparecem com safras superiores às de 2015 – 801,3 mil e 69,1 mil toneladas, respectivamente. Juta, milho, arroz, feijão, batata-doce, malva, melancia e melão seguiram na contramão.

Açaí e guaraná

A lavoura permanente do Amazonas registrou um total de 21.396 hectares de área colhida, no ano passado. Os números foram puxados para baixo pela banana (-27,4%, 82.246 toneladas e), cuja oferta veio especialmente de Manicoré (15 mil toneladas), Rio Preto da Eva (8.000), Novo Aripuanã (4.500), Presidente Figueiredo (3.600) e Envira (3.240). Com sua produção focada em Rio Preto da Eva (24 mil), Manaus (3.432), Iranduba (1.916), Manacapuru (1.870) e Presidente Figueiredo (1.840), a laranja (-11,7% e 40.421) também contribuiu para a queda. 

Mas, no caso do açaí (67.757), houve alta de 8,1% sobre 2018 (62.329). A safra veio de 31 municípios, sendo que o maior rendimento veio de Codajás (55 mil), seguido por Humaitá (2.700), Caapiranga (1.600), Tapauá (1.250) e Alvarães (1.100). O guaraná (+14,6% e 858) produzido em Maués (331), Presidente Figueiredo (210), Urucará (123), Parintins (45) e Itacoatiara (34) também ajudou.

Maracujá (R$ 38,3 milhões e 14.053 toneladas) e mamão (R$ 23,9 milhões e 11.130 toneladas) ocuparam as quarta e quinta posição do ranking do Estado, na ordem. Vindo especialmente de Manacapuru (4.200), Itacoatiara (2.720), Iranduba (793), Manaus (700) e Autazes (594), o primeiro recuou 17,6% em produção. O segundo diminuiu o passo em 61,6% sobre 2018, tendo suas culturas focadas em Manacapuru (4.000), Iranduba (1.200), Rio Preto da Eva (850), Itacoatiara (600) e Careiro (525).

Na série histórica dos últimos cinco anos acompanhada pelo IBGE, os maiores crescimentos vieram do açaí e do guaraná, e os decréscimos mais acentuados se situaram nas culturas da banana, do coco-da-baía, da laranja, do mamão e do maracujá. “Os dados mostram que, houve queda de produção para a maioria dos produtos. É resultado de alguns desempenhos fracos, influenciados por falta de sementes, cheias impactantes e custo de produção alto em relação ao preço de mercado”, pontuou o supervisor de disseminação de informações do IBGE-AM, Adjalma Nogueira Jaques. 

“Momento desafiador”

O titular da Sepror (Secretaria de Produção Rural do Amazonas), Petrúcio Magalhães Júnior, considerou que os números apresentados pelo IBGE, no geral, foram positivos para o Amazonas, pelo menos no que se refere às lavouras temporárias. Para o secretário estadual, os dados comprovam que as políticas públicas adotadas pelo governo estadual estão dando resultado e que o Estado está seguindo no caminho certo. 

“Obviamente que ainda temos muito a fazer. Mas, a confiança e os investimentos no setor primário, bem como a realização da Expoagro Digital em tempos de pandemia, estão sendo importantes para que as atividades produtivas possam acontecer no interior. Nossa expectativa é que, passado esse momento desafiador do corona vírus, possamos intensificar as ações de fomento e fortalecer a agricultura familiar, melhorando a renda dos produtores rurais do Amazonas”, arrematou. 

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio
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