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Aquarismo ganha popularidade e cria nicho de sucesso em Manaus

O isolamento, o ‘ficar em casa’, a solidão e a tristeza provocados pela pandemia fizeram o hobby do aquarismo aumentar consideravelmente nesses dois últimos anos, e olha que os números já não eram poucos. De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), cerca de onze milhões de pessoas têm aquários em casa. Dados da Acquabras (Associação de Criadores e Aquaristas do Brasil) mostram que, somente em 2020, a cadeia produtiva de organismos aquáticos ornamentais aumentou 5%. O trabalho em home office, segundo informações da Abla (Associação Brasileira de Lojas de Aquariofilia), também ajudou nesse aumento já que milhares de pessoas passaram a ter mais tempo, em casa, para se dedicar a um hobby, sem falar que, com a ajuda da tecnologia, cuidar de um aquário dá bem menos trabalho do que cuidar de um pet. Luminárias e alimentador automáticos, dosador de CO², sistemas informatizados que disparam alertas aos aquaristas para qualquer problema ocorrido, como por exemplo a queda da energia e a falha de bombas dos aquários, são algumas dessas tecnologias.

De olho nesse ‘boom’ de interessados em ter um aquário em casa, os irmãos Lucas e Felipe Campostrini resolveram investir numa loja de aquários, não uma simples loja, mas um espaço de referência no Amazonas, para os aquariofilistas. Há seis meses eles inauguraram a Zoo Fish (rua das Paxiúbas, Centro Comercial Paxiúbas, D. Pedro I).

“Desde criança sempre tivemos aquários em casa, em Altamira/PA. Na realidade tínhamos um aquário jumbo, um aquário marinho e dois lagos. Meu sonho sempre foi conciliar o hobby a um empreendimento”, recordou Lucas.

Referência em Manaus

Adulto, Lucas se formou em biologia e durante uns 15 anos trabalhou na Usina de Belo Monte, até que resolveu investir no seu sonho, uma loja de aquários, a AquaPet’s.

“O Felipe estava morando em Manaus, mas havia morado em Belém. Na capital paraense ele havia conhecido uma loja de aquários gigantesca, referência do Pará, onde se encontrava tudo o que se imaginasse sobre aquarismo, então ele falou comigo se não podíamos fazer o mesmo, em Manaus, que não tinha uma loja daquele porte, mas possuía uma grande demanda de clientes para o hobby. Eu não pensei duas vezes. Vendi a loja em Altamira e vim para Manaus. E abrimos a Zoo Fish”, falou.

E se a loja dos irmãos ainda não se equipara à de Belém, está a caminho de fazê-lo. Apesar de os rios amazônicos serem ricos de peixes para aquário, na Zoo Fish podem ser encontrados espécimes dos distantes oceanos Índico e Pacífico.

“Mas lógico que temos espécimes daqui da Amazônia como o aruanã, o uaru, o bodó, o acará severo, o leporinus, o rodóstomus e os famosos acará disco e cardinal, estes dois últimos protagonistas do Festival do Peixe Ornamental, em Barcelos”, disse.

Para quem desejar ir além dos peixes com nadadeiras, a loja disponibiliza as internacionais moréias, uma parente do poraquê; anêmonas e camarões.

“Temos espécimes de água doce e salgada. E estamos estudando a possibilidade de trazer animais exóticos, principalmente répteis, como serpentes, lagartos, tartarugas e jabutis”, adiantou.

E ainda tem as colônias de corais, e as mudas, que o aquariofilista pode colocar no aquário e acompanhar o crescimento.

Precisa gostar e conhecer

Uma das sofisticações implementadas pelos irmãos é mandar fazer aquários jumbo fora de Manaus, em São Paulo.

“Agora mesmo tem um sendo feito lá, medindo 2,5m/1m/80cm de altura com capacidade para dois mil litros de água. Os menores fazemos aqui mesmo, na loja, dentro de padrões específicos. Por exemplo, o silicone para colar os vidros é especial para aquários. O silicone comum tem uma toxina que, com o tempo, pode matar os peixes”, ensinou.

E tem mais sofisticação. Eles vendem água salgada e rochas da Flórida.

Lucas: “meu sonho sempre foi conciliar o hobby a um empreendimento”

“De tempos em tempos é necessário mudar 20% da água do aquário. A de espécies dos oceanos, lógico, precisa ser salgada, e a dos rios, tem que ter a mesma alcalinidade do rio de onde a espécie veio. Nosso sal é importado dos Estados Unidos, da Escócia e da Bélgica. Já as rochas são próprias para aquários e servem para alcalinizar a água”, destacou.

Rações e suplementos também vêm do exterior, Estados Unidos, Alemanha, Itália e mesmo do Brasil.

“O Brasil está se tornando um grande e excelente produtor de rações e suplementos para espécimes de aquários”, informou.

E os irmãos dão dicas tanto para quem deseja ter um aquário em casa quanto para quem quer montar uma loja.

“Precisa, além de gostar, conhecer, senão nenhum dos dois casos prospera. Eu e meu irmão temos experiências desde crianças. As pessoas aprenderam mais sobre aquarismo, durante a pandemia, porque ficaram em casa pesquisando no computador, outros veem aquários na casa dos amigos, ou no consultório dos médicos, e também querem. Aqui nós damos todo tipo de informação para quem está começando, depois é com as pessoas”, finalizou.

Informações: 9 9144-4264.

Evaldo Ferreira

é repórter do Jornal do Commercio
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