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Manaus tem menos acidentes de trabalho

A quantidade de profissionais vítimas de acidentes na construção civil em Manaus caiu 10%, segundo o Sintracomec/AM (Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção Civil do Amazonas). Em 2009 ocorreram 637 acidentes, contra 701 de 2008.
De acordo com o diretor de saúde do Sintracomec/AM, Orlando Lima, a redução no volume de acidentes é resultado do programa “Obra Saudável”, realizado pelo sindicato em parceria com as empresas. Pelo programa, os trabalhadores recebem orientações sobre os riscos inerentes a determinadas funções e aprendem a importância do uso correto dos EPIs (Equipamentos de Proteção Individual), como protetor auricular e capacete.
“Nós fazemos questão de ir até os canteiros de obras e sensibilizar os operários sobre prevenção de acidentes, além de explicar os direitos e deveres gerais assegurados pela legislação brasileira em casos como invalidez ou morte no ambiente de trabalho”, contou Lima.
O dirigente lembrou de um acidente fatal acontecido em novembro do ano passado, durante as obras de um dos shoppings da cidade. A queda de um andaime resultou na morte instantânea de um operário e na fratura da perna esquerda de outro trabalhador.
O sindicato confirmou que a empresa contratante das vítimas arcou com as responsabilidades cabíveis, como pagar despesas médicas resultantes da fratura e indenizar a família em R$ 14 mil pela morte do trabalhador. “Tivemos de ir no mesmo dia para que a construtora não tentassem ‘maquiar’ o acidente e dizer que a culpa foi dos operários”, contou o diretor de saúde do Sintracomec/AM.
A empresa que assinava a carteira de trabalho de ambos os profissionais era a J V Estrutural. Até o fechamento da edição, a equipe de reportagem do Jornal do Commercio não conseguiu contato com o proprietário do empreendimento.

Prevenção de acidentes

“A melhor maneira de evitar acidentes no ambiente funcional é investir na prevenção”, assegurou a supervisora de saúde ocupacional do Sesi (Serviço Social da Indústria) Saúde do Amazonas, Patrícia Evangelista. Entre as ações do Sesi Saúde destacam-se as palestras do PCMat (Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção Civil), onde os trabalhadores recebem esclarecimentos sobre os benefícios disponíveis no Sesi, como prevenir acidentes na empresa e proceder quando for vítima de ferimentos decorrentes da função exercida no emprego.

Trabalhos elétricos

Segundo Patrícia, os operários que lidam com trabalhos elétricos são as principais vítimas de acidentes. Em 2009 o Serviço Social da Indústria atendeu 25,3 mil pessoas no PCMSO (Programa de Controle Medido de Saúde Ocupacional) em procedimentos médicos relativos ao cargo desempenhado pelo trabalhador, além de 5.730 consultas ocupacionais padrões – exame admissional, demissional, periódico, mudança de função e retorno ao trabalho.
A chefe de segurança e saúde no trabalho da SRTE/AM (Superintendência Regional do Trabalho e Emprego do Amazonas), Gláucia Credie, confirmou a informações do Sesi sobre as principais vítimas de acidentes. “A falta de treinamento específico para algumas funções também é uma das grandes causas de acidentes. E isso poderia ser resolvido tranquilamente por cursos antes do início da obra. Iinfelizmente, só as grandes empresas investem em cursos sem ônus para os operários”, lamentou Gláucia.
Em Manaus, existem 5.000 trabalhadores associados ao sindicato trabalhista, que pagam uma mensalidade de 13% sobre o salário para custear as atividades da categoria. O programa “Obra Saudável” funciona há dois anos e meio e já atendeu 3.000 profissionais nas palestras e cursos in company (na empresa).

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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