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Manaus registra maior alta de imóveis do país

Manaus registra maior alta de imóveis do país

Manaus registrou o maior índice de aumento de preço de imóveis, em todo o país, entre outubro e novembro. O incremento no preço médio do metro quadrado foi de 1,23%, elevando o valor de R$ 4.857 para R$ 4.916. As informações estão no Índice FipeZap, estudo mensal que acompanha as flutuações do mercado imobiliário de 50 cidades brasileiras. Na média nacional, o indicador registrou sua terceira expansão no mês passado (+0,45%) – percentual pouco acima dos +0,43% de outubro. 

O metro quadrado mais caro de Manaus está situado no bairro Praça 14 (R$ 9.242), na zona Sul, segundo o levantamento. Na sequência, estão Adrianópolis (R$ 6.471), São Jorge (R$ 5.892), Ponta Negra (R$ 5.657) e Nossa Senhora das Graças (R$ 5.557) – o primeiro e quarto na zona Centro-Sul, e o segundo e terceiro, na zona Oeste. Na outra ponta, Cidade Nova (R$ 2.350), Japiim (R$ 2.676), Lago Azul (2.941), Tarumã (R$ 2.944) e Santa Etelvina (R$ 3.201) – nas zonas Norte, Sul, Norte, Oeste e Norte, respectivamente – estão com valores imobiliários abaixo da média da cidade. 

Nos 11 meses iniciais do ano, a capital amazonense já acumula alta de 5,95% nos preços dos imóveis, ficando atrás apenas de Brasília (+9,16%) e Curitiba (+7,47%) e está praticamente empatada com Maceió e Florianópolis (ambas com +5,94%). Vitória (+5,71%) e Campo Grande (+5%) ficaram nas colocações seguintes, bem à frente de municípios com maior peso no cálculo do indicador, como São Paulo (+3,40%) e Rio de Janeiro (+1,30%). Todas as capitais brasileiras registraram aumentos no acumulado do ano, com exceção de Recife (-0,96%).

Em 12 meses, Manaus já contabiliza expansão de 4,96% nos preços imobiliários e ocupa o sétimo lugar da lista. O ranking foi encabeçado por Brasília (+9,05%), Curitiba (+7,74%), Vitória (+6,34%), Florianópolis (+6,24%), Campo Grande (+5,25%), Maceió (+5,02%) e Belo Horizonte (+4,19%), mas ganhou novamente de São Paulo (+3,64%) e Rio de Janeiro (+1,13%). Em contraste, Fortaleza sofreu a maior queda no preço médio das capitais (-1,32%), sendo acompanhada por Recife (-0,56%).

Abaixo da média

Na média nacional, o Índice FipeZap pontuou variação positiva de 3,21%, de janeiro a novembro de 2020, superando a marca de +2,85% esperada para o IPCA/IBGE no período. Na comparação entre a variação acumulada do Índice FipeZap e a inflação esperada, a expectativa é que o preço médio de venda dos imóveis residenciais encerre o período com alta real de 0,35%. Em 12 meses (+3,19%), o indicador sofreu perdeu queda real de 0,81% ante o IPCA (+4,03%).

Em termos de preço médio, no entanto, os valores dos imóveis de Manaus ficaram 34,06% abaixo da média nacional (R$ 7.455 por metro quadrado). A capital amazonense tem preço médio próximo ao de cidades médias paulistas, como Guarulhos (R$ 4.968), São José dos Campos (R$ 4.869) e Guarujá (R$ 4.796), ou mesmo do Espírito Santo – Vila Velha (R$ 4.987). O Rio de Janeiro voltou a apresentar o preço de venda mais elevado (R$ 9.409), seguido por São Paulo (R$ 9.294) e Brasília (R$ 7.988). Em contraste, as capitais monitoradas que despontam com os menores valores médios são Campo Grande (R$ 4.339), Goiânia (R$ 4.446) e João Pessoa (R$ 4.473).

Estoques baixos

O presidente do Sinduscon-AM (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Amazonas), Frank Souza, lembra que o preço é uma função do equilíbrio entre oferta e procura e que a pesquisa do Índice FipeZap abarca mais os valores de imóveis usados do que dos novos. Diante disso, o dirigente entende que os bairros citados na sondagem com preços mais elevados devem estar com pouco estoque e o principal motivo para isso estaria na dificuldade de o mercado acompanhar o aquecimento da demanda.

“A oferta está diminuindo, assim como o estoque. Isso implica dizer que alguns tipos de imóveis já estão faltando no mercado. É claro que há bairros que vendem mais do que outros, por terem produtos mais aceitáveis e mais demandados. Não há tanto o efeito da alta dos materiais de construção, porque se tratam mais de imóveis consolidados do que os que estão sendo construídos. Com o aumento da comercialização de imóveis, os preços estão perdendo os descontos dados em passado recente, quando as vendas estavam paradas e as empresas estavam negociando mais”, ponderou.

De acordo com Frank Souza, a atual dinâmica de mercado se dá como um dos efeitos indiretos da redução da atratividade das aplicações financeiras, em virtude dos cortes seguidos na taxa básica de juros Selic. “Existe realmente essa questão do melhor retorno no segmento do que no mercado financeiro, mas há também a questão da qualidade de vida. O imóvel sempre foi um produto que valoriza muito. Com a pandemia, todo mundo tentou melhorar seus espaços para morar e trabalhar”, complementou.

O presidente do Sinduscon assinala que o afunilamento dos estoques de imóveis na capital amazonense se dá tanto nos produtos voltados para o consumidor de classe média, quanto naqueles voltados para a faixa “econômica”. O dirigente ressalta, no entanto, que o número de lançamentos tende a aumentar no próximo ano, em razão do aumento de vendas contabilizado em 2020, ajudando a reequilibrar de alguma forma os preços do mercado local. 

O diretor da Comissão da Indústria Imobiliária da Ademi-AM (Associação das Empresas do Mercado Imobiliário do Amazonas), Henrique Medina, disse à reportagem do Jornal do Commercio que não poderia comentar a pesquisa, pois ainda não havia tempo de verificar os números. Procurada, a assessoria de imprensa da entidade informou que seu presidente, Albano Máximo, não poderia conceder entrevistas, pois estava viajando. 

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio
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