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Manaus nasceu na zona Sul

A zona Sul é a região de nascimento de Manaus. Aqui começou a aventura portuguesa nessa parte da região Amazônica. Ao redor do forte construído na margem esquerda do rio Negro por volta de 1669 surgiu o que viria a ser uma rica metrópole. Nela ficam os bairros mais antigos da cidade, com séculos de existência, como o Centro, a Praça 14 de Janeiro, a Aparecida, a Cachoeirinha e Educandos. Seu bairro mais populoso é o Japiim, com cerca de 63.092 habitantes. Ao todo possui 338.875 habitantes. Além do Centro Histórico, que abriga o Teatro Amazonas, a Igreja de São Sebastião, o Palácio da Justiça e outros monumentos, possui numerosos parques, praças e museus, dois shopping centers, o Cecomiz, no bairro Crespo, e o Studio 5 Festival Mall, no Japiim; duas unidades da UEA (Universidade do Estado do Amazonas); e o HUGV (Hospital Universitário Getúlio Vargas). Possui 18 bairros. 

A zona Sul é a região mais repleta de monumentos na cidade de Manaus. O Teatro Amazonas é o maior deles – Foto: Divulgação

CENTRO: O Centro é o bairro mais antigo da zona Sul. No passado era dividido em bairros: São Vicente, Remédios, Espírito Santo, Campina, República e Alto de Nazaré. Possui cerca de 39.228 habitantes. Nele estão localizados os principais monumentos da cidade, como o Teatro Amazonas, a Igreja de São Sebastião, o Palácio da Justiça, a Catedral de Nossa Senhora da Conceição, a Alfândega e o Mercado Municipal Adolpho Lisboa. Suas principais avenidas são a Eduardo Ribeiro, a Sete de Setembro, a Joaquim Nabuco e a avenida Lourenço da Silva Braga, conhecida como avenida Manaus Moderna.

CACHOEIRINHA: O bairro Cachoeirinha foi um dos primeiros a ser planejado, tendo surgido na administração do Governador Eduardo Gonçalves Ribeiro (1892-1896). A construção da Ponte de Ferro Benjamin Constant garantiu sua ligação ao Centro. Nele está localizado o Terminal de Integração 2 (T2), a Capela de Santo Antônio do Pobre Diabo e duas unidades da UEA (Universidade do Estado do Amazonas). Uma de suas principais características são os nomes de suas ruas, que homenageiam cidades do interior amazonense, como Manicoré, Borba, Tefé e Parintins. Sua população é de 20.035 habitantes.

EDUCANDOS: O bairro de Educandos tem suas origens ligadas ao Estabelecimento dos Educandos Artífices, estabelecimento de ensino criado em 21 de agosto de 1856. Nele eram ensinados os ofícios de tipografia, sapataria, carpintaria, alfaiataria etc. No passado foi conhecido como Constantinópolis em homenagem ao Governador Antônio Constantino Nery (1904-1908). Entre as décadas de 1930 e 1940 recebeu uma grande leva de nordestinos, que passaram a residir em suas principais avenidas, a Leopoldo Péres e a Presidente Kennedy. Possui três pontes: a Ponte Ephigênio Salles, a Ponte Juscelino Kubitschek e a Ponte Pe. Antônio Plácido de Souza. Possui 15.857 habitantes.

APARECIDA: O bairro de Aparecida já foi conhecido como bairro das Cajazeiras, Cornetas e Tócos. O primeiro nome lembrava as árvores do local, o segundo o som das cornetas do contingente do exército localizado no bairro de São Vicente e o terceiro os tocos das árvores cortadas. Em 1943, com a chegada dos padres Redentoristas norte-americanos, passou a ser conhecido com o nome atual. Nele estão localizadas a tradicional Igreja de Nossa Senhora Aparecida, a sede da Escola de Samba Mocidade Independente de Aparecida, o Fórum dos Juizados Especiais – Desembargador Mário Verçosa e o icônico castelo da antiga Cervejaria de Miranda Corrêa & Cia. Sua população é estimada em 10.465 habitantes.

PRAÇA 14 DE JANEIRO: O bairro Praça 14 de Janeiro foi fundado em 1892. No início era conhecido como Praça da Conciliação. Posteriormente foi batizado como Praça Fernandes Pimenta e, logo depois, Praça 14 de Janeiro. Em homenagem à colônia portuguesa residente em Manaus, seu nome foi novamente alterado, dessa vez para Praça Portugal. O nome não se fez popular, sendo preferível o de Praça 14 de Janeiro. Nele surgiu a primeira escola de samba de Manaus, a Escola Mixta da Praça 14 de Janeiro (1946-1962). O bairro possui construções e lugares marcantes como o Santuário de Nossa Senhora de Fátima, construído entre 1942 e 1975; o Santuário Paróquia de São José Operário, construído entre 1949 e 1967; a Escola Estadual Plácido Serrano, a Comunidade do Quilombo do Barranco de São Benedito, o Grêmio Recreativo Escola de Samba Vitória Régia, fundado em 1975. 

COLÔNIA OLIVEIRA MACHADO: A Colônia Oliveira Machado surgiu em 8 de junho de 1854 como a colônia agrícola Santa Maria, criada pela Companhia de Navegação e Comércio do Amazonas. Nela residiam colonos espanhóis e portugueses. A partir de 1888 passou a ser habitada por nordestinos que fugiam da seca. Em 1889 ela foi batizada com o nome do Presidente da Província, Joaquim de Oliveira Machado. O bairro começa a se desenvolver na década de 1930, quando a Estrada do Paredão foi expandida para facilitar o acesso à região da “Ponta Pelada”, principal atracadouro das aeronaves da empresa Panair do Brasil. Nela está localizada uma das mais tradicionais feiras da cidade, a Feira da Panair. Sua população é de mais de 8.506 habitantes.

SÃO FRANCISCO: O bairro de São Francisco começou a ser ocupado na década de 1950. O coronel Alexandre Montoril, deputado estadual, buscando dar assistência às famílias de nordestinos e pessoas do interior do Estado que passaram a vir para a cidade, decide criar o bairro em terras ao norte da Cachoeirinha. As primeiras ruas começaram a ser abertas por volta de 1950, sendo os trabalhos concluídos em 1954. Sua localização é privilegiada, estando próximo de empresas e órgãos públicos. Sua população é de 19.889 habitantes.

PETRÓPOLIS: O bairro Petrópolis foi criado pelo coronel Alexandre Montoril na década de 1950. Em 1952 o senhor Oscar Menezes foi indenizado em 50.000 cruzeiros por um terreno que foi aproveitado para a sua construção. Montoril batizou o local com o nome Petrópolis pois achou sua geografia igual à da cidade serrana do Rio de Janeiro. Em 1965 foi fundado o 1° Batalhão da Polícia Militar, hoje Comando Geral da PM. Além da PM, abriga a sede do Corpo de Bombeiros da cidade. Possui 48.717 habitantes, sendo um dos bairros mais populosos da zona Sul. 

PRESIDENTE VARGAS: O bairro Presidente Vargas, popularmente conhecido como Matinha, foi no passado o Morro do Tucumã, pois essa árvore frutífera era abundante na região. Ele começou a ser habitado por pessoas vindas dos seringais do interior e também por operários que trabalhavam em olarias, serrarias e carvoarias. Foi um dos grandes núcleos operários da cidade, tendo recebido, na década de 1940, graças a ação do padre Armindo Machado, com a ajuda do Interventor Federal Álvaro Botelho Maia, os primeiros melhoramentos nas ruas, construções e condições mínimas de higiene. Sua população é de pouco mais de 7.944 habitantes.

JAPIIM: O Japiim é o bairro mais populoso da zona Sul, com cerca de 63.092 habitantes. Inicialmente uma grande área de mata, surgiu ao redor do Conjunto Habitacional 31 de Março, construído pela Cohab-AM (Companhia Habitacional do Amazonas) no Governo de Danilo Duarte de Mattos Areosa em 1970. Foi dividido em duas áreas, o Japiim I e o Japiim II. O nome do bairro é uma homenagem ao pássaro da espécie Cacicus Cela, conhecido popularmente como Xexéu e Japiim. Nele estão localizadas as sedes do Jornal do Commercio e da Seduc-AM (Secretaria de Estado de Educação do Amazonas).

CRESPO: O bairro Crespo começou a ser habitado entre as décadas de 1940 e 1950. As terras onde o bairro surgiu pertenciam ao comerciante português Antônio Crespo de Castro, cujo sobrenome batizou o local. Em 1º de abril de 1950, na administração municipal do prefeito Raymundo Chaves Ribeiro, o local foi elevado à categoria de bairro. Sua população é de 15. 541 habitantes.

BETÂNIA: O bairro Betânia tem sua origem em 30 de outubro de 1964, quando começou a ser loteado. Na época era conhecido como loteamento Nova Betânia, dividido em quatro lotes comprados do Governo do Estado na administração de Gilberto Mestrinho: São Jerônimo, Bom Futuro, Santa Rita e Quinôr. Muitas propriedades foram compradas, mas boa parte do bairro se desenvolveu através de ocupações irregulares. Seus primeiros moradores vinham da antiga Cidade Flutuante, localizada na orla do rio Negro, de outros Estados e principalmente do interior do Amazonas, que ainda sofria com os efeitos da grande cheia de 1953. Possui um forte comércio, que se concentra principalmente na avenida Adalberto Valle. Possui 12.940 habitantes.

SÃO LÁZARO: O bairro São Lázaro surgiu na década de 1950. Seu fundador foi Carlos Viana, um jovem de 14 anos que sonhava em ser padre. Ele organizou a comunidade em 1958. Por conta do terreno onde foi instalado, era conhecido como “Barro Vermelho”. Os primeiros moradores, que viviam em casas de madeira e taipa, eram pessoas vindas de seringais no interior do Estado e nordestinos, que viviam da venda de capim para fazer enchimento de colchões, coleta de frutas e produção de farinha e beiju. Diferente dos vizinhos Morro da Liberdade e Betânia, possui um comércio modesto, sendo mais residencial que comercial. Suas principais vias são a antiga rua São Vicente, hoje Maria Andrade, a rua 9 de Maio e a rua das Águias, antiga rua Nova. Possui cerca de 14.108 moradores.

O Morro da Liberdade abriga a Reino Unido da Liberdade, uma das escolas de samba mais famosas da cidade – Foto: Divulgação

MORRO DA LIBERDADE: A região do Morro da Liberdade começou a ser habitada desde fins do século 19 por maranhenses e pessoas vindas do interior do Estado em busca de fixar residência na capital. Desmembrado da Colônia Oliveira Machado, começou a se desenvolver entre as décadas de 1950 e 1960, quando foram abertas suas principais ruas. Sua escola de samba, a Reino Unido da Liberdade, é uma das mais famosas da cidade. Sua população é de 14.078 habitantes.

SANTA LUZIA: O bairro de Santa Luzia, antigamente conhecido como Boca do Emboca, começou a ser ocupado na década de 1920 por pessoas vindas dos seringais localizados no interior do Estado. Sua criação oficial se dá somente na década de 1950 com a Lei Municipal n° 320, de 16 de março de 1951, sancionada pelo prefeito Edson Epaminondas Melo. Sua urbanização se deu na década de 1970, com a abertura de novas ruas e aumento populacional. Sua população é estimada em cerca de 7.688 habitantes.

RAIZ: O bairro Raiz remonta à década de 1950, mas começou a se expandir na década seguinte, quando o Governo do Estado, visando pôr fim à Cidade Flutuante, constrói o Conjunto Habitacional Costa e Silva -localizado em avenida homônima –em 1968, para abrigar os antigos moradores daquela favela fluvial. Possui boa atividade comercial, sendo também bastante visado pela localização estratégica, a poucos minutos do Centro da cidade. Sua população é de 16.694 habitantes.

DISTRITO INDUSTRIAL: O Distrito Industrial de Manaus teve a sua pedra fundamental lançada no dia 30 de setembro de 1968. Foi planejado pelos arquitetos Luís Carlos Antony e Fernando Pereira da Cunha, da ‘Antony & Pereira da Cunha – Arquitetos Associados Ltda’. Junto ao marco foi fixada uma faixa com a frase ‘Distrito Industrial: marco da redenção da Amazônia Ocidental”. Ao redor das indústrias foram construídas residências, conjuntos habitacionais e condomínios. Possui pouco mais de 2.708 habitantes.

VILA BURITI: Na década de 1970 surgiram vários assentamentos militares na região Amazônica. Em março de 1978 o governo federal concedeu à Marinha do Brasil um terreno para a construção da Vila Buriti, vila residencial para militares. As residências começaram a ser construídas na década de 1980, sendo erguidas unidades para Suboficiais, Sargentos, Cabos e Marinheiros. É o menor bairro da zona Sul, com cerca de 1.827 habitantes.

Foto/Destaque: Divulgação

Fábio Augusto Carvalho

é historiador
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