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Manaus é o centro da Amazônia Ocidental

Manaus é o centro da Amazônia Ocidental

Classificada entre as 15 metrópoles brasileiras, Manaus exerce influência e atrai moradores de 71 cidades, que buscam negócios, serviços públicos e compras. Perto de 4,5 milhões de pessoas fazem parte desse arranjo, em uma área de abrangência que alcança 1,6 milhão de quilômetros quadrados. E o PIB da capital amazonense chega a representar 71% do total das cidades que atrai.

As distâncias, por outro lado, fazem com que alguns municípios do interior do Estado tenham relações maiores com outras capitais ou polos regionais. Um deles é Tabatinga por sua localização na tríplice fronteira de Brasil, Peru e Colômbia. A lista inclui ainda Parintins, por suas festas, e São Gabriel, com atendimento de saúde a países vizinhos. Os dados estão na pesquisa REGIC (Regiões de Influência das Cidades), do IBGE.

O Amazonas é a região de influência principal da metrópole Manaus, cuja rede urbana destaca-se pelas longas ligações – de 316 quilômetros, em média. É uma distância que soma mais do que o dobro da segunda maior colocada, Brasília (145 quilômetros). Conta com apenas uma capital regional – Boa Vista (RR) – e municípios com grande extensão territorial e transporte limitado aos modais fluvial e aéreo. A população é uma das menores do país e similar a das redes urbanas de Vitória (ES) e Campinas (SP) – mas estas ocupam áreas 24 e 115 vezes menores, respectivamente. 

Como resultado, a rede urbana de Manaus apresenta a menor densidade demográfica do país, com menos de três habitantes por quilômetro quadrado. Em termos de PIB, possui o menor valor entre as redes de primeiro nível, não alcançando os R$ 100 bilhões anuais. O PIB per capita de R$ 22 mil anuais é inferior à média, mas ainda supera os das metrópoles de Fortaleza (CE), Belém (PA), Recife (PE) e Salvador (BA).

Hierarquia e vínculos

Em virtude das distâncias, diversos municípios amazonenses tem vínculos mais fortes com redes externas ao Estado, aponta o IBGE. No Sudoeste, cidades próximas ao Acre – como Guajará, Ipixuna, Boca do Acre, Pauini e Envira – relacionam-se a Cruzeiro do Sul (AC) e Rio Branco (AC). Nas imediações de Rondônia, Apuí e Humaitá vinculam-se especialmente com Porto Velho (RO).

Em termos de hierarquias urbanas, mais de 90% das cidades amazonenses manteve sua classificação, passados dez anos da última pesquisa do IBGE. Exemplos de manutenção da hierarquia são Manaus, Parintins e Eirunepé. Municípios como Tabatinga, Itacoatiara e Manacapuru avançaram e aumentara sua área de influência. No sentido inverso estão Tefé, Lábrea e Carauari, que perderam terreno para a capital amazonense.

O Amazonas também apresenta as maiores médias de deslocamento (272 quilômetros) – característica marcante e toda a região Norte –, além de contar com poucas cidades intermediárias que possam atrair a população de localidades mais distantes da capital. Como resultado, Manaus é referência para serviços de saúde, ensino superior e compras de vestuário, calçados, móveis e eletroeletrônicos – chegando a ser polo de vendas para sete cidades paraenses e Boa Vista. 

Em relação às atividades culturais, Parintins é destaque nacional e chega a gerar deslocamentos médios de 454 quilômetros, de populações encantada por seus bumbás. Dois municípios amazonenses têm vínculos com cidades e moradores de outros países, por motivos diferentes. Tabatinga atrai habitantes da Colômbia, que atravessam a fronteira para comprar vestuário e calçados, por exemplo. São Gabriel da Cachoeira, por sua vez, gera deslocamentos de colombianos e venezuelanos em busca de serviços de saúde.

“Poderio econômico”

No entendimento do supervisor de disseminação de informações do IBGE-AM, Adjalma Nogueira Jaques, Manaus domina amplamente a parte mais ocidental da Amazônia, justamente porque não há concorrência para o nível que a cidade alcançou. Mesmo percorrendo grandes distâncias, prossegue o pesquisador, as pessoas vêm à capital amazonense para tratar de ‘diversas questões”, atraídas especialmente pelos serviços oferecidos por sua economia. 

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“Outro aspecto importante é que os preços de Manaus já não assustam mais os consumidores de outras cidades, principalmente para produtos duráveis e alimentação. Assim, a metrópole agrega poderio econômico, em detrimento de outras cidades amazonenses, que poderiam lucrar oferecendo serviços e mercadorias às cidades mais próximas”, finalizou.

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio
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