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Management

A mudança é uma constante em todas as áreas do conhecimento. Todos os dias paradigmas são alterados na medicina, engenharia, artes, gestão, economia, psicologia, etc. Tudo muda. Há centenas de anos, Heráclito já nos lembrava desta verdade. É legítimo que mudanças gerem várias sensações e sentimentos, que podem parecer contraditórios, mas que fazem parte de uma reação muito natural a este processo.
E o ritmo das mudanças atualmente é de um nível que realmente nos provoca. As mudanças são incontroláveis, incessantes e imprevisíveis. Elas não vão parar porque eu ou você queremos. Não há como interrompê-las. Elas fazem parte da natureza. Tudo muda, o tempo todo, como diz o cantador.
Mudança tem a ver com inovação. Inovação é criar o novo. O novo significa algo que até então não existia. Mudança impacta em evolução. Evolução é inerente à natureza e ao nosso íntimo. Todas as espécies buscam evoluir. Com o ser humano não é diferente. Mas por que resistimos ao novo? Por que temos tantas reservas e excesso de receio de mudar nossos hábitos e premissas pessoais e profissionais? Não quero discorrer nesta crônica sobre os motivos que nos levam a enxergar com lupa as dificuldades do processo de mudança. Quero falar um pouco sobre as infinitas possibilidades que as mudanças nos trazem.
E são tantas as possibilidades! A tecnologia, com seus equipamentos, redes e sistemas, nos proporcionou um acesso à informação que antes não poderíamos imaginar. Hoje sabemos quase de forma instantânea tudo o que acontece no mundo, bastando estarmos conectados na grande rede. Não necessariamente precisamos ter um computador para isso. Podemos usar um telefone. Ou mesmo a TV da sala. Ou entrarmos numa “lojinha” da esquina e alugarmos um acesso por um preço mínimo. A conexão que antes era de uma acessibilidade quase inatingível e com um preço alto, hoje está rapidamente se transformando em algo disponível e sem custo.
Na medicina as mudanças são profundas. Um problema cardíaco que resultava numa cirurgia invasiva de risco, como uma ponte-de-safena, hoje se trata de um procedimento relativamente simples como a colocação de um stent. Doenças antes consideradas intratáveis, estão sendo combatidas com processos de prevenção e de tratamento cada vez mais seguros, eficazes e de custo mais acessível. O resultado não é somente uma maior expectativa de vida. É a oportunidade de alcançar a longevidade com qualidade de vida. O nosso “tempo de validade” útil está se elevando de fato.
Na economia, está cada vez mais claro e aceito que não somente as variáveis monetárias do mercado vão trazer entendimento e eficácia às previsões econômicas. A psicologia e a neurociência aprofundam nosso entendimento e compreensão sobre o comportamento humano nos ajudando a entender as atitudes que tomamos como consumidores. A visão da economia se alarga.
Na gestão, apesar de uma enorme quantidade de produção acadêmica e profissional, tem-se a sensação que estamos de tempos em tempos apenas alterando a nomenclatura das teorias de administração. É como se nos alimentássemos de “comida requentada”. Todos os ótimos programas que visam aumentar a eficiência e eficácia dos resultados empresariais e organizacionais parecem ter um DNA que nos leva ao passado, ao modelo industrial. Poucos pensam, muitos executam, e ficamos todos torcendo para que dê certo ao final. Felizmente parece que algumas sementes de um novo modelo começam a surgir, como o conceito das “Organização Caórdicas”, que tem como criador o americano Dee Hock , que utilizou de suas premissas para ajudar na criação da VISA, maior empresa de varejo do mundo. De forma resumida temos que ter um mínimo de “ordem”, naquilo que é crucial, nuclear, para que haja poderes delegados para que as pessoas possam praticar um grande “caos” criativo. Estamos falando da troca de um modelo de comando-controle (pura era industrial…) para um novo tipo de organização fundamentado em profissionalismo, confiança e responsabilidade. É uma mudança ousada da forma de pensar a gestão, onde as pessoas e suas interrelações, são a fonte de inovação, renovação e reinvenção de métodos de melhor fazer o trabalho e gerar mais riqueza para a sociedade.
O que assusta um pouco é ver como pessoas no auge da sua vida produtiva e até jovens, estão se imobilizando em pensamentos e modelos mentais atrasados. Muitas vezes não se dão a oportunidade nem de conhecer o novo, que dirá adotá-lo. E com isso acabam por deixar de criar o novo, de inovar! Na última semana, reunimos todo o time da MB Consultoria e fizemos uma visita à Fundação Dr. Thomas. Conhecemos uma jovem chamada Jessiane que ensina os idosos a ler e outros a manterem vivos seu aprendizado. Um trabalho que dignifica o conceito de educação. E fizemos grandes novos amigos: Sr Rubem Caldevilla Morião, que com seus 93 anos escreve e produz textos de sabedoria e lucidez, Sr Cortez que nos embalou nas músicas de Altemar Dutra, Sr José, um jovem senhor de 80 anos que transmite delicadeza e serenidade no seu sorriso leve, Sr Leôncio e Sr Mamede compenetrados nas tarefas distribuídas pela Professora Jessiane. Que turma fantástica! Eles estão ali, vivendo a vida. Aceitando o que ela lhe trás, mesmo quando não é tudo o que gostariam. Mas estão “surfando” nas ondas da mudança. Estão todos os dias enxergando o lado cheio do copo. Estão lá, sozinhos muitas vezes, mas muito acompanhados de sabedoria, auto-conhecimento e de fé na vida. Na semana que vem voltaremos a nos encontrar. “Seu Rubem” já está esperando o notebook que vai ganhar. E nós esperando as palavras doces que vão ser produzidas pelas mãos e mentes tão experientes e sábias.
Não há outro tempo para mudar. As possibilidades são infinitas.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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