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Mais empreendedores abriram negócio próprio após desemprego

Destaque para empresas abertas

A parcela de empreendedores que abriram micro e pequenas indústrias após ficarem desempregados cresceu 20% nos últimos quatro anos, segundo indicador elaborado pelo Simpi-SP (Sindicato da Micro e Pequena Indústria do Estado de São Paulo) em conjunto com o Datafolha.
De acordo com a pesquisa, em 2022, mais da metade dos empresários em São Paulo (54%) não estavam trabalhando ao abrir o próprio negócio, enquanto 42% dos entrevistados afirmaram ter deixado um emprego para empreender.
Ao completar cinco meses fora do mercado de hotelaria, Fernanda Maschio decidiu, em março de 2020, mudar sua trajetória profissional e começou a vender massas artesanais congeladas por encomenda. “Como foi logo no início da pandemia e as pessoas estavam dentro de casa, acabou dando muito certo. Passados dois meses, já tive que comprar três freezeres novos e, em setembro, aluguei um imóvel para poder ampliar toda a linha de produção e comprei maquinário”, diz.
A partir daí, Maschio ampliou bastante o leque de clientes e passou a vender as massas para restaurantes, mercados e hotéis.
Hoje a fábrica, situada na zona norte de São Paulo, tem sete funcionários e a maior dificuldade é o acesso ao crédito. “Quando você está começando é muito difícil conseguir crédito. No início acabei pedindo empréstimo para pessoas próximas. Hoje estou usando financiamento bancário. Mas é desafiador ter fluxo de caixa, pagar maquinário e insumos”, explica.
O problema enfrentado por Maschio é bastante comum entre empreendedores. Segundo o levantamento, o crédito (15%), seguido pela burocracia (14%) e recursos para investir (13%) são os obstáculos mais frequentes ao abrir um negócio entre os empreendedores entrevistados em São Paulo.
“Com a elevação da taxa de juros, ligada à inflação, há uma restrição no sistema financeiro. E conseguir crédito nos bancos fica mais difícil e essa questão ainda vai seguir sendo uma pauta para os empreendedores por um tempo”, afirma Joseph Couri, presidente do Simpi-SP. “Estamos vivendo um momento crítico, com a questão da pandemia e a guerra na Ucrânia. Foram muitos baques financeiros e das cadeias produtivas. O que se percebe é que muitas pessoas abriram seu próprio negócio porque não tinham outra opção”, diz.
A pesquisa também aponta que a avaliação de que a situação financeira melhorou após a abertura de empresas subiu neste ano se comparada com 2018. Para 74% dos entrevistados, a situação atual é melhor do que antes de empreender. Há quatro anos, 58% dos empreendedores estavam satisfeitos.
O levantamento ainda mostra que quase metade dos empreendedores (49%) trabalha seis ou sete dias por semana. E que, neste ano, eles estão trabalhando por mais horas -59% dos empresários afirmaram trabalhar mais de 9 horas por dia. Em 2014, o percentual era de 55%.
A pesquisa foi realizada entre os dias 7 e 27 de julho e ouviu 243 empresários em São Paulo.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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