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Mais de 50 mil pessoas se recuperaram da Covid-19 no Amazonas, diz FVS

Mais de 50 mil pessoas se recuperaram da Covid-19 no Amazonas, diz FVS

A pandemia não representa só um cenário de mortes e tragédia no Amazonas. Pelo menos 50,9 mil pessoas se recuperaram do novo coronavírus, segundo o último balanço divulgado pela FVS (Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas). Em todo o Estado, foram registrados mais de 62 mil doentes.

E os que venceram a Covid-19 representam 81% do total desses infectados.  Até o último sábado (20), o número de mortos foi superior a 2,6 mil – 1.706 em Manaus e 944 em municípios do interior do Estado. 

O município de Ipixuna (a mais de 1.365 quilômetros de Manaus), que até bem pouco tempo não figurava no ranking de cidades acometidas pela Covid-19 na região, anunciou que três pessoas contraíram a doença. Um reflexo de que a pandemia se dissemina agora de forma mais agressiva em direção às populações ribeirinhas, principalmente nas comunidades indígenas -, enquanto o contágio cai consideravelmente na capital. 

Ipixuna e Envira eram os únicos dos 62 municípios amazonenses que ainda não tinham registrado casos do novo coronavírus. Agora, o primeiro já começou a figurar nas estatísticas oficiais sobre a pandemia e desenvolve medidas contra a disseminação.  

“Pessoas que saem de Manaus com destino ao interior do Amazonas estão levando a doença para os municípios”, alerta o presidente do CRM-AM (Conselho Regional de Medicina do Estado do Amazonas), José Bernardes Sobrinho.

Por ora, o governo do Estado mantém suspensas as viagens de embarcações que cobrem os trechos entre os municípios. Só o transporte de cargas se mantém parcialmente ativo para abastecer as cidades de gêneros alimentícios, além de produtos médicos e hospitalares. 

O problema é que muitas pessoas conseguem driblar as fiscalizações e chegam às cidades, situação que favorece a disseminação, de acordo com agentes dos órgãos de segurança e de saúde. Há um consenso de que é difícil fiscalizar as entradas e saídas de barcos num Estado tão gigantesco como o Amazonas. 

Na quinta-feira (19), o governador do Amazonas, Wilson Lima, inaugurou em Atalaia do Norte (a 1.153 quilômetros de Manaus) a primeira ala hospitalar na região do Alto Solimões para atender indígenas com Covid-19. A nova unidade foi instalada no Hospital São Sebastião. 

São 20 leitos clínicos exclusivos para etnias da Terra Indígena do Vale do Rio Javari e três UCIs (Unidades de Cuidados Intermediários). Dos 20 clínicos, dez foram montados no espaço Maloca, adaptado para contemplar as tradições indígenas.

Nessas unidades, os pajés são liberados para fazer os tratamentos tradicionais da cultura indígena com todos os seus rituais. O espaço possui armadores de redes e poderá receber a visita dos líderes espirituais indígenas.

“A ala vai suprir a necessidade de atendimento diferenciado às populações indígenas de Atalaia do Norte. Temos uma preocupação muito grande com o avanço do coronavírus no interior do Estado do Amazonas, sobretudo com os pacientes em condições de vulnerabilidade, e nessa situação, estão os indígenas”, ressaltou o governador Wilson Lima ao entregar a nova unidade ao município.

Outros números

O Ministério da Saúde registrou, até o sábado (20), 520.734 pacientes que sobreviveram à doença em todo o País. E outros 496.869 seguem sendo acompanhados por médicos nas unidades de atendimento.  

Segundo a FVS, até sábado, 9.272 pessoas com Covid-19 estavam sendo acompanhadas no Amazonas. Os números abrangem casos confirmados nos últimos 14 dias de pacientes internados e em isolamento domiciliar.  Dos 62.902 infectados, 24.978 são de Manaus (39,71%) e 37.924 do interior do Estado (60,20%).

A FVS aponta ainda que há 306 pacientes internados e outros 233 internados aguardam a confirmação de diagnóstico para o novo coronavírus. Na sexta-feira (19), a taxa de ocupação de leitos de UTI Covid era de 67% e a de UTI não Covid, 63%, de acordo com a fundação.

Os números da FVS indicam uma redução de 38% nos casos de coronavírus no começo de junho. O maior pico da doença aconteceu na última semana de maio – em sete dias, foram confirmados 11.758 novos casos. 

Segundo o balanço do Ministério da Saúde, o Amazonas ocupa a segunda colocação entre os Estados com maior taxa de incidência da doença no País. Está atrás somente do Amapá, com taxa de 1465 por 100 mil habitantes, mais do que três vezes superior à média nacional, de 465 casos por 100 mil habitantes. 

O Estado é o primeiro no ranking das unidades da federação com maior mortalidade (62,9 casos por 100 mil habitantes). A taxa nacional é de 22,7. Mas esses números começam a recuar tanto que motivaram o governo do Amazonas a reabrir gradualmente as atividades econômicas e comerciais.

Marcelo Peres

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