Pesquisar
Close this search box.

Mais de 4.500 demitidos até mês de março

https://www.jcam.com.br/ppart16032012.JPG

Março ainda está na metade e o PIM já demitiu quase 50% a mais no primeiro trimestre de 2012 em relação ao mesmo período do ano passado. Foram 4.535 demissões homologadas pelo Sindmetal-AM (Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas) entre 1º de janeiro e 15 de março deste ano, 49,03% a mais do que em 2011, quando os dados fechados dos três primeiros meses somavam 3.043 desligamentos.
Só na primeira quinzena deste mês, mil trabalhadores foram dispensados, praticamente o mesmo número referente a março inteiro do ano passado, com 1.012 desligamentos.
O levantamento da quinzena aponta entre as maiores demissões, as praticadas pela Moto Honda, principal representante do polo de duas rodas e pela Elcoteq da Amazônia, do segmento eletroeletrônico, com 98 e 180 homologações, respectivamente.
Em geral, a justificativa dada pelas empresas é de ‘reajuste de quadro funcional’. Esse foi o caso de um grupo de trabalhadores da Nokia presentes, na quinta-feira, 15, no Sindmetal para homologar as demissões. Mesmo sem se identificar, eles contam que fazem parte de um grupo de sete alimentadores de linha de produção demitidos da fabricante finlandesa na semana passada. Um deles acrescenta que pequenos grupos como esse vêm ‘recebendo a conta’ desde o início de março.
“A importação da China, com os produtos entrando violentamente no país tem dificultado a nossa competitividade e é o principal motivo das demissões”, apontou um dos diretores do Sindmetal-AM, José Osmar Santana.
Na análise do presidente do Cieam (Centro da Indústria do Estado do Amazonas), Wilson Périco, o governo federal precisa ter a preocupação de preservar não só os investimentos, mas os empregos gerados por eles. “Por isso, ansiamos por medidas como a elevação do IPI (Impostos sobre Produtos Industrializados) na importação em várias áreas e outras tributações que possam frear essa entrada, afinal, o impacto social é muito grande”, lamentou.
Ele acrescenta que além da concorrência, há o agravante da sazonalidade dos primeiros meses do ano. “Janeiro é marcado pelas férias, fevereiro pelo Carnaval e março pelas despesas de início de ano e compromissos como o pagamento de impostos – IPTU e IPVA. Isso enfraquece o comércio e por consequência desacelera a produção industrial, o que em última instância interfere nos empregos”.

Eletroeletrônico em baixa

O polo eletroeletrônico foi o líder de cortes na quinzena com 653 desligamentos, frente os 477 de março de 2011, o que representa acréscimo de 36,89% no número de demitidos. Até quinta-feira, o segmento já demitiu 2.896 empregados em 2012.
José Osmar Santana explica que esse segmento tem enfrentado outro entrave. Ele cita o caso da Semp Toshiba, acusada de demissão em massa no início do ano. “Aquela demissão da Semp Toshiba foi na área da produção de TVs de tubo.io. Isso é um outro fator: a dificuldade e o custo de se conseguir insumos antigos como um cinescópio não valem mais a pena no ponto de vista empresarial”, destacou.
Já o presidente do Sinaees-AM (Sindicato das Indústrias de Aparelhos Elétricos, Eletrônicos e Similares do Estado do Amazonas), Celso Piacentini, diz que o segmento é o mais atingido porque possui uma competitividade mundial mais acirrada. “Com a crise na Europa, os produtores desse setor ficaram sem ter pra quem vender, já que o mercado europeu se fechou, esperando por tempos melhores para a economia. Então sobrou produto no mercado. É como se o mundo inteiro (considerando os produtores) tivesse enxergado o Brasil como a solução. Por isso, os fabricantes em especial os chineses passaram a nos atacar com sua produção encalhada. Como essa situação vem se arrastando desde o ano passado, o resultado é esse, reflexo sobre nossos empregos”, constatou.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
Compartilhe:​

Qual sua opinião? Deixe seu comentário

Notícias Recentes

Pesquisar