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Mais 3.715 empregos no Amazonas

O Amazonas criou 3.715 empregos com carteira assinada, em abril. As admissões (+19.203) superaram as demissões (-15.488), permitindo acréscimo de 0,83% sobre o estoque anterior. Foi o melhor desempenho do ano, correspondendo a mais do que o dobro do registro de março (+1.655), além de superar também os números de 12 meses atrás (+2.013). Serviços e comércio impulsionaram as contratações, enquanto agropecuária esboçou recuperação e construção seguiu no campo positivo. Mas, em sintonia com a crise do IPI e o desabastecimento de insumos, a indústria foi o único setor a efetuar cortes.

A maior parte dos novos postos de trabalho veio de Manaus (+0,75% e +3.095). O Estado também se manteve no azul no quadrimestre (+1,92% e +8.535) e no acumulado dos 12 meses (+9,69% e +40.026). O estoque – que é a quantidade total de vínculos celetistas ativos – subiu para 453.742 ocupações formais. Em abril, o desempenho proporcional do Amazonas voltou a superar a média nacional (+048%) e, desta vez, bateu também a região Norte (+0,62%). É o que revelam os números do “Novo Caged”, divulgados pelo Ministério do Trabalho e Previdência, nesta segunda (6).

Em paralelo, o Brasil gerou 196.966 empregos celetistas, no mês passado, com 1.854.557 contratações e 1.657.591 desligamentos. O número ficou foi melhor do que o de março de 2022 (+136.189) e também superou abril do ano passado (+113.922). No acumulado do ano, foram criados 770.593 e todo o país, mas o quantitativo foi 3,60% inferior ao do mesmo período de 2021. O estoque contabilizou 41.448.948 vínculos empregatícios em todo o país.

Quatro das cinco atividades econômicas fecharam março no campo positivo, sendo que a alta foi puxada por serviços (+117.007). O dado negativo veio novamente da agropecuária (-1.021). Todas as cinco regiões brasileiras tiveram saldo positivo, com variações de 0,32% (Sul, com +25.102) a 0,72% (Centro-Oeste, com +25.598). Entre as unidades federativas, São Paulo foi quem teve o maior número absoluto (+53.818 e +0,42%), seguido por Rio de Janeiro (+22.403 e +0,69%) e Minas Gerais (+20.059 e +0,46%). Apenas dois Estados eliminaram vagas formais: Alagoas (-181 e -0,05%) e Pernambuco (-807 e -0,06%).

Serviços e comércio

Diferente do mês anterior, quatro dos cinco setores econômicos conseguiram saldos positivos no Amazonas, entre março e abril. Os serviços se mantiveram no topo do ranking de geração local de empregos, tanto em números absolutos (+2.994), quanto em variação relativa (+1,48%), respondendo por nada menos do que 80,59% do total do saldo do Estado. Em termos absolutos, os destaques viram dos segmentos de informação, comunicação, atividades financeiras e imobiliárias (+1.729) – com destaque para atividades administrativas e serviços complementares (+928).  – e de “outros serviços”. 

Favorecido pela Páscoa e pelos preparativos para o Dia das Mães, o comércio do Amazonas emendou um terceiro mês de crescimento, ao criar 802 postos de trabalho formais, com alta de 0,77% sobre o estoque anterior. O desempenho correspondeu a praticamente o dobro do saldo de março (+409). O principal impulso continuou vindo do varejo (+617), seguido pelo atacado (+112) segmento de reparação de veículos (+73).

A construção (+0,23% e +54) veio na terceira posição, mas já com um saldo menor do que o de março (+114). Foi favorecida pelos serviços especializados para o setor (+34) e pela construção de edifícios (+22), mas não pelas obras de infraestrutura (-2). A agropecuária (+13 e +0,36%), por sua vez, recuperou empregos, especialmente na produção florestal (+28), que foi alavancada pelas atividades de apoio à atividade. Já os segmentos de pecuária; de horticultura e floricultura; e de produção de lavouras permanentes foram na direção contrária. 

Na outra ponta, a indústria emendou seu segundo mês seguido de cortes, ao eliminar 148 vagas celetistas, gerando variação negativa de 0,13% ante o estoque anterior. A indústria de transformação (-246 e -0,23%) foi responsável pela nova rodada de extinções. Em contrapartida, a indústria extrativa (+30 e +1,50%), assim como os segmentos de água, esgoto, atividades de gestão de resíduos e descontaminação (+47 e +0,96%) e de eletricidade e gás (+21 e +0,76%), ajudaram a reduzir o volume de perdas do mês.  

No acumulado do ano, por outro lado, apenas três setores conseguiram saldo positivo no Amazonas. A maior variação no crescimento de empregos gerados veio dos serviços (+3,82%), que gerou 7.547 novos postos de trabalho com carteira assinada. Embora minoritária, a construção (+770) obteve o segundo melhor alta proporcional (+3,32%). Os serviços tiveram, de longe, os melhores números (+770 e +3,32%), seguido pela construção (+7.547 e +3,82%) e pelo comércio (+859 e +0,82%). Em contraste, a agropecuária (-321 e -8,21%) e a indústria (-320 e -0,28%) colecionaram dados negativos.

“Relativa estabilidade”

No entendimento do presidente da Fieam, Antonio Silva, a crise aberta pelos decretos do IPI “não teve qualquer influência sobre os números” negativos do setor registrados no levantamento do Novo Caged de abril. O dirigente reforça que “Veja bem, a desmobilização de uma planta fabril e de maciços investimentos não é algo simples e nem decidido repentinamente em tão pouco tempo. Essa é uma decisão que, se mantida, apresentará seus efeitos dentro de alguns meses. De toda a forma, essa questão ainda permanece em discussão”, frisou.

Embora tenha mencionado, em entrevistas anteriores, os efeitos da crise de abastecimento no setor, o dirigente não entrou e detalhes sobre possíveis motivos para os cortes, mas destacou que os dados poderiam ser piores. “Os indicadores industriais, apesar da queda, apresentam relativa estabilidade. Evidente que todo e qualquer posto de trabalho importa e tem relevante impacto social e econômico. Diante de todos os problemas enfrentados, contudo, o segmento industrial tem conseguido manter um patamar salutar”, ponderou.

Obras e investimentos

O presidente da ACA, Jorge de Souza Lima, concorda que o comércio se favoreceu das datas comemorativas, enquanto os serviços ganharam volume pela flexibilização das atividades presenciais em meio ao declínio das estatísticas da pandemia. O dirigente aponta, contudo, outros fatores que favoreceram os dois setores. “A cidade está recebendo novas redes de lojas nacionais varejistas, como as Casas Bahia e a Havan, que não viera aqui a toa e tendem a gerar mais empregos. Já os serviços estão se beneficiando também das obras que a prefeitura e o governo estadual estão fazendo por aqui, o que alavanca investimentos em outras áreas também”, analisou

O presidente do Sinduscon-AM (Sindicato da Indústria da Construção do Estado do Amazonas), Frank Souza, considera que o setor continua com saldo positivo por conta dos empreendimentos lançados em 2021. “As obras levam de seis a oito meses para começar, após o lançamento e as vendas. O Casa Verde e Amarela continua com saldos positivos. Se esse cenário continuar vendedor como está, e as conversas com o governo federal sobre os subsídios prosperarem, os números tendem a estabilizar. Não teremos um salto expressivo”, concluiu.

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio
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