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Maioria das fábricas da Zona Franca de Manaus já voltou a operar

Acervo JC

A maioria das empresas da ZFM (Zona Franca de Manaus) já está operando neste momento de pandemia de coronavírus, apesar da capital do Amazonas figurar hoje no ranking das cinco maiores capitais brasileiras com maior incidência de casos e número de mortes pela Covid-19.

Segundo o presidente do Cieam (Centro das Indústrias do Estado do Amazonas), Wilson Perico, a retomada das atividades das empresas da Zona Franca segue à risca as recomendações das autoridades de saúde para preservar os trabalhadores e prevenir possíveis novos infectados pela doença.

Até esta segunda-feira (18), o Estado do Amazonas registrava aproximadamente 20 mil casos de coronavírus e mais de 1,5 mil mortes confirmadas em Manaus e em 60 dos 62 municípios da região, segundo estimativas das estatísticas oficiais. 

“A maior parte das empresas já retomou os trabalhos. Nosso objetivo é buscar que não haja uma grande disseminação do vírus no ambiente fabril pelo contingente de trabalhadores que temos nas linhas de produção das empresas”, disse Wilson Perico. 

Ele ressaltou ser importante manter parcialmente as atividades para garantir a subsistência dos trabalhadores num momento em que grande parte da economia do País está praticamente paralisada devido à pandemia.  “É óbvio, não podemos parar totalmente as empresas, mas sem esquecer que é necessário preservar a vida das pessoas, que é o nosso maior bem nessa existência”, acrescenta o líder empresarial. 

Por segurança, muitas empresas da ZFM fizeram teste para detectar funcionários assintomáticos ou não e, com isso, evitar a contaminação dentro das unidades das fábricas. Foi a forma encontrada pelas indústrias para prevenir possíveis novos casos da doença nas linhas de produção, dando mais tranquilidade para os operários e também para seus familiares.

O superintendente da Suframa, Alfredo Menezes, disse que empresas da ZFM concederam férias coletivas para seus funcionários por conta da pandemia de coronavírus, uma estratégia adotada para conter o avanço da Covid-19 com o isolamento social. “As indústrias se ajustaram aos protocolos de saúde com esse objetivo, atendendo a determinações dos governos”, explicou o superintendente.  

A Ducat, do polo de duas rodas da ZFM, voltou aos trabalhos na semana passada somente depois de fazer um teste rápido em 46 dos seus 150 funcionários. Dos testados, mais de 30% testaram positivo para o novo coronavírus, mas a maioria não apresentou nenhum sintoma. 

“Fiquei surpreso quando fui fazer o exame e testei positivo. A minha esposa e minha mãe também se surpreenderam, mas graças a Deus não senti nada”, contou Wallison Belfort, um dos funcionários da Ducat. 

Rafael Lacerda, gerente operacional da Ducat, explicou que o teste rápido é a melhor garantia de que cada trabalhador pode exercer sua função com saúde, mais tranquilidade, prevenindo a Covid-19. E também dá maior segurança à empresa. 

“Testamos para identificar quem está ou não com coronavírus. Quem testou positivo, mandamos para se recuperar em casa, de forma isolada, e os que testaram negativo estão trabalhando normalmente”, informou Rafael Lacerda.

O setor de duas rodas é um dos maiores de Manaus. As fábricas do segmento operam com 70% de sua capacidade por conta da pandemia, mas aos poucos (e com muita cautela) as atividades começam a voltar ao normal.

É consenso geral entre as empesas da ZFM a expectativa de que cada indústria de Manaus adote esses cuidados antes de voltar a operar normalmente. Seguindo as recomendações da saúde, cada trabalhador exerce suas funções paramentado com EPIs (Equipamentos de Proteção Individual), mantendo o distanciamento de até 1,5 metro entre os operários nas fábricas.

Na parte administrativa das empresas da ZFM, onde trabalham o primeiro e segundo escalão das fábricas, também não é diferente, mas alguns trabalhadores ainda operam pelo sistema ‘home office’. As orientações de saúde são seguidas à risca, com EPIs e evitando aglomerações.

Segundo o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, Manaus deverá ser a primeira grande cidade do País a conter o avanço do coronavírus. Ele estima que a doença chegou primeiro na capital do Amazonas em função do trânsito constante de pessoas oriundas da China, que tem hoje dezenas de empresas instaladas na ZFM.

“Até agosto deste ano, a doença deverá começar a arrefecer em Manaus porque a maioria da população já terá anticorpos, ao contrário de outras cidades que ainda experimentam o pico da doença ou vão experienciar esse maior aumento da Covid-19 mais tarde”, explicou o ex-ministro.

O infectologista Bernardino Albuquerque compartilha também destas estimativas, mas ressalta que a pandemia de coronavírus só alcançou essa proporção no Amazonas porque a maioria das pessoas continua negligenciando cuidados básicos. “Ainda se vê muito gente sem máscara nas ruas. Tudo isso facilita a propagação da doença”, alerta.

No último domingo, o programa Fantástico, da Rede Globo de Televisão, exibiu uma reportagem mostrando dezenas de pessoas circulando sem máscara na área da Ponta Negra, com grande aglomeração de transeuntes. O local é um dos principais ‘points’ de atração de Manaus.

Fonte: Marcelo Peres

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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