Ao dar posse ao novo procurador-geral da República, Roberto Gurgel o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse na quarta-feira que jamais fez um pedido pessoal ao Ministério Público e jamais colocará um “alfinete” para atrapalhar qualquer investigação. O presidente alertou que é preciso preservar a instituição para que não ocorra o “castramento” da liberdade do Ministério Público.
O presidente defendeu uma atuação independente e sem pirotecnia e ainda afirmou que prefere dividir com a categoria o peso da escolha pelo chefe da Procuradoria Geral da República a indicar um amigo.
Lula cobrou cautela e lisura nas investigações para evitar a condenação de inocentes. “Jamais farei um pedido pessoal ou colocarei um alfinete para atrapalhar uma investigação. O Ministério Público tem o direito de agir com a máxima seriedade. Agora, tem que pensar não apenas na biografia de quem está investigando, mas na de quem também está sendo investigado. Porque não temos o direito de cometer erros no Brasil porque, dependendo da carga de manchete da imprensa, a pessoa já está condenada. Por isso o MP precisa trabalhar com a maior lisura”, afirmou.
Segundo o presidente, os integrantes do Ministério Publico precisam agir com discrição para preservar a liberdade de investigação. “Não joguem fora essa liberdade porque um dia vai aparecer alguém que vai achar que vocês são demais e vai propor mudanças no Congresso Nacional. Sabemos que a mudança nunca será por mais liberdade e sim por mais castramento”, disse.
O presidente afirmou que é preciso aguardar o julgamento final para preservar o Ministério Público. “A única coisa que dará tranquilidade aos membros da PGR, o único fator de pressão e balizador da consciência são as garantias constitucionais porque, ao contrário disso, estaremos absolvendo os culpados e culpando os inocentes. Qualquer ser humano não pode fazer de sua vida profissional um show de pirotecnia. Não podem existir shows de pirotecnia, não pode haver culpados antes de o processo final ter sido julgado, apurado”, disse.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que a escolha de Roberto Gurgel não foi pautada por amizade ou de suas ligações políticas.
Lula pede cuidado com biografia de investigados
Redação
Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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