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Ludus Lab: trabalho árduo para criar o maior cenário de games baré

O primeiro game surgido no mundo foi o ‘Tennis for two’ apresentado para o público, em 1958, pelo físico William Higinbotham, no Laboratório Nacional de Brookhaven. Seriam necessários mais de dez anos para que esse tipo de jogo se popularizasse com o lançamento, em 1972, do Magnavox Odyssey. Ao Brasil essa nova maneira de diversão só chegaria cinco anos depois, em 1977, com o lançamento do Telejogo. Desde então os números de novos jogos eletrônicos não pararam mais de se multiplicar exponencialmente no mundo e dados mostram que o segmento deve crescer 5,3% no Brasil, neste ano. E Manaus, que em 1983 foi a capital brasileira do Atari, volta a ganhar destaque, agora, com a produção de games idealizados por cabeças barés.

Há quatro anos, o Ludus Lab, instalado no Laboratório Saltu, na Escola Superior de Tecnologia da UEA, desenvolve projetos de ponta para empresas da área de tecnologia e inovação do Polo Industrial de Manaus.

“O Laboratório foi criado em 2014 e depois reinaugurado em 2019 depois de receber recursos da Fapeam (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas). O objetivo primordial do Laboratório é incentivar a criação de um polo de empreendedorismo digital por meio da formação de pessoal especializado”, falou o professor doutor Jucimar Maia da Silva Júnior, coordenador do Ludus Lab.

Dotado de uma estrutura com 756 metros quadrados, pelas salas do Ludus Lab já passaram mais de 100 alunos, todos hoje muito bem empregados em estúdios de jogos eletrônicos locais, nacionais e internacionais, sendo alguns, inclusive, sócios de startups. Até agora, no Ludus Lab, foram desenvolvidos mais de 50 jogos.

Tecnologia de ponta

Dentre as várias ações do Ludus Lab, destaca-se a formação de recursos humanos qualificados por meio da especialização lato sensu em Desenvolvimento de Jogos Eletrônicos.

“Os alunos entram aqui como bolsistas e saem formados profissionais especializados, capazes de desenvolver jogos eletrônicos para os mais diversos dispositivos eletrônicos, com base na integração dos conceitos de game design, level design, matemática e física para jogos, frameworks de jogos, inteligência artificial, dentre outros”, explicou Jucimar.

O Laboratório prospecta projetos e envolve os alunos como desenvolvedores. Esses jovens aprendem a fazer jogos, fazendo jogos. Nesse processo capacitam-se a programar jogos, gerenciar projetos e como se portar como profissionais. Tudo isso usando o que há de mais moderno em termos de hardware e software.

“O Laboratório é dotado do que existe de tecnologia de ponta na área: notebooks gamer, impressoras 3D, smartphones, joysticks, mesas digitalizadoras Wacom. Possui salas de reunião, auditório, sala de descompressão, salão de desenvolvimento, além de um laboratório de usabilidade e uma sala de mídias. Hoje trabalhamos com alunos de universidades públicas do Amazonas (UEA, Ifam e Ufam). O que precisa para estudar aqui? Estar devidamente matriculado, ser comprometido, disciplinado e gostar de jogos”, informou.

“Aqui no laboratório eu sou bolsista na função de designer de jogos, atuo principalmente desenvolvendo e produzindo arte para jogos e animando-as também. Foi uma oportunidade assim me dada para atuar e já é uma experiência muito enriquecedora”, falou o estudante Raphael Cavalcante.

“O Ludus Lab faz um trabalho fantástico quando se trata da especialização dos seus desenvolvedores. O mercado de games local é uma área em ascensão, com cada vez mais buscas por talentos, e o Ludus Lab se prova um local onde esses talentos nascem e são desenvolvidos”, acrescentou Gabriel Barroso, desenvolvedor e bacharel em Sistema de Informação.

Kapote e Atari

E quem diria que até o popular dominó, especificamente o Dominó Amazonense, seria transformado num game, o Kapote. O dominó é tão jogado pelos amazonenses que ganhou um estilo próprio, com formas e regras só existentes aqui. Tudo isso está no Kapote, desenvolvido pelo próprio Jucimar com acompanhamento do professor pesquisador Luís Cuevas.

“O Dominó Amazonense é uma versão do dominó tradicional, bastante divertida de jogar. Criamos, então, uma forma dele ser jogado no celular que trouxesse para a tela a experiência de um jogo no mundo real. Ficou muito legal. Já estamos em negociação para o Kapote ser usado nas competições da UEA”, revelou.

Segundo Jucimar, o segmento de jogos eletrônicos representa um mercado em plena expansão, demandando profissionais cada vez mais especializados.

“A formação da terceira turma deste curso visa atender a esta grande demanda por profissionais habilitados para o desenvolvimento de jogos eletrônicos nas empresas privadas, institutos de pesquisas e startups”, concluiu.

Voltando a falar do Atari, foi um videogame projetado por Jay Miner e lançado em 11 de setembro de 1977 nos Estados Unidos, e em 1983 no Brasil, produzido em Manaus, pela Gradiente, de onde saía para todo o país. Considerado um símbolo cultural dos anos 1980, foi um fenômeno de vendas no Brasil entre os anos de 1984 a 1986 e seus jogos permanecem na memória de muitos que viveram a juventude nesta época.

Evaldo Ferreira

é repórter do Jornal do Commercio
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