Pesquisar
Close this search box.

Locadoras de veículos apostam na volta de motoristas de apps

Confiantes de que até o ano que vem o preço do combustível sofra recuo, representantes do segmento de locação de veículos, estimam que o mercado volte a ganhar impulso com o aluguel de automóveis para motoristas de aplicativos. Fatia de clientes que representa potencial para o segmento de locação. 

De acordo com a Abla (Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis), são 170 mil carros alugados para este fim. Número que pode aumentar para 250 mil em 2022.

“O potencial de alugar até 250 mil carros para motoristas depende diretamente do preço da gasolina e dos cortes nas tarifas cobradas pelos aplicativos. Estamos trabalhando com a possibilidade de recuo do preço do litro em 2022, voltando à média entre R$ 4 e R$ 5″, adianta o presidente da associação, Paulo Miguel Júnior. 

Os crescentes aumentos nos preços do combustível desde junho motivou a devolução de aproximadamente 30 mil veículos que estavam alugados para motoristas de aplicativos no país. 

Em Manaus essas devoluções giram em torno de 19% índice confirmado pela Ameap-AM  (Associação de Motoristas por Aplicativo de Manaus). 

O diretor da Abla no Amazonas, Sidney Reche Galdeano Filho, diz que o potencial em Manaus para a locação de veículos direcionados a atividade chega a mais de 4 mil, no entanto a demanda depende de alguns fatores como preço do combustível; redução da comissão da plataforma paga pelo motorista ou pelo aumento e alta do preço das viagens das plataformas, que possam trazer maior rentabilidade ao motorista.

“Esse segmento de negócio é uma excelente oportunidade para locadoras que pretendem diversificar sua operação. Porém, requer muito cuidado, pois o uso do veículo é mais intenso. Precisa ter muito controle do uso e depreciação”. 

“Hoje estou com uma fila muito grande para atender pedidos, porém, estamos aguardando a chegada de um lote de veículos no próximo mês. No momento, a demanda está maior que a oferta”, assegura. 

Ele reitera que na empresa que ele atua, não houve redução por esse tipo de locação e sim aumento de demanda, mas atribui a alta procura pelas condições comerciais que realizam. “Mas no mercado em geral, houve cerca de 20% no número de devoluções. Mas também  como está faltando carro no mercado, acaba sendo realocado em pouco tempo”.

A entidade menciona que o preço do combustível flutua conforme a variação cambial e, sendo assim, “em havendo menor pressão sobre o dólar em 2022 é possível crer que picos acima de R$ 7 por litro de gasolina, alguns Estados, não vão se sustentar no ano que vem”, explica Paulo Miguel.

A projeção da entidade setorial em alugar até 250 mil veículos para motoristas de aplicativos se dá mesmo diante das atuais dificuldades das locadoras em aumentar a frota. Conforme a Abla, as empresas de aluguel de carros teriam potencial para comprar 800 mil automóveis e comerciais leves em 2021, porém deixarão de comprar entre 420 mil a 450 mil, em função das dificuldades das montadoras com falta de insumos para produzir esses carros.

Crise intensificou ainda mais 

O volume de aluguel de carros para motoristas de aplicativos é visto como uma opção vantajosa para locadoras, mas a crise sanitária paralela a alta no preço da gasolina, minou o dinamismo do mercado. 

Em outra ocasião, representantes do setor relataram ao Jornal do Commercio os prejuízos registrados com a devolução de carros por parte da categoria, números que totalizavam 40%. 

A pandemia também fez  o número de corridas por meio de aplicativos desacelerar. O baixo movimento registrou um tombo de 80% no número de chamadas. 

Segundo a CoopMasterManaus (Cooperativa dos Motoristas por App do Estado do Amazonas) o efeito dominó com o pico da Covid-19 ano passado, levou mais de 9 mil motoristas a devolver os veículos. Levando a cooperativa a suspender o pagamento das cotas mensais dos motoristas.

Nos últimos anos a procura pela locação de veículos no Amazonas para atuar como motorista de apps, aqueceu o segmento aumentando a rotatividade nas locadoras da capital.

Foto/Destaque: Divulgação

Andréia Leite

é repórter do Jornal do Commercio
Compartilhe:​

Qual sua opinião? Deixe seu comentário

Notícias Recentes

Pesquisar