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Livro: amizades sinceras marcam vida de Guilherme Aluízio

Evaldo Ferreira: @evaldo.am

Na segunda-feira (8), depois de meses de entrevistas com familiares e amigos, será lançado o livro ‘O último romântico – biografia de Guilherme Aluízio’, de Elcias Moreira, somente para convidados, porém, quem desejar conhecer o conteúdo do livro que conta a história desse que foi um dos grandes empreendedores da comunicação na Amazônia, poderá solicitar exemplares do livro através do (92) 9 9502-4007 (Jorge Valente), com entrega em domicílio.

Guilherme Aluízio, ao longo de seus 82 anos, formou uma lista infindável de amigos, mas pouquíssimos, ou talvez nenhum outro, tenha o título de ‘o amigo mais longevo do menino de Beruri’. Ubaldino Meirelles, 89 anos, também veio do interior do Amazonas, de Parintins, e assim como Guilherme, venceu na capital. Eles se conheceram ainda crianças, no internato onde estudaram juntos, e foram amigos até a partida de Guilherme, em 2019.   

“Eu e Aluízio fomos grandes amigos. Passamos importantes momentos juntos. O título do livro tem tudo a ver com o jeito de ser desse amazonense de Beruri, que só fez bem ao mundo”, falou Ubaldino.

Os dois se conheceram em fins da década de 1940, quando a Segunda Guerra já havia acabado e o mundo mudara bastante, porém, Manaus, uma cidade com cerca de 100 mil habitantes, que não ia muito além do atual Centro, era tranquila e bucólica, com alguns poucos automóveis, banhos em igarapés, almoço e sesta em casa, quintais grandes e repletos de árvores, rádio e jornais impressos como meios de comunicação, bondes nas principais avenidas, salas de cinema, comerciantes endinheirados, loucos que ganhavam fama e população onde todo mundo se conhecia.

Na mesma carteira

“Vivemos momentos juntos no Colégio São Francisco de Assis, no internato, dividindo a mesma carteira e recebendo os conselhos dos professores Fueth Paulo Mourão e sua digníssima esposa professora Leonor Mourão. Lembro bem, como se fosse hoje, que ao acordar tínhamos o banho no pátio do colégio, de mangueira e água gelada da dona Rosita. Inesquecível, em toda nossa conversa no JC, essa história era lembrada”, recordou.

O Colégio São Francisco ficava localizado na av. Sete de Setembro, 1273 e foi demolido. Hoje, no local, existe a loja Esplanada.

Adolescentes, na década de 1950, Guilherme e Ubaldino começaram a trabalhar. Guilherme Aluízio foi ser jornalista no jornal A Gazeta, enquanto Ubaldino Meirelles se tornou técnico em sondagem, na Petrobras.

“Nossa amizade duradoura tinha um motivo, a nossa origem humilde, no interior do Amazonas, com banhos de rio, e água para beber tratada com pedra ume, pois não tínhamos filtro. Fogão, só à lenha. Mas era uma vida muito feliz. Já adultos, nossas conversas sempre terminavam em busca de dias melhores ao homem do interior do Amazonas”, contou.

Na década de 1960 Guilherme foi trabalhar na serraria do pai, onde aprendeu a empreender tanto que, na década seguinte, já era proprietário de duas serrarias e diretor financeiro da empresa siderúrgica Siderama enquanto Ubaldino se tornava superintendente de órgãos públicos de seguridade social, anteriores ao INSS. Entre 1979 e 1982, e depois de 1984 a 1987, Ubaldino foi deputado federal, enquanto, em 1984, Guilherme comprou o Jornal do Commercio e a Rádio Baré.

“Nossa amizade só cresceu ao longo de mais de 70 anos de convivência. Aluízio foi um gentleman, com enorme sensibilidade, um ser humano como poucos”, afirmou.

Colunista Mazé

Mazé Mourão, colunista do Jornal do Commercio, era filha de Fueth Paulo Mourão e Leonor Mourão, proprietários do Colégio São Francisco de Assis.

“Eu só lembro do Guilherme Aluízio adulto. Quando criança, não, pois eu era bem mais criança do que ele, mas meus pais gostavam muito dele e do Ubaldino, que sempre estavam juntos. Eram meninos muito obedientes e estudiosos”, falou Mazé.

Uma curiosidade lembrada por Mazé é que uma garotinha de nome Selma, foi aluna de matemática de seu pai. Quase 20 anos depois essa garotinha se casaria com Guilherme.

Em 1959, Selma com 16 anos e Guilherme com 22, estavam no Bosque Clube, numa festa junina, quando ele a convidou para dançar. Selma nem lembrava, ou nem sabia, que aquele rapaz estudara no mesmo colégio que ela muitos anos antes.

Namoraram e quando Selma completou 21 anos, casaram, em 1964. Viveram juntos até a morte dele, 55 anos depois.

“Meu marido era um homem cavalheiro, abria a porta do carro para mim, sempre me respeitou”, revelou.

“A imagem que tenho de Guilherme Aluízio é a de um homem cortês, muito simpático, afável e educado. Uma única vez estive no escritório dele, quando era diretor da Siderama, siderúrgica do empresário Sócrates Bomfim, pai de Selma. Eu era aluna do Colégio Santa Dorotéia e nossa turma de alunos solicitou uma visita às instalações da Siderama, no que ele atendeu prontamente. Meu irmão é que era colega dele do Colégio, e foram amigos por muitos anos”, finalizou Mazé.

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Evaldo Ferreira

é repórter do Jornal do Commercio
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